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segunda-feira, 21 de março de 2016

Resenha Série: Demolidor Temporada 2 - Episódio 3: New York's Finest


Conforme nós havíamos percebido ao final do segundo episódio da temporada, Dogs to a Gunfight, a concussão que o Demolidor sofreu após o tiro do Justiceiro o deixou em desvantagem na hora de lutar contra o vigilante.
Após o circo armado por Reyes explodir em uma chuva de balas, Karen e Foggy são avisados pela ambiciosa promotora que qualquer tentativa de ligá-la ao desastre resultará em severas sanções à Nelson & Murdock.
Incapazes de lutar pelos direitos de Grotto, que fugiu após a desastrosa operação que tentava trazer o Justiceiro à luz, Karen e Foggy se separam para tentar ajeitar as coisas.
Enquanto ela sai à procura de evidências que possam ajudar na captura do Justiceiro, e por consequência limpar a barra da firma junto à promotoria, Foggy começa a vasculhar hospitais atrás de pistas sobre o paradeiro de Matt, desaparecido após seu combate com o assassino no episódio anterior.
Matt desperta em um telhado, firmemente acorrentado à uma chaminé, enquanto o Justiceiro calmamente bebe um café e prepara seu rifle para sua próxima investida.
Sem mais o que fazer após perceber que é impossível se libertar das correntes que o prendem, Matt passa a conversar com o Justiceiro, tentando descobrir o que há por trás do homem que declarou uma sangrenta guerra ao crime organizado, num extenso diálogo que lança uma interessante luz às diferentes abordagens dos dois vigilantes.
Os Melhores de Nova York traça um bacana paralelo com a história A Escolha de Garth Ennis, quando o Demolidor é capturado pelo Justiceiro e forçado a escolher entre matar Castle, ou deixá-lo matar um criminoso.
Enquanto na história de Ennis o Demolidor é retratado como fraco e hesitante (algo que sempre acontecia aos heróis fantasiados na série do Justiceiro de Ennis), o roteiro de Mark Vernhein e a direção de Marc Jobst equilibram as coisas, garantindo não apenas que Matt e Frank tenham pontos de vista válidos, mas também que os dois possam experimentar até mesmo momentos de camaradagem e reconhecimento mútuo em meio à tensão de momentos como a chegada do síndico ao telhado, ou o clímax, quando o Demolidor desperta de um nocaute para se descobrir com um revólver atado à sua mão, e tem diante de si a possibilidade de matar o Justiceiro, ou deixá-lo matar Grotto.
Se tudo isso não fosse o suficiente, há ainda a corrida de Foggy pelos hospitais de Hell's Kitchen, que culmina em seu encontro com Claire Temple (Rosario Dawson), com direito referência à sua participação em Jessica Jones, quando ajudou a salvar Luke Cage, e mais um momento em que Foggy mostra seu valor ao impedir que uma briga de gangues exploda em meio ao pronto-socorro.
Se tudo isso não for o suficiente, o episódio encerra com uma espetacular sequência de luta que faz alusão direta ao plano-sequência do corredor em Cut Man, onde o Demolidor, ainda com o revólver preso à sua mão, e usando uma corrente como arma, desde vários andares do edifício onde estava preso por Castle lutando contra um enxame de motoqueiros dos Cães do Inferno.
Facilmente o melhor episódio da temporada até aqui, Os Melhores de Nova York mostra o nível de maturidade de Demolidor, e o quanto o seriado é superior a qualquer outra adaptação de quadrinhos em exibição hoje em dia.
O duelo de pontos de vista entre Matt e Frank é um dos pontos altos, mostrado de maneira madura, sem fazer um ponto de vista parecer mais válido do que o outro, enquanto a brilhante sequência de luta do final é épica, e tão orgânica e bem coreografada que o eventual uso de CGI para maquiar os cortes mal é percebido quando assistimos.
Um brutal teste ao código moral de Matt, e um soco na boca do estômago de todas as adaptações de super-heróis em qualquer mídia.
Genial.

"-Por que você está fazendo isso?
-Porque eu acho que você é uma meia-medida. Eu acho que você é um homem que não consegue terminar o serviço. Eu acho você um covarde."

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