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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Top -10 Casa do Capita: Os Piores Vilões de Adaptações de Quadrinhos

Ainda em clima de Esquadrão Suicida e da bandidagem que fez a transição dos quadrinhos para as telas, vamos relembrar quem são os vilões que pior fizeram essa transição.
O top-10 negativo a seguir é dedicado a cada senhor do crime, invasor alienígena, gângster, psicopata e déspota que se perdeu no meio do caminho e chegou na sua nova versão como um deplorável pastiche de si mesmo.
Acredite, o mais difícil aqui, foi chegar a apenas dez!

10 - Deadpool (Ryan Reynolds, X-Men Origens: Wolverine, 2009)


No primeiro terço de X-Men Origens: Wolverine, Ryan Reynolds apareceu interpretando uma versão de Deadpool que, no geral, era bastante acurada. Engraçadinho, sem noção de quando calar a boca e mortífero com um par de katanas.
Infelizmente, no desfecho do longa ele voltava como a criatura da foto acima. Completamente mudo e emulando poderes de dezenas de mutantes ao mesmo tempo num clímax extremamente aborrecido e exagerado que transformava o personagem num capanga de visual e habilidades ridículos.
Ainda bem que Reynolds e os fãs conseguiram convencer a Fox a dar outra chance ao personagem sete anos depois...

9 - Malekith (Christopher Eccleston, Thor: O Mundo Sombrio, 2013)


A verdade é que eu não achei Thor: O Mundo Sombrio um mau filme. Muito antes pelo contrário.
Naquele ano de 2013, a segundo incursão solo do deus do trovão à telona foi meu filme de super-herói preferido, superando o bilionário Homem de Ferro 3 e o injustiçado O Homem de Aço.
Eu achei que a disparatada mistura de ação, ficção científica e comédia de O Mundo Sombrio gerou um produto saboroso, e inclusive coloquei o filme na minha lista de favoritos do ano.
Mas Thor: O Mundo Sombrio tinha um grande problema:
O vilão Malekith, vivido por Chritopher Eccleston, que era péssimo.
Unidimensional, com personalidade vaga, o vilão era pouco mais que um acessório para fazer a trama andar, e seu objetivo de usar o Éther para "devolver o universo à escuridão", ou algo que o valha, era tão risível quanto esquecível, conseguindo fazer com que Malekith se destacasse negativamente em um universo cinematográfico conhecido pela má qualidade de seus vilões.

8 - Fanático (Vinnie Jones, X-Men: O Confronto Final, 2006)


Até parecia uma boa ideia sob determinado ponto de vista...
Vinnie Jones, com sua carranca de bandido inglês egresso dos longas criminais de Guy Ritchie para dar vida ao Fanático, um dos vilões mais fortes do universo dos X-Men era algo que poderia funcionar...
Talvez, inclusive tivesse funcionado se Matthew Vaughn tivesse efetivamente dirigido o longa, ou se Bryan Singer estivesse por perto.
Nas mãos de Brett Ratner, Jones foi envelopado em uma roupa de músculos de borracha com um capacete idiota e teve sua origem alterada para basicamente posar de maneira ameaçadora ao lado de Magneto, ter alguns flashes de luta contra Wolverine e ser derrotado por Kitty Pride sendo um dos pontos mais baixos do pior filme dos X-Men jamais feito.

7 - Hector Hammond (Peter Sarsgaard, Lanterna Verde, 2011)


É até covardia mirar Lanterna Verde em busca de alguma coisa pra colocar em uma lista de "piores", mas ei, X-Men Origens: Wolverine, também é e eu não me furtei de cutucar essa ferida.
Hector Hammond, o xeno biólogo vivido por Peter Sarsgaard na adaptação dirigida por Martin Campbell em 2011 tem um defeito gravíssimo... Bom... Tem vários, mas enfim... Ele deveria ser um sujeito normal, com quem a audiência pudesse sentir alguma empatia e lamentar quando, ao entrar em contato com a gosma amarela nas feridas de Abin-Sur, ele ele é possuído por Parallax.
Não é o caso.
Sarsgaard tem pinta de psicopata o tempo todo, de modo que, quando ele evolui de jovem com careca oitentista para cabeça-de-testículo pulsante, realmente não chega a fazer diferença pra ninguém.
Pra piorar, depois que ele mata seu pai, objeto de sua ira desde o início do longa, suas motivações ficam tão vazias que ele acaba solenemente escanteado, deixando a mensagem de que o cara bonito, sarado e popular sempre ficará com a guria mais gostosa, terá o emprego mais maneiro e chutará a cara do sujeito inteligente, tímido, retraído e deficiente físico...

6 - Galactus (Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, 2007)


Nos quadrinhos, Galactus, o ente de poder divino amaldiçoado por um apetite insaciável que o força a consumir planetas inteiros de modo a se manter vivo, originalmente tinha a aparência de um gigante de bermuda e camiseta de manga curta e um elmo enorme com hastes como diapasões nas laterais da cabeça.
O visual duvidoso sofreu algumas alterações ao longo dos anos, mas uma coisa era clara:
Ninguém ria de Galactus, porque o detentor do poder cósmico comia Planetas como a Terra em apenas uma refeição.
Na sequência do sucesso moderado de Quarteto Fantástico, a Fox e Tim Story, diretor do primeiro filme, resolveram capitalizar em cima da ameaça do devorador de mundos e de seu arauto, o Surfista Prateado.
Parecia uma ótima ideia, elevar o grau de ameaça e fazer o engraçadinho filme original evoluir para um filme de super-herói mais sério...
Ficou só no campo das ideias.
O segundo filme da Primeira Família da Marvel continuava sendo uma leve comédia pra toda a família, diluiu a presença do Surfista e transformou o poderoso Galactus em uma nuvem facilmente dispersável por seu próprio capanga num filme tão ruim que decretou o fim do Quarteto no cinema por oito anos.

5 - Samurai de Prata (Hal Yamanouchi, Wolverine - Imortal, 2013)


Nos quadrinhos, Kenuichio Harada, o Samurai de Prata é um personagem complexo e honrado, que vive pelo seu clã e, dependendo do momento, pode ser tanto um aliado quanto um antagonista, normalmente no universo dos X-Men, embora tenha surgido originalmente em um gibi do Demolidor.
No filme Wolverine: Imortal, de 2013, o Samurai de prata se transformou num exoesqueleto de adamantium parecido com o vilão de Robocop 2 utilizado por Ichiro Yashida, um velho que, tão grato por Logan ter salvado sua vida durante a Segunda Guerra Mundial, resolve tentar roubar o fator de cura do mutante canadense e viver, ele próprio, pra sempre.
Se nem as facetas tratadas com mais fidelidade em Wolverine: Imortal funcionaram, imagine então essa destrambelhada releitura de um antagonista clássico servindo de muleta à uma trama confusa e sonolenta?


4 - Venom (Topher Grace, Homem-Aranha 3, 2007)


Sam Raimi, um apaixonado pelos quadrinhos clássicos do Homem-Aranha, desprezava o Venom da mesma maneira que a maioria dos fãs da fase clássica do Aranha faz.
Prova disso é que o diretor tentou, de todas as maneiras que pôde, evitar a presença do simbionte alienígena na série de filmes que dirigiu para a Sony ente 2002 e 2007.
Não deu.
O estúdio acabou empurrando o vilão goela abaixo do cineasta que deu um jeito de encaixar o personagem em uma trama inchada com outros dois antagonistas (o Homem Areia e o Duende Macabro).
O resultado não podia ser outro:
Sem espaço para desenvolver dois novos personagens e mais os dramas que já cresciam havia dois filmes o Venom interpretado por Topher Grace foi pouco menos que um acessório, visual e intelectualmente equivocado, abordado de maneira atabalhoada por diretor e intérprete e reduzido a uma quase participação especial no clímax de um filme tão inferior aos predecessores que acabou por sepultar a série.

3 - Sr. Frio (Arnold Schwarzenegger, Batman & Robin, 1997)


Imagine o seguinte:
Um ator que não sabe atuar, usando uma maquiagem de glitter azul, uma armadura de néon, pilotando um veículo que parecia algo entre Mad Max e A Corrida Maluca, roubando diamantes enquanto lutava contra Batman e Robin (George Clooney e Chris O'Donell).
Isso foi Batman e Robin, o filme de Joel Schumacher onde, palavras de George Clooney: ele se juntou com Schwarzenneger para destruir a franquia Batman nos cinemas.
O Governator tinha um visual ridículo, destrinchou a trágica história de Victor e Nora Fries em uma paródia com tom camp de fazer Adam West corar e era incapaz de dizer dois diálogos sem fazer algum trocadilho com gelo de causar vergonha alheia.
Schwarza conseguiu ser a pior coisa em um filme com a Hera Venenosa de Uma Thurman dançando vestida de gorila, o Robin playboy e insuportável de O'Donell pedindo um Batmóvel porque as gatas curtiam e o sorridente e brincalhão Batman de George Clooney que não saía da caverna sem o Bat-cartão de crédito... E ainda há quem não entenda porque todos os nerds fãs do Batman têm uma vela acesa do lado da foto de Christopher Nolan.

2 - Doutor Destino (Julian McMahon, Quarteto Fantástico, 2005, Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, 2007)


Vamos colocar as coisas da seguinte forma para quem não lê quadrinhos:
Se a Marvel fosse o universo Star Wars, Victor Von Doom seria Darth Vader.
O vilão que une habilidades místicas comparáveis às do Doutor Estranho, um gênio científico que rivaliza com o de Reed Richards, Hank Pym e Tony Stark, obstinação pétrea como a do Magneto e frieza psicopata digna do Duende Verde... Que é senhor do seu próprio país, a Latvéria, ao qual rege com as mãos de ferro de sua armadura, um híbrido perfeito de tecnologia e magia arcana e que toca órgão diante dos vitrais do castelo medieval que é seu palácio só podia ser O grande vilão do universo Marvel.
E é por isso que a versão do monarca de origem cigana apresentada em Quarteto Fantástico é tão desgraçadamente brochante quanto um chute nas gônadas.
O empresário inescrupuloso com escamosos trejeitos de galã de quermesse vivido por Julian McMahon não tem nada do garbo pérfido do vilão dos quadrinhos, nem sua majestade megalômana ou seu intelecto afiado.
Seus planos são chatos e óbvios, ele tem super-poderes tão genéricos quanto desnecessários e quando finalmente veste a máscara de Destino, ele parece um cosplay de baixo orçamento interpretado por um ator absolutamente comum.

1 - Lex Luthor (Jesse Eisenberg, Batman v Superman: A Origem da Justiça, 2016)


Reza a lenda que Zack Snyder e sua esposa entrevistaram Eisenberg para o papel de Jimmy Olsen nos estágios iniciais de produção de Batman v Superman. Após a entrevista, Snyder teria dito à patroa: "Esse cara é completamente louco. Não seria o máximo se ele fosse Lex Luthor?".
A resposta óbvia da senhora Snyder deveria ter sido "Não!", "Deus, não!", "Credo, não!" ou alguma coisa nessa linha.
Aparentemente ela não disse nada, e o resultado foi que Eisenberg foi, de fato, a nêmese de Superman no longa.
O resultado, claro, foi o esperado.
Eisenberg simplesmente não tem cancha pra convencer num papel que já foi de Gene Hackman e Kevin Spacey, e o aborda de maneira tão equivocada que até mesmo a interpretação de Michael Rosenbaum em Smallville parece trabalho de Lawrence Olivier na comparação.
Cheio de trejeitos deslocados, com um tom de voz que parece de um figurante de Uma Cilada para Roger Rabbit, com um plano absolutamente canhestro e um visual simplesmente idiota, Eisenberg, sob a batuta desastrada de Snyder conseguiu a proeza de errar de A a Z na construção do personagem, e ser a pior coisa de um filme repleto de problemas narrativos, além de ser, na opinião deste humilde blogueiro, o pior vilão de uma adaptação de quadrinhos para o cinema.

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