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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Resenha Cinema: Pets: A Vida Secreta dos Bichos


Ontem foi um daqueles dias do ano em que eu abro uma exceção na minha agenda cinematográfica pra assistir a uma animação.
Não sou um xiita.
Se é verdade que eu não sou fã de longas animados, também é que a qualidade do segmento vem crescendo vertiginosamente, em grande parte graças à Pixar, que elevou o padrão de animações ao torná-las muito mais do que um produto infantil. É impossível pensar em longas como Wall-E, Divertida Mente e UP: Altas Aventuras e não perceber que eles falam tanto para as crianças quanto para adultos.
A mesma coisa acontece, ainda que em menor escala, com comédias rasgadas como Shrek, Mega Mente, Kung Fu Panda e Meu Malvado Favorito. É justamente a produtora desse último, a Illumination Company da Universal, responsáveis pela implacável invasão dos Minions que agora tenta algo diferente com esse Pets: A Vida Secreta dos Bichos.
No longa, dirigido por Chris Renaud (de Meu Malvado Favorito 1 e 2 e O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida) e Yarrow Cheney, nós conhecemos o Jack Russel Terrier, Max (voz de Louis C. K.), um cão que vive uma vida de sonho com sua dona Katie (voz de Ellie Kamper).
Os dois têm uma relação perfeita no apartamento que dividem em Manhattan, onde tudo é perfeito exceto aquelas horas do dia em que Katie sai para trabalhar e Max a aguarda ansiosamente para que eles continuem brincando de arremessar a bolinha, saindo para passeios, ou apenas olhando a metrópole da escada de incêndio.
Outra coisa que acontece quando Katie, e todas as outras pessoas saem para trabalhar, é que os animais tomam conta de suas casas.
Se Max fica de olho na porta esperando sua dona, o pug Mel (Bobby Moynihan) se ajeita para latir para os esquilos na árvore em frente à janela. O daschund Buddy (Hannibal Buress)se acaba sendo massageado pela batedeira, enquanto a gata Chloe (Lake Bell) deixa sua ração de lado e acaba com a geladeira de sua dona, e a lulu da pomerânia Giglit (Jenny Slate) só tem olhos para Max do outro lado da rua.
Entre aguardar sua dona e curtir o tempo vago com os outros animais, a vida perfeita de Max sofre um baque quando Katie chega em casa com um novo amigo:
A enorme bola de pelos Duke (Eric Stonestreet, de Modern Family), um cão terra nova abandonado que Katie adota para ser o novo "irmão" de Max.
E se Max já achava que sua vida com Katie estava boa do jeito que estava, a presença de um canzarrão espaçoso na nova casa só o faz ter mais certeza de que Duke tem que sumir.
Enquanto os dois tentam se livrar um do outro, porém, as coisas dão errado, e a dupla acaba na carrocinha, de onde eventualmente são resgatados por um grupo de animais abandonados que pretende começar uma guerra contra os humanos.
Enquanto Duke e Max têm que lidar com o grupo liderado por Snowball (ótimo trabalho de Kevin Hart), Giglit percebe que seu amor platônico não voltou pra casa, e junto com Mel Chloe e Buddy, monta uma força tarefa de resgate que inclui ainda o falcão Tiberius (Albert Brooks), o porco-da-índia Norman (Chris Renaud), o periquito Ervilha (Tara Strong) e o velho basset Pops (Dana Carvey) para ajudar a dupla a voltar pra casa.
Então... A despeito de copiar descaradamente a trama de Toy Story, apenas trocando o "o que seus brinquedos fazem quando você não está por perto" por "o que seus animais de estimação fazem quando você não está por perto", o longa animado até que não é ruim.
Há piadas engraçadas para qualquer pessoa que tenha tido um animal de estimação na vida, um ótimo trabalho de dublagem e a qualidade técnica da animação é absolutamente inegável, infelizmente a qualidade do longa pára por aí.
Não há em A Vida Secreta dos Bichos nada que eleve o filme a alguma aspiração além das risadas descartáveis, a aventura é ingênua e inofensiva, as piadas idem, e quando o filme acena com algo além disso, na linha narrativa sobre o dono perdido de Duke, a ideia logo é abandonada em nome da correria (Não deixa de ser um exercício pensar na quantidade absurda de lágrimas que essa ideia renderia num filme da Pixar).
Enchendo o filme de animais diferentes que vão de víboras de uma presa só a poodles headbangers passando por porcos tatuados, gatos sphinx britânicos e crocodilos os roteiristas Cinco Paul, Ken Daurio e Brian Lynch conseguem ser inofensivamente divertidos, e obter 90 e poucos minutos de atenção e risadas, mas produzem um filme que não dura muito mais tempo do que isso na memória depois que a sessão acaba.
Ainda assim, é um bom programa para qualquer pessoa que goste de animais.
Se for assistir, priorize a versão com as vozes originais em inglês, ela é bem superior à versão em português vista nos trailers.

"-A revolução começou! Para sempre libertados, jamais domesticados!"

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