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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Resenha Cinema: Star Trek: Sem Fronteiras


Em dezembro do ano passado, quando foi divulgado o trailer de Star Trek: Beyond, eu escrevi aqui mesmo nesse blog, que a prévia deixava "bem claro: Com Justin Lin na direção, Star Trek é Velozes & Furiosos no espaço.".
Eu realmente não gostei do trailer que, ao som de Sabotage dos Beastie Boys mostrava relances de um filme com uma cara danada de Guardiões da Galáxia e que pouco tinha a ver com o clima do seriado sessentista e a série de filmes dos anos oitenta.
Por sorte, eu disse antes de concluir que entendia o desgosto dos fãs hardcore, que "Star Trek - Beyond, ainda pode ser um filmaço, e muito divertido", e após assistir ao longa nesse sábado, posso dizer, aliviado, que nisso, eu acertei em cheio.
Star Trek: Sem Fronteiras, terceiro episódio da saga da tripulação da Enterprise na linha de tempo alternativa iniciada em Star Trek (2009) se passa dois anos e meio após os eventos de Além da Escuridão: Star Trek, quando o grupo enfrentou a ira de Khan e viveu para contar a história.
A tripulação encabeçada pelo capitão James T. Kirk (Chris Pine), o primeiro oficial Spock (Zachary Quinto), o médico Leonard "magro" McCoy (Karl Urban), a xeno-linguista tenente Nyota Uhura (Zöe Saldaña), o navegador alferes Pavel Chekov (Anton Yelchin), o piloto Hikaru Sulu (John Cho) e o engenheiro Montgomery Scott (Simon Pegg) está no 966° dia de sua missão de cinco anos em espaço profundo, continuando suas viagens em busca de novos mundos, formas de vida e civilizações, exatamente o que Kirk ansiava ao final do último filme.
Entretanto, nós descobrimos através do diário de bordo do capitão que quase mil dias no espaço podem ser algo repetitivos, mesmo que pequenas missões se apresentem aqui e ali conforme a Enterprise vaga pelas áreas mais distantes do espaço não-mapeado firmando novas relações diplomáticas para a Federação.
A natureza episódica da rotina começa a fazer com que Kirk, agora mais velho do que seu pai era ao morrer, repense sua vida, e comece a pensar em sossegar o facho, passando adiante o comando da nave que vem sendo seu lar nos últimos anos.
Quem passa por um dilema semelhante é Spock. O meio vulcano, ao saber da morte do embaixador Spock (Leonard Nimoy, cuja morte foi integrada à história), também repensa sua vida, imaginando se o mais lógico, dada a míngua de seu povo, não seria se estabelecer em Novo Vulcano e "começar a fazer vulcaninhos", o que estremece sua relação com Uhura.
Em meio às dúvidas dos dois chefes da tripulação, a Enterprise chega à estação espacial de Yorktown, o mais avançado posto do espaço da Federação (E um deleite visual com suas ruas e prédios se estendendo por cima uns dos outros como uma montanha-russa de arranha-céus com um tipo muito particular de gravidade curvada), uma enorme base onde todas as raças federadas podem se encontrar e conviver, entendendo, de fato, o que a Federação representa.
É durante o breve período de descanso que uma nave refugiada surge em Yorktown pedindo por ajuda. A capitã, Kalara (Lydia Wilson) pede ajuda. Sua tripulação está perdida em um planeta além do cinturão de asteroides que delimita o espaço federado, e ela precisa de ajuda para resgatá-los.
Kirk prontamente se voluntaria para a missão, porém, após cruzar a necro nuvem da nebulosa, a Enterprise é atacada por um enxame de pequenas espaçonaves de ataque.
O violento ataque aleija a Enterprise, que se desmantela caindo no planeta altamid, onde a maior parte da tripulação é capturada por um alienígena chamado Krall (Idris Elba), um poderoso déspota cuja ferocidade só é igualada por um inexplicável ódio pela Federação.
Os únicos tripulantes que não são capturados são Chekov e Kirk, que permanecem com Kalara, McCoy, que sobrevive à um pouso desastrado junto com Spock, gravemente ferido, e Scotty, que acaba encontrando a alienígena Jaylah (Sophia Boutella), outra prisioneira de Krall em Altamid, procurando desesperadamente por uma forma de escapar.
Agora cabe a Kirk reunir sua tripulação, descobrir por que Krall os atraiu até uma armadilha, e como eles podem impedir seu plano de destruir a Federação.
O que é que eu posso dizer?
É sensacional.
Star Trek: Sem Fronteiras é divertidíssimo, um sci-fi competente com doses de aventura, ação e comédia que não esquece o fan-service e entrega uma experiência excitante e divertida.
O roteiro escrito por Simon Pegg e Doug Jung apesar de pirotécnico e extremamente destrutivo (ainda que não tanto quanto os roteiros de Roberto Orci, Damon Lindelof e Alex Kurtzman nas duas primeiras partes) centra sua atenção no cerne de Star Trek:
A tripulação da Enterprise.
Isso é um grande acerto, não apenas porque as relações entre os membros da equipe sempre foram a coisa mais importante da franquia, mas também porque Simon Pegg, um nerd de carteirinha bastante versado no universo trekkie, saca esses personagens e sabe aproveitar a dinâmica entre eles.
A grande prova disso talvez seja Chris Pine.
Se o ator conseguia ser um Kirk convincente desde o primeiro filme, quando evocava de maneira divertida a aura brega/cool do personagem, nesse filme ele alcança um novo patamar de segurança no papel e se mostra um James T. extremamente competente, conseguindo equilibrar a canastrice que William Shatner tornou inerente ao papel com o heroísmo genuíno de um homem disposto a tudo para salvar seus amigos e sua tripulação, e até alguns insights mais profundos, como a entrada do diário de bordo que abre o filme, por exemplo (que além de muito boa, exala o climão da série original).
Outro personagem que ganha nova vida em Sem Fronteiras é o doutor McCoy de Karl Urban.
O neozelandês finalmente ganha espaço para explorar a rabugice paranoica do chefe médico da Enterprise e sua inusitada parceria com Spock é simplesmente brilhante. Quando a tripulação é dispersada, formam-se duplas inesperadas, como Kirk e Chekov, Uhura e Sulu, e McCoy e Spock, facilmente a mais divertida.
Eu poderia assistir um filme inteiro estrelado apenas por Karl Urban e Zachary Quinto, de tão bacanas que os diálogos entre os dois são.
Claro, a apresentação de um novo vilão, um interessante trabalho de Idris Elba mostrando um raivoso alien que é uma contraparte de Kirk sob diversos aspectos (e que merecia mais um par de cenas para dar lastro à sua origem), e de Jaylah, uma personagem muito legal e com mais camadas do que as prévias faziam parecer, acaba fazendo com que nem todos os personagens tenham o merecido tempo de tela.
Uhura, Sulu e especialmente o Chekov do falecido Anton Yelchin têm pouco a fazer no filme, o que é uma pena.
Ainda assim, nas mãos do diretor Justin Lin, egresso da série Velozes & Furiosos, que faz um excelente trabalho tanto nas sequências de ação quanto na condução dos personagens, Sem Fronteiras funciona. E entre sequências pirotécnicas e Beastie Boys (Sim, a música toca no clímax do filme, e tem um papel importante na história e a sequência toda é do caralho) o filme vai cavando seu lugarzinho no coração da audiência ao encontrar, cena a cena, conflito a conflito e vitória a vitória o sabor de um episódio da série original anabolizado com efeitos visuais de última geração.
Sem Fronteiras tem seu próprio ritmo, e assim que nos habituamos a ele, somos surpreendidos por um filme cheio de afeto e reverência aos fãs e ao material original, chegando a arrepiar em seus momentos derradeiros, podendo até arrancar uma lágrima fugidia dos trekkies da antiga.
Com tanto a oferecer, eu francamente não vejo modo melhor de comemorar o jubileu de ouro da série.
Primeiro filme do ano a me deixar com um sorriso infantil de orelha a orelha ao final da projeção, Star Trek: Sem Fronteiras é excelente.
Assista no cinema. Vale demais a pena.

"-O espaço: A fronteira final...
-Essas são as viagens da nave estelar...
-Enterprise. Sua contínua missão...
-De explorar estranhos novos mundos...
-De buscar novas formas de vida...
-E novas civilizações...
-De audaciosamente ir onde ninguém jamais esteve."

Um comentário:

  1. Essa história não é incrível, a produção não soube trazer o assunto. Mais Sofia Boutella demonstrou por que é considerada uma grande atriz. Ela sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Recentemente la vi en sua novo trabalho Fahrenheit 451 filme. Na minha opinião, este foi um dos melhores filmes de ação que foi lançado mais o talento desta é muito bom. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Sempre achei o seu trabalho excepcional, demonstrou por que é considerada uma grande atriz, e a sua atuação é majestuosa. Na minha opinião, este foi um dos melhores filmes de ação que foi lançado mais o talento desta é muito bom.

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