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sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Resenha Cinema: Conexão Escobar
É engraçado como Pablo Escobar, o Elvis Presley dos narcotraficantes sul-americanos deu uma de Elvis Presley e vinte e três anos após sua morte, experimenta um novo surto de popularidade.
Além do bem-sucedido seriado Narcos na Netflix, o barão da cocaína também conseguiu seu nome no título em português de The Infiltrator, longa onde, nem de longe é figura central como na série estrelada por Wagner Moura, mas tem sua sombra lançada sobre os personagens de maneira agourenta por boa parte do filme.
Longa que adapta o livro de memórias do agente federal da Alfândega Robert Mazur (Bryan Cranston), que em 1985 teve a ideia de uma operação que mudava a abordagem das agências da lei norte-americanas na guerra contra as drogas de Ronald Reagan.
Se até então, as forças policiais perseguiam as drogas, fazendo grande alarde com suas apreensões de centenas e centenas de quilos que cocaína de cada vez, uma migalha em um universo onde o cartel de Medelín, sozinho, transportava quatrocentas toneladas da droga para os EUA pela Flórida periodicamente; Mazur teve a ideia de, ao invés de perseguir as drogas, ir atrás do dinheiro, e dos peixes grandes.
Um experiente agente infiltrado, Mazur cria a persona de Robert Musella, um empresário cheio de negócios legítimos capaz de lavar centenas de milhões de dólares em dinheiro de drogas que com a ajuda de seu parceiro, Emir Abreu (John Leguizamo), consegue uma porta de entrada para o mundo dos grandes traficantes.
Mazur e Abreu, precisam convencer os bandidos de que são confiáveis em todos os sentidos para galgar os degraus da organização criminosa até os maiores chefões do cartel. Uma tarefa que se mostra particularmente árdua quando se lida com assassinos cruéis e sem escrúpulos e onde qualquer deslize acarreta consequências, como o fato de Robert se negar a fazer sexo com uma prostituta para se manter fiel à esposa com quem o casamento sofre as reverberações de sua vida dupla, culminando com a adição de uma nova agente à equipe, Kathy Ertz (Diane Kruger), que se torna sua "noiva".
A cada novo círculo alcançado, aumenta o escopo de um eventual sucesso da operação, mas os riscos envolvidos também aumentam em proporção geométrica, especialmente quando, após serpentear entre assassinos e banqueiros, Robert finalmente alcança Roberto Alcaino, um importante tenente na organização do próprio Pablo Escobar, colocando Mazur, Ertz e Abreu em estado de constante apreensão o tempo todo conforme eles lutam para manter seus disfarces enquanto fecham o cerco para o que pode ser o maior êxito da guerra contra as drogas até então.
Dirigido por Brad Furman, o mesmo de O Poder e a Lei e Aposta Máxima com roteiro adaptado por Ellen Brown Furman, Conexão Escobar é um bom filme de tira infiltrado.
Não tão bom quanto Os Infiltrados ou Donnie Brasco, mas bom o suficiente para se sobressair em uma temporada repleta de filmes para crianças.
O trabalho de Furman na direção não chega a ser um primor.
Há zero assinatura na forma como a história é contada, mas ao menos o cineasta acerta na direção do elenco, todo muito bem.
John Leguizamo faz um ótimo trabalho como o tira porra-louca desajustado Emir Abreu, Benjamin Bratt está muito bem como Roberto Alcaino, o homem de família amigável e polido que é o braço direito de um açougueiro. Diane Kruger surpreende na pele de Ertz, e consegue não apenas não sumir, mas também roubar várias de suas cenas com o dono da festa, Bryan Cranston.
O eterno Walter White alcança um equilíbrio complicadíssimo ao convencer não apenas interpretando Robert Mazur, mas Robert Mazur interpretando Robert Musella.
A cena com o bolo no restaurante é excelente, mostrando o ator indo de um personagem ao outro em questão de segundos. Muito do que funciona o filme se deve à performance do ator que encabeça o elenco (ainda composto por Amy Ryan, Olimpia Dukakis, Jason Isaacs, Juliet Aubrey e Joseph Gilgun.).
Apesar da direção morna, o longa consegue criar momentos de tensão genuínos, conta uma boa história, e tem trabalho de elenco acima da média.
Certamente vale a ida ao cinema, especialmente para fãs de um bom filme policial.
"-Eu não negocio sob ameaça.
-Infelizmente você não está em posição de ditar termos com don Pablo."
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Obrigado pela resenha sem dúvida verei a série. Adoro muito o tema de máfia e tambem a série Sr. Avila, a última temporada me deixou na dúvida do que passaria com o personagem de Tony Dalton, e pelo o que eu vi no trailer da quarta temporada de Sr. Ávila emocionei muito, ancho que é uma das melhores series sobre a mafia, parece que vai ser algo bom. De acordo com os detalhes que vi sobre a produção da nova temporada, os lugares serão fantásticos e a história terá um giro inesperado. Não posso esperar!
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