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terça-feira, 25 de outubro de 2016

Resenha Série: Luke Cage Temporada 1: Episódio 13: You Know My Steez



Atenção! Há spoilers!
Chegou o momento da verdade. Luke Cage sai no braço com seu meio-irmão, o Cascavel, numa luta pela alma do Harlem.
Mas mesmo que seja capaz de derrotar Willis Stryker, ainda há muito para Luke se preocupar, à medida em que Mariah e Shades continuam à solta tramando seus próximos passos.
Luke Cage chegou ao seu clímax sofrendo de sérios problemas:
Seus vilões.
Cascavel pode ser um sujeito desequilibrado e cruel, mas a verdade é que por mais que tenha um passado em comum com Luke, e um profundo ressentimento de anos para com seu meio irmão, ele é um personagem unidimensional e pouco inspirado com um passado unicamente sugerido, e parcamente mostrado em flashbacks sem um décimo da inspiração daquele de Mariah e Stokes em Manifest.
Cornell Stokes era um personagem infinitamente melhor construído, cheio de camadas e, para seu azar, humano demais para ser um vilão que causasse ojeriza na audiência.
Mariah Dillard chegou a dar pinta de que podia se tornar a força a ser temida no Harlem, inclusive porque seu arco de transformação de vereadora em herdeira de Mama Mabel fora muito bem explorado, mas a verdade é que Mariah não decidiu se queria ser uma chefona do crime ou uma criminosa de colarinho branco, sendo constantemente escanteada pela narrativa.
O único vilão indubitável que permaneceu no programa foi o Shades de Theo Rossi, mas foi tratado apenas como capanga durante a maior parte da temporada, de modo que para a audiência que havia visto o espetacular Wilson Fisk de Vincent D'Onofrio roubar a cena em Demolidor, e o Kilgrave de David Tennant ser a melhor parte de Jessica Jones, não dá pra não pensar que Luke Cage careceu de um bom vilão.
E isso ficou dolorosamente claro no episódio final da primeira temporada.
As lutas de Luke Cage nunca chegaram perto do espetáculo de artes marciais de Demolidor, e esse confronto final entre o herói e Cascavel com seu traje Hammertech talvez tenha sido a pior luta da série inteira, especialmente por um desfecho vago e pouco explicado (como assim "eu parei de alimentar seu ódio"? O traje era movido a ódio?).
Um micro flashback em meio à luta deveria ter dado profundidade à relação de Luke e Willis, mas não funcionou, talvez ter esperado até o último capítulo para fazer isso não tenha sido uma decisão das mais inspiradas.
Pra piorar, nocautear Stryker nem sequer deu fim aos problemas de Luke.
Conforme ficou claro ainda no meio da pancadaria, Mariah estava dois passos à frente de Cage e de Misty Knight o tempo todo, e com a ajuda de Shades e da incompetência da detetive Knight, se livrou rapidamente de Candace e do testemunho da jovem.
Black Mariah sai do armário tomando conta do Harlem's Paradise com Shades ao seu lado, não sem antes alertar os federais do paradeiro de Luke ao se referir a ele como Carl Lucas na TV.
Se Luke foi inocentados das mortes dos policiais e da morte de Cornell (mais ou menos...), ele ainda tinha uma sentença a cumprir em Seagate, o que deixou seu final feliz com Claire pendurado no pincel.
Mesmo a derrota de Cascavel acabou não sendo definitiva, já que o doutor Burnstein ressurgiu no final do capítulo, aparentemente pronto para dar a Willis Stryker o mesmo tratamento recebido por Luke.
O final de Luke Cage deixou a impressão de uma ótima série que não conseguiu se manter em alto nível o tempo todo (Algo que, por sinal, também havia acontecido com Jessica Jones), e que falhou por não ter vilões à altura de suas séries irmãs.
A temporada teve momentos excepcionais, os episódios 4, 7 e 11 foram ótimos, mas no geral, o programa não encosta em Demolidor.
Ainda assim, com bons coadjuvantes e um personagem central maneiro e socialmente relevante, o futuro de Luke Cage pode ser brilhante se os produtores estiverem dispostos a rever algumas questões como a qualidade dos vilões.
O futuro da Marvel na Netflix é muito promissor, basta pegar algumas dicas com Demolidor, que mesmo cego acertou na mosca em duas temporadas.
Que venham Punho de Ferro e Os Defensores.

"-Obrigado por manter o Harlem seguro, baby"

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