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sábado, 17 de dezembro de 2016
Castigo
Há exatos dez anos atrás, em um domingo pela manhã, o Internacional batia o Barcelona, então melhor time do mundo, que tinha em seu elenco o melhor jogador do mundo, e galgava o mais alto degrau da glória esportiva possível a um clube de futebol:
A Copa do Mundo de Clubes da FIFA.
Foi com um gol do odiado Adriano Gabiru, que entrara sob os olhares aflitos de todos os colorados do Rio Grande no lugar de Fernandão, o capitão colorado, ídolo de 99 em cem peles-vermelhas, que o Internacional alcançou sua maior glória lá nas bandas de Yokohama.
Uma década depois de alçar seu voo mais alto, o Internacional de hoje é um clube em frangalhos.
Com uma direção de soberbos que se perpetuou no poder e monta times dizendo amém para empresários recheando a enxovalhada camisa escarlate com "jogadores de futebol" que, de tão pesadas as aspas ao redor do título, passaram os últimos dez meses se arrastando em campo, e arrastando à tira-colo a torcida colorada rumo ao abismo da série B.
Não se alimenta jumento com pão de ló, e infelizmente foi exatamente o que a direção do Internacional fez em anos recentes.
Fosse por segundas intenções ou incompetência, os alto gabinetes do Beira Rio se tornaram o matadouro das aspirações do clube. O tempo do jogador bom e barato foi-se pelas esteiras da história, sendo substituído pelo ruim e caríssimo que ocupa sete em onze posições da escalação a cada jogo.
A soberba que levou o Beira-Rio do pobre de chinela se descabelando de pé no concreto da arquibancada a se tornar o templo dos endinheirados bem vestidos sentados na cadeira de plástico vermelho enquanto faz autorretrato com smartphone pra postar na rede social cobrou seu preço.
O zé das couves que carregava tijolo em carrinho de mão pra erigir o estádio foi substituído pela loira maquiada com esmero às quatro da tarde de domingo ou o gurizão cheio de gel no cabelo com uma camiseta da Nike de 350 reais, porque estes tipinhos paga mais caro pra ir ao jogo e compartilhar no facebook.
É mais lucrativo.
E menos eficaz.
O Internacional tem a terceira melhor média de público do brasileirão, mas o estádio não pulsa.
Não vibra.
Não ruge.
Não joga.
A organizada composta por moleques de dezessete anos canta suas musiquinhas e saltita atrás das goleiras com efeito zero. São marionetes de alguém. O futebol é secundário. Estão lá pra apoiar.
Não importa o que acontece em campo. Nem olham o jogo.
Apoio incondicional dá nisso.
Os burros criados a pão de ló acham que estão agradando.
Esquecem como é ser criticado. Se ouvem apupo dos mais exigentes, que querem bom futebol, cérebro funcional ou um mínimo de empenho, se ofendem.
Chamam a imprensa e fazem declaração. Lançam nota oficial.
Nota oficial de jogador de futebol é o fim da várzea.
Jogador ofendido porque ouviu vaia, idem.
Foi o que o Internacional erigiu em anos recentes. Lá se vão seis anos desde a última conquista de peso.
O clube só se apequenou nesse tempo.
Enxotou o povo do clube do Clube do Povo porque vende melhor ser "Campeão de Tudo".
Mais status.
O grupo que vem gerindo o Internacional em anos recentes cometeu todos os equívocos que a soberba e a ganância permitem cometer, e o rebaixamento é castigo plenamente merecido pra eles, que venderam a alma Colorada à série B por doze moedas de prata.
É uma pena que a torcida tenha que ir junto.
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