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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Top 10 Negativo - Cinema 2016

Ano passado eu me queixei do fato de que estava difícil encontrar dez filmes que valessem a posição na lista de melhores do ano, e ainda mais difícil reduzir a lista de piores a apenas dez títulos.
2016 talvez tenha sido o pior ano da história recente da humanidade. Entre a crise migratória do oriente médio ceifando milhares de vidas, e eleição de Donald Trump acenando com um apocalipse atômico, a guerra civil na Síria, a tensão racial nos EUA a crise econômica brasileira, os estados e municípios sucateados, as mortes de personalidades e o rebaixamento do Internacional, só quem tem motivos pra comemorar esse ano são a associação nacional do rifle e os executivos da Disney e seus bilhões de dólares de lucro em bilheterias.
Nem ir ao cinema melhorou a desgraceira em 2016, haja vista que, a exemplo de 2015, encontrar dez filmes para a lista de melhores do ano foi uma tarefa complexa, e reduzir a lista de piores a apenas dez, foi ainda mais difícil do que trezentos e sessenta e quatro dias atrás.
Ainda assim, com um pouco de esforço, e estabelecendo critérios como expectativa x desapontamento, deu pra fechar um top-10 negativo justo.
Como de hábito, apenas filmes lançados no Brasil de janeiro pra cá em qualquer plataforma, e que eu tenha assistido, óbvio.

10: Vizinhos 2


O primeiro Vizinhos era uma comédia divertida.
Não ficava na mente por muito tempo, mas garantia risadas honestas e até uma eventual gargalhada durante a projeção usando o carisma de Seth Rogen e sua boa química com Rose Byrne para construir uma tradicional comédia de opostos unindo o casal contra a fraternidade liderada pelos impossivelmente idiotas Zack Efron e Dave Franco.
O segundo filme tenta repetir a fórmula de maneira descarada e, ao tentar ser simultaneamente ofensivo e politicamente correto, não consegue ser nenhuma das duas coisas, e pior, nem consegue ser engraçado.
Rogen e Byrne fazem força para que sua boa química renda alguma coisa enquanto Zack Efron abraça o ridículo do saradão burro e Chlöe Grace-Moretz apenas está lá, mas não adianta.
O roteiro porcaria não decola, nada funciona e o longa abusa da escatologia por noventa e dois longos minutos sem nenhuma risada.
E poucas coisas são tão ruins quanto uma comédia sem risadas.

9: Caçadores de Emoção: Além do Limite


Sejamos francos...
O Caçadores de Emoção original estava longe de ser um grande filme.
Até hoje eu não sei porque ele virou motivo de culto, mas a verdade é que o filme de Katherine Biggelow era uma fita de ação bem executada com um protagonista carismático e belas sequências de esportes radicais, e meio que era isso.
Ele precisava de um remake tanto quanto Tom Hanks precisa de outro Oscar.
Ainda mais quando o que o diretor desse remake, Ericson Core fez, foi mostrar a mesmíssima história do longa de Biggelow, tirar todo o carisma do protagonista, aumentar a quantidade de sequências de esportes radicais, remover toda a qualidade da ação e chamar uma abominação com cara de comercial de Gatorade de filme.
O longa escrito por Kurt Wimmer é tão ruim, que a única razão para não estar mais perto do topo dessa lista é o fato de que ninguém em sã consciência poderia esperar muito de um projeto que tinha "bomba" escrito por todos os lados.

8: Zerando a Vida


Adam Sandler está precisando de uma doença terminal.
Não me entenda errado.
Não desejo mal pro sujeito.
Se ele tiver alguma doença terminal eu torceria pra que ele se recuperasse totalmente dela.
A única razão para eu ter dito isso, é que em Tá Rindo do Quê, última comédia engraçada estrelada por Sandler, seu personagem se recupera de uma doença grave, mas durante o tratamento, ele vislumbra sua vida e percebe como suas escolhas foram equivocadas.
Equivocadas como esse Zerando a Vida, longa que mostra Sandler e David Spade como amigos da escola que se reúnem para uma grande aventura enfrentando mafiosos e executivos corruptos e que, pasmem, nem é o pior filme de Sandler nos últimos tempos, e isso diz muito sobre a qualidade de seus projetos recentes.

7: Truque de Mestre: O Segundo Ato


O primeiro Truque de Mestre era uma porcaria tão detestável, pretensiosa e idiota que eu coloquei o filme no topo da lista de piores em (eu acho) 2013.
O segundo filme é igualmente detestável e idiota, mas ao menos não é tão pretensioso e antipático quanto o original, de modo que eu peguei mais leve com a sequência.
O longa sobre o grupo de mágicos justiceiros que punem os gananciosos e os poderosos sendo exposto por um inimigo misterioso é um prepóstero do início ao fim, e cada vez que tira um óbvio coelho da cartola faz uma pausa esperando um aplauso injustificado.
Filme de mistério categoria sorvete na testa desperdiçando o talento de um bom elenco em duas horas de pirotecnia com zero conteúdo.
O pior de tudo?
Provavelmente haverá um terceiro ato em algum momento...

6: Alice Através do Espelho


James Bobin herdou a batuta de Tim Burton para dar sequência às aventuras de Alice no Submundo, o longa que, em 2010, faturou mais de um bilhão de dólares em bilheteria ao recontar a história da menina que seguiu um coelho branco até um buraco que a levou a um mundo repleto de magia e seres fantásticos.
O grande mistério aqui é, porque o longa original faturou tanto, e essa sequência, que é basicamente o mesmo filme, faturou tão pouco?
Meu palpite para o fracasso é o escândalo de Johnny Depp, um dos protagonistas do longa, que à época do lançamento foi acusado de agressão pela esposa Amber Heard.
É a única explicação que eu encontro já que os dois longas partilham absolutamente os mesmos defeitos.
CGI em profusão, 3-D gratuito e atuações em piloto automático de todo mundo exceto Helena Bohan-Carter e Sacha Baron-Cohen.


5: Esquadrão Suicida


A DC tinha dado um passo acertado na construção de seu universo cinematográfico com competente O Homem de Aço, deu uma escorregada com Batman vs Superman: A Origem da Justiça, que pecou pelo excesso de trama e pelos equivocados Lex Luthor e Apocalypse, e levou um tombão violento com Esquadrão Suicida.
O pior de tudo é que o longa tinha muita promessa, um bom elenco, visual bacana, e uma premissa com um potencial do caralho, tudo posto a perder por um roteiro absolutamente imbecil com uma trama sem sentido.
Uma executiva do governo resolve escalar supervilões pra proteger os interesses dos EUA. Um dos dois supervilões com superpoderes que ela tem, se revolta contra sua autoridade e manda uma cidade inteira pro inferno.
A solução?
Juntar um ótimo atirador, uma psicopata de 52 quilos com um revolver e um bastão, um bebum com um bumerangue, um escalador de paredes, um homem crocodilo e um pirocinético para enfrentar essa ameaça mística... Junto com um grupo de atiradores treinados do exército... Sério... Tente vender essa ideia pra alguém sem o selo da DC Comics e veja a reação.
Apesar dos esforços de Viola Davis e Margot Robbie, o filme naufraga feio, conseguindo até a proeza de tornar o Coringa uma bosta.

4: Caça-Fantasmas


A internet tentou condenar Caça-Fantasmas à morte por ostracismo antes mesmo do lançamento do filme.
O longa dirigido por Paul Feig, e estrelado por Kristen Wiig, Melissa McCarthy (trio egresso de Missão Madrinha de Casamento), Kate McKinnon e Leslie Jones foi campeão de rejeição no Youtube assim que o primeiro trailer do remake caiu na rede em fevereiro, fato que o roteiro chega a abordar à certa altura...
E se é verdade é que o filme nem chega a ser tão ruim quanto o trailer sugeria, ainda assim, ele é muito ruim.
Pra piorar, parece que o filme joga o tempo todo na defensiva por conta da rejeição prévia, e, não bastasse isso, não consegue preencher os sapatos do filme original, que está no imaginário coletivo de toda uma geração.
Com uma trama morna, piadas medíocres, excesso de CGI e um terceiro ato absolutamente excessivo, chega a dar uma ponta de vergonha alheia quando, na cena pós-créditos, o filme acena com uma sequência.

3: Zoolander Nº 2


O primeiro Zoolander era uma comédia muito engraçada onde Ben Stiller tirava onda sem dó nem piedade do mundo da moda.
O longa era cheio de momentos hilários e certamente elevou as vendas de mocha frapuuccino de laranja no Starbucks, sua tardia sequência parecia uma boa ideia, no papel.
Ben Stiller mais maduros após os bons A Vida Secreta de Walter Mitty e Trovão Tropical poderia voltar ao seu personagem definitivo e arrancar mais duas horas de risadas enquanto tirava sarro de pessoas bonitas e burras.
Mas o inferno está repleto de boas intenções, e a sequência é absolutamente insonsa, sem nenhuma gargalhada além de um risinho pro lado aqui ou ali, e uma repetição da fórmula do primeiro longa elevada à enésima potência sem nenhum resultado.
Se fosse esquecível, seria menos incômodo.

2: Deuses do Egito


Alex Proyas é um bom diretor.
O cineasta tem no cartel longas como O Corvo com Brandon Lee, Eu, Robô com Will Smith, Presságio, talvez o último filme de grande circuito estrelado por Nicolas Cage que valia a ida ao cinema...
Ás vezes eu me perguntava por que Proyas tinha intervalos tão grandes entre um filme e outro. Assistindo, no cinema, a esse Deuses do Egito, e cheguei à conclusão de que, talvez, Proyas pudesse ter pensado um pouco mais antes de levar adiante esse infernal amálgama de Fúria de Titãs com Transformers estrelado pelo elenco com menos cara de egípcio da história recente.
Na trama onde o deus Set (Gerard Butler), comandante do quadrante escocês do Egito surge para matar Osiris (Bryan Brown, comandante do quadrante australiano do Egito), e usurpar o trono de Hórus (Nicolaj Coster-Waldau, senhor do setor dinamarquês do Egito), que só pode retornar ao poder com a ajuda do jovem ladrão Bek (Brenton Thwaites) não existe coerência apenas pirotecnia.
Volta e meia os deuses de mais de três metros de altura se transformam em um tipo de construto dourado e lustroso que parece um fugitivo dos clipes do Linkin Park conforme a trama tropeça de um confronto ao próximo até o desfecho num espetáculo de excesso visual vazio.

1: Independence Day: O Ressurgimento


Em julho de 1995 alienígenas invadiram a Terra e destruíram cidades inteiras até serem derrotados pelas forças armadas dos EUA após uma arriscada missão onde Will Smith voou com Jeff Goldblum até dentro da nave mãe alien e, com um vírus de computador criado em um Macbook, desabilitou as defesas dos invasores possibilitando o ataque das forças terráqueas.
Vinte e um anos se passaram e esses alienígenas voltaram com o firewall ativado para obter sua vingança.
A humanidade teve mais de duas décadas para se preparar para o ataque. Utilizando engenharia reversa na tecnologia alienígena, preparou inacreditáveis defesas e... Não adianta nada.
Nossos protetores sequer conseguem perceber quando uma espaçonave do tamanho da lua surge devastando tudo o que existia entre nós e mais uma invasão extremamente destrutiva em que cidades inteiras são varridas do mapa e ninguém liga porque de 1995 pra cá isso deixou de ser um evento.
Elenco no piloto automático, efeitos visuais de ponta, e um samba do alienígena doido que eu nem me lembro direito como acaba mas que jura que vai ter uma sequência onde a humanidade vai "chutar alguns traseiros alienígenas".
Sério.
Essa fala encerra o filme.

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