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terça-feira, 23 de maio de 2017

Resenha Cinema: Rei Arthur: A Lenda da Espada


Alguns anos atrás foi lançado o último filme sobre o rei Arthur de que eu me lembro. Se não me falha a memória, chamava-se apenas Rei Arthur e era estrelado por Clyve Owen, Kiera Knightley, Ioan Gruffud, Mads Mikkelsen... Foi dirigido por Antoine Fuqua e, apesar de diversas boas ideias, não era um bom filme. Ou, ao menos, não era um filme tão bom quanto a lenda do rei Arthur poderia render.
Acho que teve um seriado com a mesma temática entre o Rei Arthur de Owen e Fuqua e esse, de Guy Ritchie e Charlie Hunnam que eu fui assistir ontem, mas, novamente, se minha memória me serve direito, a tal série foi cancelada com uma ou duas temporadas...
Aparentemente a indústria cinematográfica atual não manja de como tornar a lenda de Arthur, Camelot e os Cavaleiros da Távola Redonda um produto atraente para o público consumidor de hoje. Quiçá porque ficam mirando o público consumidor de hoje, composto, em sua maioria, por idiotas.
Mas enfim...
Ontem, com alguns dias de atraso, consegui ir ao cinema ver o novo rei Arthur, não tenho nada contra Charlie Hunnam e gosto dos filmes de Guy Ritchie, por mais que o filme não fosse o rei Arthur que eu sempre quis ver, talvez fosse um rei Arthur temperado com a malandragem rueira inerente aos personagens do cineasta, e resultasse em uma sessão de cinema divertida.
O longa abre nos situando em uma Inglaterra em guerra contra uma nação de magos.
O rei Uther Pendragon (Eric Bana) vê Camelot ser atacada pelas bestas de guerra do mago Mordred (Rob Knighton) e suas tropas bárbaras.
Tudo parece perdido, e o irmão mais novo do rei, príncipe Vortigern (Jude Law), chega a tentar convencer seu irmão de que uma rendição seria aceita pelo mago.
Mas Uther não está interessado em rendição. Ele monta em seu cavalo branco e avança contra os elefantes de Mordred, que têm o tamanho do Godzilla, invade a fortaleza que as grandes bestas carregam nas costas, e, usando a espada Excalibur, presente do mago Merlin ao rei, põe fim à ameaça.
Ou ao menos é o que ele pensa.
Pois toda a provação pela qual Camelot passou não foi em vão, mas sim orquestrada por Vortigern, que convenceu os magos a lançar guerra contra Camelot para tomar a coroa do irmão mais velho. E a morte de Mordred não encerrou os planos nefastos do príncipe.
Com seu plano inicial arruinado, Vortigern se dispõe a arriscar tudo em nome de uma contingência, nem que, para isso, precise sacrificar aquilo que mais ama, e até mesmo sua alma.
O príncipe sucede em seu intento, e elimina Uther e sua esposa, mas o herdeiro do rei, o pequeno Arthur, consegue escapar, e de Camelot, vaga pelas águas do Tâmisa até a cidade de Londinium, antiga capital romana na bretanha, onde é encontrado por uma prostituta, e cresce em um bordel, aprendendo tudo o que as ruas têm a ensinar, se fortalecendo e, à sua maneira, se tornando um líder ao atingir a idade adulta (e ganhar a cara de Charlie Hunnam).
Tudo isso enquanto Vortigern reina soberano sobre toda a Inglaterra, ao menos até as águas ao redor de Camelot baixarem repentinamente, revelando a presença de Excalibur, a qual todos julgavam perdida, a herança de Uther, que pode pode trazer de volta o Rei de Nascença.
E quando todos os jovens da Inglaterra são levados à Camelot para testar sua sorte, isso inclui Arthur que, ao puxar a espada da pedra, vê sua vida virar de cabeça pra baixo.
Imediatamente começa uma corrida, de um lado Vortigern, tentando impedir a ascensão de seu sobrinho perdido, de outro, a rebelião composta por antigos cavaleiros fiéis a Uther, como Bedivere (Djimon Hounsou), Bill Ensebado (Aidan Gillen), Percival (Craig McGinlay) e uma misteriosa maga (Astrid Bergès-Frisbey), que tentam levá-lo ao trono.
Mas o que fazer quando o próprio Arthur não parece interessado no trono, na coroa e especialmente n'A Espada?
Infelizmente Rei Arthur: A Lenda da Espada não funciona.
O longa está repleto de boas ideias, sacadas interessantes e uma interpretação promissora da lenda de Arthur acenando com o que poderia ter sido um divertido longa de espada e magia que acaba soterrado pelo excesso de estilismo que faz a forma ruir pesadamente sobre o conteúdo.
Em certas sequências temos a impressão de que o roteiro (de David Dobkin, Joby Harold, Guy Ritchie e seu colaborador habitual Lionel Wigram) foi filmado sob o efeito de crack porque simplesmente não há justificativa para as coisas ficarem tão aceleradas. A omada do trono da Inglaterra é tratada como um filme de assalto, juntando uma equipe multicultural com habilidades distintas para aplicar o golpe, há monstros gigantes por todos os lados e a edição é surtada enquanto a história é, por vezes, aborrecida, fazendo o filme parecer uma lesma que cheirou cocaína.
E é uma pena.
Há um bom elenco, uma história que ainda carece de sua grande versão na telona, e Guy Ritchie é um cineasta cujo estilo parece feito pro revisionismo, mas as coisas simplesmente não funcionaram em Rei Arthur: A Lenda da Espada, que, cheio de explosões, incêndios, lutas, correria e malandragem é o mais longo filme de duas horas que eu assisto em muito tempo, e que misteriosamente quase desaparece da mente assim que saímos do cinema.
Se estiver muito curioso, espere o DVD.

"-Você me perguntou o que me deu direção... Foi você."

Um comentário:

  1. Goste ou não, a assinatura de Guy Ritchie está presente, o que significa dizer: intercalar imagens aceleradas com outras em slow motion. O filme me manteve tensa todo o momento, se ainda não a viram, amei Rei Arthur. No elenco vemos Charlie Hunnan e Jude Law, dois dos atores mais reconhecidos de Hollywood que fazem uma grande atuação neste filme. Realmente a recomendo.

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