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segunda-feira, 29 de maio de 2017
Resenha Filme: War Machine
Quando eu vi o trailer de War Machine, recente parceria entre o serviço de streaming Netflix e a Plan B, produtora de Brad Pitt, eu abri um sorriso satisfeito pensando que, por mais que não fosse original, uma sátira ácida à ocupação militar norte-americana no Afeganistão seria, ao menos, divertida.
Brad Pitt não é mau ator, e quando faz comédia tende a ser ainda mais competente do que quando faz dramas, e o trailer de War Machine acenava com um daqueles palcos perfeitos para Pitt desenvolver um personagem divertido, cheio de tiques e manias, com jeito de falar, andar e olhar característicos em uma história mostrando, de maneira divertida, os absurdos da guerra.
No sábado, acometido de um violento resfriado, e sem ter tido chance de ir à locadora, resolvi assistir ao longa escrito e dirigido por David Michôd, que narra a história do general Glen McMahon (Pitt), que após o início da administração Obama nos EUA, foi chamado para comandar a forças de ocupação da OTAN no Afeganistão.
A ideia é que McMahon fosse até lá para garantir uma eleição presidencial justa, e entregar o país nas mãos de sua nova administração para que os EUA pudessem retirar suas tropas do território afegão.
Com o que os políticos que o convocaram não contavam era com a obstinação pétrea de "Glenimal" McMahon, que não vai ao Afeganistão meramente para comandar uma retirada, mas sim para vencer uma guerra.
Decidido a liderar suas forças à vitória, McMahon precisa entender a realidade da ocupação afegã, com tropas da coalizão dispersas que mal se falam entre si, um exército local absolutamente amador, um presidente sem-noção e uma população que não quer ajuda dos invasores estrangeiros.
Habituado a ser uma referência entre seus pares, General McMahon não se intimida diante das adversidades, e imediatamente começa a planejar sua estratégia para mais um triunfo militar, nem que para isso precise jogar sujo, passar por cima dos colarinho-brancos e até mesmo fazer um tour pela Europa em busca de soldados acompanhado de um jornalista da revista Rolling Stone.
Mas com seu foco tão direcionado à vitória, o carismático general pode esbarrar em um fato que lhe passa despercebido:
A ocupação do Afeganistão é diferente de todas as outras guerras lutadas pelos EUA.
A despeito de não ser um mau filme, War Machine tem um problemas gravíssimo em sua execução: O longa de David Michôd jamais encontra um tom correto para sua narrativa.
Em seu início, o filme corre como uma comédia de erros, apontando a personalidade de McMahon, seus feitos e sua equipe, tudo de maneira cômica, roçando-se no absurdo.
Isso funciona, já que a caracterização de McMahon feita por Brad Pitt se presta ao gênero. O militar de expressão torta, com as mãos retorcidas em uma garra que corre onze quilômetros diários com calções erguidos até o estômago parece um personagem feito pra uma comédia de absurdos.
Um militar à moda antiga jogado em um conflito dos dias de hoje, que é convocado para limpar uma bagunça, mas deseja uma chance de vitória e glória.
O problema é que o filme joga esse personagem, seguido por um séquito composto de militares obtusos e burros, lobistas e relações-públicas, em uma história que jamais decide se quer ser um drama, uma sátira, um documento, ou um filme de guerra e que acaba não sendo nada.
E isso é terrivelmente frustrante.
Especialmente porque a história do filme, baseada no livro de Michael Hastings The Operators: The Wild and Terrifying Inside Story of America's War in Afghanistan, originado de sua reportagem "The Runaway General" para a Rolling Stone, é muito interessante (ainda que não tanto quanto a vida profissional de Hastings, morto em um acidente automobilístico suspeito em 2013, logo após afirmar a amigos que estava trabalhando em uma matéria grande e que os federais estavam interrogando pessoas próximas a ele).
O longa, porém, não consegue aproveitar o potencial do material de origem, e por conta da inconsistência em seu tom, parece uma coleção de recortes onde, casualmente, todas as cenas têm o mesmo elenco.
Em seus melhores momentos, como a discussão de McMahon com o soldado vivido por Lakeith Stanfield, ou sua conversa com o político interpretado por Alan Ruck, War Machine parece pronto pra dar um passo adiante, mas fica apenas na promessa.
Por duas horas o longa tropeça, e a indefinição de como conduzir sua história brocha o elenco (numeroso, com Anthony Michael Hall, Anthony Heyes, Topher Grace, Will Poulter, Meg Tilly, Ben Kingsley, Tilda Swinton, Scoot McNairy entre outros, incluindo uma ponta de Russel Crowe), e a audiência, que jamais vê o filme que War Machine poderia ser.
No terceiro ato do longa, há ao menos uma ótima sequência, que tira um pouco da sensação de coito interrompido do filme, mas ainda assim, é inconsistente para o tom do restante do longa, que de tão incoerente para consigo mesmo, jamais consegue envolver o espectador.
"-Ah, bem, senhor presidente, eu acho que nosso governo simplesmente achou que era hora de nosso esforço tomar uma nova direção.
-E, hã, qual é essa nova direção?
-Ah! É muito importante para mim que nós construamos o Afeganistão. Juntos, tornaremos o Afeganistão em uma nação livre e próspera, livre do medo e do conflito.
-Entendo...
-Sim!
-Entendo... Parece bastante com a "velha" direção."
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Gostei do filme, o subgênero não é novidade, porém, está sempre se reestruturando de acordo com as mudanças do mundo – pronto a extrair novos comentários jocosos sobre esta dura realidade. Amei ver a Josh Stewart no filme, lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Desfrutei muito sua atuação neste filme Sobrenatural: A Última Chave cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção e muito bom elenco.
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