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terça-feira, 27 de março de 2018

Resenha Série: Jessica Jones, Temporada 2, Episódio 10: Pork Chop


O capítulo anterior da segunda temporada de Jessica Jones, Shark In The BathTub, Monster In The Bed havia terminado com um panorama que poderia perfeitamente ser o ponto de partida para o final da temporada.
Jessica resolvera fazer a coisa certa e entregar sua mãe à polícia. Alisa não está de plena posse de suas faculdades mentais e representa um risco ao público e a si própria por conta de seus poderes e de sua instabilidade mental.
Encarcerá-la era a única decisão segura a se tomar, e, por mais que fosse amargo para Jess concordar com Pryce Cheng, ela sabia que ele estava certo.
Isso, porém, não impede a investigadora de se sentir uma bosta por ter entregue Alisa, ainda mais após perceber que os poderes de sua mãe representam uma série de imbróglios penitenciários (provavelmente um reflexo da Guerra Civil do Capitão-América, já que a Balsa volta a ser mencionada nesse episódio) pesados que não tornarão a passagem da ex-professora pela prisão das mais agradáveis.
Não ajudou o fato de Jessica descobrir que a única forma que Jeri Hogarth conseguiu de manter Alisa fora da super-prisão é entregar Karl Malus, e que o chefe de segurança responsável pelo encarceramento de Alisa, Dale Holiday (Brian Hutchinson) é um escroto abusivo.
Tudo isso deixa a heroína em uma tremenda sinuca, e dançando miudinho tentando encontrar uma forma de fazer sua mãe denunciar Malus, a quem ama de paixão, ao mesmo tempo em que tenta garantir que o cientista, que nos final das contas não é um mau sujeito, não caia nas mãos do governo e comece a fabricar super-soldados malucos para um complexo militar maligno.
Não é apenas a família Jones que tem problemas, porém.
A fixação de Trish com a IGH ganha contornos mais profundamente obsessivos cada vez que a ex-radialista esbarra em alguma coisa que lhe pareça um obstáculo.
Se Trish já não estava exatamente normal antes, após fazer lambança na sua chance de conseguir o emprego dos sonhos, descobrir que não tem mais seu precioso inalador e está a dois passos de uma crise de abstinência, após Alisa esfregar na cara da loira que tudo o que ela queria era ter poderes como Jessica Trish entra em modo berserker e resolve fazer qualquer coisa para encontrar Malus e levá-lo à justiça.
E é por aqui que todo o episódio começa a desandar.
Fica bastante claro que os roteiristas resolveram esticar a trama obrigando todos os personagens a tomarem as decisões mais imbecis possíveis porque, afinal de contas, há mais três episódios pra encher.
Tanto com Jessica seguindo Holiday quanto com Trish e Malcolm (que parece ter menos colhões a cada capítulo que passa...) em sua investigação mal ajambrada sobre o paradeiro de Malus, fica fácil perceber a mão dos roteiristas espremendo cada gota de drama gratuito possível nas cenas.
Falando em drama, Jeri faz uma descoberta, e novamente, Carrie Anne-Moss tem a chance de subir à ribalta e dar seu melhor. E, ainda que a eterna Trinity mantenha seu bom nível de atuação, e roube suas cenas, eu percebi uma coisa assistindo esse episódio:
Os escritores fizeram um trabalho tão compenetrado em desenhar cada personagem como um escroto monumental, que quando coisas ruins acontecem com eles, a audiência nem sequer liga. Não há como se compadecer desses personagens. No máximo pensar "Nossa, que chato. Mas ele merecia.".
Definitivamente, a equipe de escritores de Jessica Jones precisa de um filtro. As coisas não são binárias: Um personagem não precisa ser um clichê vazio ou um cretino odioso completo.
No final das contas Pork Chop é provavelmente o episódio mais frustrante da temporada devido à preguiça ou incompetência do roteiro, que coloca personagens idiotas tomando as mais inacreditáveis decisões possíveis.
A série ainda tem três capítulos pela frente. Vamos ver se as coisas se ajeitam.

"Estar dentro da casa de alguém é como entrar na sua cabeça. Podemos encontrar tudo aquilo de que têm orgulho. E tudo o que querem esconder."

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