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quinta-feira, 29 de março de 2018

Resenha Série: Jessica Jones, Temporada 2, Episódio 12: Pray For My Patsy


A busca de Trish por super-poderes cobrou um alto preço da loira. Após passar pelo procedimento não finalizado de Malus a radialista se vê entre a vida e a morte, num coma convulsivo de onde ninguém sabe se ela sairá.
Ao lado de Trish, tudo o que Jess pode fazer é velar a amiga, e torcer por sua recuperação enquanto troca ofensas com Dorothy (Rebecca De Mornay), ao menos até uma ligação do detetive Costa (John Ventimiglia) trazer mais uma preocupação para a investigadora:
A fuga de Alisa.
Mamãe Jones escapa da penitenciária com a pior segurança do mundo (Sério. Uma prisão que, há essa altura do campeonato no universo Marvel, não está preparada pra lidar com uma professora de matemática com super-força deveria ser fechada.) e tem apenas uma coisa em mente, trucidar a responsável pela morte de Karl, no caso, Trish.
Se a situação já não estivesse cabeluda o suficiente, Dorothy ainda vai para a TV dizer onde Trish está internada, praticamente dando um mapa para Alisa cumprir sua vingança, e a única coisa entre a mãe doida varrida e a irmã idiota é Jessica.
Enquanto a investigadora precisa decidir como irá lidar com sua mãe, que em poucas horas acrescenta mais dois cadáveres à sua extensa folha-corrida, Jeri Hogarth cata os cacos de sua honra despedaçada e planeja sua vingança contra Shane e Inez.
O penúltimo capítulo da temporada colocou Jessica contra a parede com uma escolha indigesta:
Matar sua mãe ou mandá-la para a Balsa, a super-prisão de isolamento absoluto.
Eu não creio que alguém fosse precisar de muito tempo para tomar essa decisão. É óbvio que Alisa não pode ficar solta por aí, e é óbvio que Jessica não deveria sequer cogitar a hipótese de matar a própria mãe, ainda assim, o episódio trata a questão toda como um dilema, com Jessica de fato ponderando os méritos do matricídio ao longo de boa parte do episódio.
É uma linha de raciocínio particularmente pobre à medida em que todo o capítulo (e a temporada) parece fazer o possível para garantir que a audiência saiba que Alisa não é o único monstro à solta em Nova York.
Caa personagem teve sua pior faceta mostrada exaustivamente durante os doze capítulos anteriores. Trish se tornou uma viciada inconsequente que só liga pra ter poderes, Malcolm um apedeuta viciado em sexo incapaz de raciocinar, o namorado morto era um escroto que abusava dos poderes de Jess, mesmo Jeri, que havia flertado com alguma espécie de redenção, voltou à sua pior forma nesse episódio numa sequência inspirada, mas que mostra que ninguém tem direito à ser um ser-humano decente no mundo de Jessica Jones.
A série se encaminha para o seu final batendo no peito e gritando que é o programa mais pobre de espírito, egoísta, deprimido e teimoso que uma premissa da Marvel poderia originar.
Eu mantenho que, na minha opinião, o esforço de denegrir a alma de cada personagem da série tinha como objetivo tornar Jessica uma protagonista menos irritante em seu próprio programa.
OK, grande sucesso, após essa temporada, Jessica não é mais a pior pessoa do seriado, mas a que preço? Agora temos uma protagonista rançosa e deprimida sendo orbitada pela nata dos piores seres humanos que um grupo de roteiristas foi capaz de idealizar. Um povo tão asqueroso que, o que quer que aconteça com eles em capítulos vindouros, é mais que merecido.
Vamos ver se o season finale oferece alguma chance de redenção pra essa patota, ou se encerraremos a conta na mesma toada.

"Ir atrás dos seus sonhos pode ser fatal..."

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