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terça-feira, 10 de julho de 2018
Resenha Série: Luke Cage, Temporada 2, Episódio 9: For Pete's Saque
Atenção! Há spoilers abaixo!
E, no final das contas, o imortal Punho de Ferro não apareceu. Ao invés disso tivemos Luke e Misty se abrigando com Mariah, Tilda e James Lucas em um laboratório da Rand enquanto decidiam o que fazer a respeito de Bushmaster e sua recompensa de um milhão de dólares (em seguida aumentada para três milhões) pela cabeça de Mariah Dillard (Stokes. Mariah Stokes.).
Ter esses personagens juntos por quase uma hora rendeu alguns bons momentos aproveitando-se da química do elenco e oferecendo a todos um momento para brilhar, ainda que, algumas coisas, como as tiradas de Misty para Mariah, pareçam um pouco forçadas.
Igualmente forçada foi a ideia de que Misty, Luke e todos os demais envolvidos estariam dispostos a oferecer imunidade total à Mariah em troca de seu testemunho contra Bushmaster, entretanto, como o próprio Luke diz, eles ainda podem pegá-la por alguma das dezenas de outros crimes que ela cometeu, incluindo, aí, o assassinato de Cornell.
Falando em Cornell, o nome do Boca de Algodão foi trazido à baila no momento em que Black Mariah contava à Tilda a verdade sobre sua paternidade. Conforme eu supunha, a jovem médica não é uma Dillard, mas uma Stokes puro-sangue, não filha de Cornell como eu aventara, mas do tio Pete, que abusava de Mariah quando ela era uma jovem. Mariah inclusive disse que foi a respeito disso que Boca de Algodão falava quando ela o matou, eu não me lembrava disso, preciso rever o episódio da primeira temporada, mas estou disposto a aceitar a palavra dos roteiristas nessa. Aliás, toda a cena entre Mariah e Tilda foi ótima. Alfre Woodard escorre nitrogênio líquido de tão fria, destruindo impiedosamente a filha com seu relato.
Por outro lado, a relação entre James Lucas e Luke Cage deu uma guinada para o outro lado. As interações entre os dois deixaram de parecer encheção de linguiça a partir do momento em que eles pararam de ser escrotos um com o outro, e finalmente a química entre Mike Colter e Reg E. Cathey decolou, e o fato de saber que o finado ator não voltará para temporadas futuras é algo que se lamentar.
A delegacia do Harlem ganhou um pouco mais de peso, também. O retorno de Priscilla Ridley (Karen Pittman), a vice-chefe de polícia egressa da primeira temporada, somada à trairagem de Nandi, que entrega a localização de Mariah para Bushmaster, deram algum interesse a um núcleo que vinha passando a temporada toda como o mais irregular da história. Ao menos a polícia do Harlem gerou mais uma boa cena de ação, iniciada com Bushmaster chegando à instalação da Rand com seus táxis jamaicanos ao som de reggae e armados até os dentes com as armas das indústrias Hammer.
Isso levou a mais um confronto entre Luke e John McIver, e, sem o elemento surpresa, o bandidão levou uma coça do protagonista. Ver Luke levar a melhor sobre Bushmaster deu algum senso de conclusão ao episódio, e eu cheguei a estranhar a tomada aberta com a polícia chegando no final da pancadaria, com a maior cara de clímax, considerando-se que ainda faltam quatro episódios para o encerramento da temporada (o que, novamente, me fez pensar que algumas temporadas das séries da Marvel/Netflix são longas demais...).
Entretanto, novamente a polícia de Nova York comeu bola e ao tratar Bushmaster como um prisioneiro comum (o homem é quase invulnerável, super-forte e aparentemente não foi revistado antes de ser colocado no camburão) garantiram ao bandidão a possibilidade de empreender uma fuga quase kamikaze, se explodindo para evitar a cadeia.
Enquanto Mariah Stokes resolvia assumir de vez o manto de Mama Mabel e abandonar suas tentativas de jogar dentro da lei, Bushmaster foi atrás de Tilda, procurando por mais Sombra da Noite para fazer seus elixires, a expressão da jovem médica quando resolve ajudá-lo me leva a crer que ela está quase ansiosa por ajudar Bushmaster a se vingar de Black Mariah e, depois da conversa das duas.
É bom ver que a segunda temporada de Luke Cage pegou ritmo e andou. Que mantenha a boa média.
"-Eu sou negro. Vigilante. Ex-presidiário. Nenhuma dessas coisas vai bem no tribunal."
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