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terça-feira, 10 de julho de 2018

Resenha Série: Luke Cage, Temporada 2, Episódio 10: The Main Ingredient


O que é que eu posso dizer? Eu não acho que eu seja o maior nerd do mundo, mas eu certamente sou nerd o suficiente pra vibrar diante de qualquer tipo de crossover (OK... exceto Batman vs Superman), e a aparição de Danny Rand (Finn Jones) em Luke Cage era algo pela qual estava esperando com alguma ansiedade.
Ainda que o Punho de Ferro fosse o personagem mais problemático do universo compartilhado Marvel/Netflix, e tenha sido não só um dos pontos fracos de Os Defensores, mas também de seu seriado solo, eu mantinha a esperança de que, dali, o personagem só pudesse melhorar, porque piorar era impossível.
E sob a batuta da roteirista Akela Cooper e do diretor Andy Goddard, Danny Rand apareceu muito bem em The Main Ingredient.
Danny não apareceu no episódio apenas para distribuir bordoadas com seu punho brilhante, ele aparece, de maneira muito bem sacada, para oferecer a Luke uma coisa que ele não pode obter de Misty, James, Claire ou qualquer outro de seus aliados: A perspectiva de um igual.
Danny Rand é alguém que compartilha com Luke o chamado de ser um herói, e tem suas próprias formas de interpretar essa vocação.
É interessante perceber que o próprio Luke acha Danny melhor ajustado durante a interação da dupla.
É verdade. Danny parece menos com o idiota mimado de suas aparições prévias, e mais como alguém tranquilo com os rumos de sua vida. Claro, ser um bilionário com super-poderes deve ser tranquilizador, mas era algo que Danny não tinha nem em Punho de Ferro e nem em Os Defensores. Ele ainda tem a ingenuidade de querer contar sua origem para qualquer pessoa que lhe faça uma pergunta, mas isso se torna menos irritante e mais divertido, quase charmoso, graças à qualidade da escrita de Cooper.
A investigação da dupla atrás dos objetivos imediatos de Bushmaster, incluindo uma visita a Turk Barrett (Rob Morgan) para chegar ao local onde ele está tentando cultivar sombra da noite é bastante divertida, e apresentou, inclusive, uma bem-vinda melhoria nas coreografias de luta do Punho de Ferro e um uso mais criativo de seus poderes além de apenas esmurrar portas e paredes.
Mais do que isso, a presença de Danny trouxe ao episódio uma interessante discussão sobre a verdadeira natureza do poder:
Qual é, de fato, a maior força de Rand? Seu imortal punho de ferro, ou os bilhões de dólares das empresas Rand? Ainda que essa discussão não se aprofunde a contento, ela é bem vinda, e acrescenta à parceria dos dois heróis.
Nem só de Luke Cage e Danny Rand foi The Main Ingredient, porém.
Misty Knight saiu atrás de Nandi após Ridley e ela descobrirem que a detetive foi a traíra que informou Bushmaster do paradeiro de Mariah. Os carros de polícia chegando ao aeroporto exatamente quando Nandi se preparava para embarcar em um jatinho particular foi um toque particularmente brega, digno de novela das oito, e a ideia de fuga de Nandi, de esmurrar Misty e sair correndo, quase risível, ainda assim, ao menos fechou-se mais uma linha da narrativa.
Outra linha narrativa fechada foi a do dinheiro de Mariah.
O advogado Ben Donovan ajudou a pretensa rainha do Harlem a recuperar a fortuna obtida com a Atreus Plásticos, o que faz sentido quando a transferência de bens havia sido feita por um procurador que logo depois de realizá-la teve sua cabeça decepada e colocada em um tanque de piranhas.
A grande cena do episódio, porém, talvez tenha sido o massacre empreendido por Black Mariah e Shades ao Gwen's, restaurante de Anansi no Brooklyn. A brutalidade do ataque da mafiosa é tão grande que mesmo Shades parece abalado. Após a chacina, Mariah remove o Basquiat da parede do Harlem's Paradise pelo antigo quadro de Biggie, e parece terrivelmente confortável na posição de alguém que alcançou um ponto sem retorno na jornada rumo às trevas.
Provavelmente o meu episódio preferido da temporada, The Main Ingredient não apenas avançou a trama de Luke Cage, Mariah e Misty, amarrou pontas soltas e ainda fez maravilhas por um personagem do qual ninguém gostava no universo dos Defensores, além de oferecer uma nova perspectiva: As participações desses heróis uns nos programas dos outros.
Eu não sei de vocês, mas eu assino embaixo pra ter isso acontecendo três vezes por ano.

"-Vocês aceita que é à prova de balas?
-Sim.
-E que o meu punho brilha?
-Sim.
-Então por que é tão difícil pra vocês, da cidade, aceitar que eu enfrentei um dragão de verdade?"

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