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sexta-feira, 20 de setembro de 2019
Resenha Cinema: Rambo: Até o Fim
É bem possível que se Rambo: Programado para Matar não tivesse tido uma recepção ruim de audiências de teste a seu depressivo final tirado do livro fonte escrito por David Morrell, onde o Cel. Trautman matava John na delegacia após perceber que o veterano não seria capaz de se reintegrar à vida civil, fazendo os produtores do longa optarem por gravar um novo final onde John se rendia e era preso, nós tivéssemos perdido a longeva série que, durante muito tempo, foi o pedal onde Sylvester Stallone se impulsionava para disputar uma guerra de bilheterias musculosas com Arnold Schwarzenegger.
A Rambo: Programado para Matar, de 1982, seguiu-se Rambo II: A Missão, de 1985 co-roteirizado por James Cameron onde Rambo ia ao Vietnã resgatar prisioneiros de guerra, e então Rambo III, de 1988, onde John ia ao Afeganistão resgatar Trautman e lutar contra os invasores soviéticos, e que foi o último longa do atormentado boina verde até que, em 2008, Stallone voltaria ao papel aos sessenta e dois anos em Rambo IV, co-escrito e dirigido por Sly, que colocou o ex-militar em mais uma missão de resgate, dessa vez em Mianmar salvando a vida de missionários religiosos sem noção, e terminava com Rambo retornando aos Estados Unidos, para o rancho de sua família.
Mais onze anos se passaram desde o último Rambo, e ontem Stallone voltou ao cinema com Mais uma aventura de um de seus personagens fundamentais, a primeira acontecendo nós EUA desde o filme original.
Rambo está vivendo no rancho de sua família no Arizona.
Ele tem dividido seus dias entre domar cavalos selvagens, forjar cutelaria, tomar parte em missões de resgate na região como voluntário, e ajudar na criação de sua sobrinha Gabriela (Yvette Monreal), uma tarefa que divide com Maria (Adriana Barraza).
Com dezessete anos, Gabriela está prestes a entrar na faculdade quando descobre a localização do pai biológico que a abandonou, ainda na infância.
À revelia dos conselhos de Rambo e de Maria, Gabriela resolve viajar ao México para encontrar seu genitor.
As coisas, porém, dão errado para Gabriela, e ela acaba nas mãos de uma gangue de traficantes de mulheres chefiada pelos irmãos Martínez ( Sérgio Peris-Mencheta e Oscar Jaenada).
Rambo, então, resolve viajar até o outro lado da fronteira e recuperar a única família que lhe resta, mesmo que isso signifique começar mais uma guerra.
Dirigido por Adrian Grunberg, mesmo diretor de Plano de Fuga, com Mel Gibson, Rambo: Até o Fim é facilmente o filme mais fraco da franquia.
Seus oitenta e nove minutos são extremamente ligeiros e o roteiro escrito por Matthew Cirulnick, Dan Gordon e o próprio Stallone é econômico ao limite, os personagens são mais ou menos apresentados, o fiapo de trama estabelecido e partimos logo pra ação, e não há nada de errado com isso.
Após o primeiro longa da franquia (Talvez com uma exceção ao terceiro), Rambo sempre foi basicamente isso: Uma desculpa para os tiroteios, flechadas e facadas.
E Até o Fim entrega tudo aquilo que os fãs da série esperam.
O longa conta com um repertório de violência que supera até mesmo os píncaros de brutalidade alcançados pelo filme anterior, quando Rambo arrancava a garganta de um homem do pescoço usando as próprias mãos.
Dessa vez, Rambo usa, não apenas sua força quase sobre humana, suas habilidades no uso da faca, do arco e flecha, e de armas diversas, mas também sua astúcia na hora de receber invasores em sua casa, quando ele transforma seu rancho, celeiro e os túneis abaixo deles em armadilhas mortais que fariam Kevin McCallister e Jigsaw ficarem orgulhosos.
Rambo: Até o Fim certamente não irá cativar críticos de cinema pelo mundo, e definitivamente não é pra todas as audiências, mas os fãs da franquia certamente irão se fartar de ver o herói septuagenário matar bandidos absolutamente desprezíveis com todos os requintes de crueldade que a mente humana é capaz de conceber.
Os vilões são desumanos de tão ruins para que a audiência possa celebrar quando eles são brutalmente eviscerados, carbonizados, empalhados e imolados.
Não é bonito, não é particularmente bem filmado ou bem escrito, mas é uma sessão de cinema rápida e divertida para os fãs da série.
"-Eu quero que eles saibam que a morte está vindo. E que não há nada que eles possam fazer..."
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