Bem vindos a casa do Capita. O pequeno lar virtual de um nerd à moda antiga onde se fala de cinema, de quadrinhos, literatura, videogames, RPG (E não me refiro a reeducação postural geral.) e até de coisas que não importam nem um pouco. Aproveite o passeio.
Pesquisar este blog
terça-feira, 6 de julho de 2010
Dias
Ele sabe que a ama. Isso basta? Será que amar apenas basta? E se basta, será que basta, pra ela, o amor que ele tem á oferecer? Ele inadequado, incompleto, distante. Quererá ela ser amada por ele?
Ele, que pouco ou nada tem de cálido para oferecer, ele com sua frieza distante, com suas faces múltiplas e com sua distração perene. É de qualquer valia ser amada por ele?
Ele não sabe. Se mantém á distância. Acena aqui e ali, em breves intervalos que faz quando ousa sair de sua carapaça como uma tartaruga proverbial, devagar e sempre, mas sempre e devagar para onde? Para onde ele vai? Para onde quer ir? Quer ir, enfim, á algum lugar?
Nesse mundo cão, tão repleto de horrores diários, roubando de cada um de nós a sensibilidade, a chance, a faculdade de ser tocado seja pelo que for, seja quando for, será que se pode sonhar em ir á algum lugar, será que podemos almejar chegar á algum lugar, ou devemos apenas nos conformar com o fato de que não navegamos à parte alguma, estamos apenas á deriva e podemos apenas lutar e agradecer á Deus, se existe algum, pelo fato de permanecermos á tona ao custo de uma peleja que nos endurece e gela á cada hora de cada dia?
Se há destino, qual será o dele? Se não há destino exceto aquele que construímos, que destino ele tem condições de contruir para si? E que direito ele tem de trazer alguém para dividir esse destino com ele? Nesses dias sombrios, e nos dias mais sombrios que virão, quem sabe por que dificuldades todos irao passar? Quem sabe o que reserva o futuro?
Ele quer ir á agum lugar? Quer estar em algum lugar?
Sim. Aos braços dela, na presença dela.
Mas roubar-lhe a paz, trazê-la para a sua turbulência particular... Não parece certo, não parece direito.
E ele segue, curvado ante o peso da solidão, abraçado á própria prudência, sob a sombra de um amor que pode ser... Pode ser que não...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOla, Meu Caro, Querido e saudoso PROFESSOR.
ResponderExcluirMe senti em casa aqui, afinal são poucas as casas que ainda dedicam tanto tempo ao que é bom.
Não li todos os textos ainda, mas me identifiquei com o que fala sobre enganos,,, as vezes apenas uma boa vodka para curar a ressaca moral...
Sobre esse primoroso ensaio sobre o amor, não sei se ele é suficiente, não sei se um dia o ser humano estará contente, então faço minhas as palavr5as do Nietzsche.
"tudo que se faz por amor está bem acima do bem e do mal"
Despeço-me deixando-lhe um beijo cheio de carinho e saudade