Pesquisar este blog

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Resenha Cinema: Kick-Ass - Quebrando Tudo


Ontem corri pro cinema e peguei uma sessão das cinco da tarde de Kick-Ass - Quebrando tudo, antes que vampiremos e ogros dominassem todas as salas de cinema de Porto Alegre e eu tivesse que esperar até o lançamento do DVD pra conferir a adaptação da graphic novel de Mark Millar e John Romita Jr. que descontrói a figura do super-herói.
Também era uma boa chance de assistir mais um filme de Matthew Vaughn, o ex-produtor dos filmes britânicos de Guy Ritchie, e diretor de Nem Tudo É O Que Parece e Stardust, que fugiu de X-Men 3 e Thor, e que agora deve dirigir X-Men First Class pra FOX (Se não resolver escapulir alguns meses antes das filmagens.).
O filme, como a HQ, narra a história de Dave Lizewski (Aaron Johnson), um nerd, órfão de mãe, e aluno do ensino médio que resolve se transformar em super-herói.
Como no quadrinho, Dave não possui nenhuma espécie de super-poder, tampouco habilidades especiais de luta, ele é apenas um moleque com muita boa vontade e ingenuidade de sobra, que acredita que boas intenções, um traje colorido e um par de porretes o tornarão um combatente do crime.
O caminho trilhado por Dave é repleto de percalços (surras, facadas e atropelamentos estão no menu), mas, a adrenalina de ser um super-herói, popular, campeão de acessos no youtube, defensor dos fracos e oprimidos o ajudam á superar a dor, e Dave mantém a identidade e as atividades de Kick-Ass, seu codinome.
Ele ainda inspira outros wanna-be (É assim que escreve?), como Red Mist (Christopher Mintz-Plasse, o McLovin de Superbad), e faz seu caminho se cruzar com o de vigilantes de verdade, como a insólita dupla Hit Girl (Chloë Grace Moretz, genial, a filha que todo nerd pediu á Deus) e Big Daddy (Nicholas Cage, maneiro, se divertindo á valer brincando de Adam West), e com o mafioso Frank D'amico (Mark Strong, competente), que tranforma todos os mascarados de Nova York em alvo.
O filme é divertidíssimo, e a história de Kick-Ass, repleta de referências ao cinema, á tecnologias como youtube, i-phone e com cenas de luta extremamente violentas e movimentadas cai como uma luva no cinema, que ainda ganha com o enquadramento e a trilha sonora, que nos quadrinhos, não existem. As sequências de luta estreladas pela Hit-Girl são simplesmente brilhantes, o protagonista, Aaron Johnson, convence como adolescente nerd, e não dá pra não sentir a empolgação dele em certas sequências, mas o filme tem lá seus defeitos, e são, justamente, nos pontos em que difere do quadrinho.
A origem de Big Daddy e Hit Girl era mais interessante no quadrinho, eu gostava do mistério que cercava Red Mist no gibi, e curtia o peso que esse mistério dava á sequência do incêndio, ao identificar para o público, e até para Dave, Red Mist como parceiro de Kick-Ass, isso se perde no longa.
Há ainda a alteração da sequência em que Kick-Ass e Big Daddy estão aprisionados, que, no filme, dá muito mais destaque á Hit Girl e seu pai, tirando os holofotes do personagem principal, que, meio que pra compensar, ganha uma participação pirotécnica e exagerada no embate final com D'amico. E, na minha opinião, o ponto mais baixo do longa, que foi o final "Tudo no lugar", outra vez, diferente do gibi.
Por que raios Vaughn, que brigou com todos os estúdios dos EUA pra rechear o filme com a violência explícita e os palavrões cabeludos que queria, se sentiu na obrigação de remover todo o cinismo e pessimismo do final, que apresentava exatamente essa inversão que Kick-Ass tinha com relação aos desfechos super-heróicos tradicionais, dando ao protagonista um "final feliz" à moda hollywoodiana? Consciência pesada por colocar uma guriazinha de onze anos á falar como um estivador e disparar armas como se fosse chow yun-Fat nos filmes de John Woo? Vacilou, Matthew.
Enfim, são pormenores que podem incomodar nerds xaropes como eu, mas devem passar despercebidos ao público em geral, que deve até preferir o final do filme em comparação á HQ. Em suma: Assista se tiver chance, é divertido, movimentado, e mesmo a violência de que muita gente reclama, é usada como ferramenta de diversão.
Esse filme pode não ser perfeito, mas chuta bundas.

"-Como eu falo com vocês?
-Entre em contato com o escritório do prefeito. Ele tem um sinal especial que brilha no céu, é em forma de uma pica gigante."

Um comentário:

  1. Muito legal a resenha. Viu como a escapulida valeu a pena ? rs
    E muito legal o post do quadrinho também, fiquei curiosa :)

    ResponderExcluir