Bem vindos a casa do Capita. O pequeno lar virtual de um nerd à moda antiga onde se fala de cinema, de quadrinhos, literatura, videogames, RPG (E não me refiro a reeducação postural geral.) e até de coisas que não importam nem um pouco. Aproveite o passeio.
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quinta-feira, 7 de abril de 2011
Ponto de Vista
-Ai, Viktor, que coisa mais cretina esse filme que tu me fez ver, hein? Francamente...
A Cristina e o Viktor de SanMartin (pronuncia-se Sanmartã) estavam saindo de uma sessão de Sucker Punch, e ela não estava feliz com o filme. Aliás, longe disso.
Ela tinha detestado, tinha passado o filme todo resmungando, grunhindo, e fazendo "Ah, é..." cada vez que acontecia alguma coisa estapafúrdia na tela. Um problema já que o filme era uma longa sucessão de coisas estapafúrdias.
A verdade é que ele, o Viktor, também não tinha gostado do filme, mas não queria dar o braço a torcer, até porque, encontrara na beleza das protagonistas, na estética do filme, na trilha sonora, e na ação bem coreografada uma muleta pra suportar toda a projeção.
-Não achei ruim, não. - Mentiu, piscando os cílios longos.
-Ah, Viktor, fala sério. Filminho de lutinha, com robozinho, morto-vivo nazista movido à vapor, dragãozinho... E aquelas gurias tudo de roupinha de colegial, maiôzinho? Que que era aquilo? Um desfile fetichista? Só tarado pra gostar de uma porcaria dessas... - Sentenciou Cristina, amarga.
-Esse nem era dos piores. Tinha suas qualidades. Ao contrário dos filmes que tu gosta, que esses sim, são nojentos, e ainda por cima fingem que não são... - Acusou Viktor, tomando a ofensiva de dentro de seu terno negro.
-Do que tu tá falando, criatura? - Perguntou a Cristina, confusa.
-Daqueles filmes de emo, lá, que tu gostas, do Prepúcio... - Ele jogou, ao acaso.
-Mas que prepúcio, Viktor... Ah! Da Saga Crepúsculo? - Ela quis saber.
-É, esse aí, mesmo. Coisa de tarado é aquilo lá. - Acusou ele, com desdém.
-Tu bebeu, é? Tá de brincadeira. Crepúsculo é um filminho de amor bobinho! - Ela justificou.
-Tá louca, cheio de insinuações de desvios de sexualidade... - Ele declarou.
-Da onde, Viktor? É historinha de amor purinha, quase pra criança! - Ela estava alarmada.
-Crepúsculo? - Ele perguntou, cheio de escárnio.
-Sim! - Ela confirmou.
-Não, mesmo. É um troço nojento, um desvirtuador, um lance que... Olha, chega a me dar nojo... - Ele disse, virando pro lado.
-Ah, tu tá de palhaçada, não tem argumento e só quer me dar o contra por que eu saquei que tu veio ver essa bobagem hoje só pra ver as gurias de saia plissada e meia cinco oitavos... - Ela respondeu.
-Ah, é? Tu acha que foi isso? Existe um lance chamado internet, sabe? Se eu quisesse saciar algum fetiche meu, eu iria até o computador, onde, aliás, podia ter só duas teclas, "música" e "pornografia". Eu não nego as minhas necessidades, ao contrário de ti, que fica vendo as pornografias mais ultrajantes fantasiadinhas de história de amor. - Ele acusou, amargurado.
-Ah, te larguei Viktor, tu só quer incomodar, nem sabe o que tá falando. - Ela disse, dando de ombros.
-Arram. Premissa: Moça virgem do interior chega à puberdade e encontra conflito entre aderir à necrofilia ou a zooerastia. Parece familiar? - Sussurrou Viktor ao pé do ouvido de Cristina.
-Mas do que é que tu tá... Ah... - Ela parou.
-Ah, pois é.
Viktor de SanMartin, o calhorda, sempre tinha um argumento.
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Ter sempre "um" argumento, não quer dizer que seja o argumento decisivo.
ResponderExcluirDecisivo o bastante, apenas ;)
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