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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Quer Jogar Outra Coisa?



-Rá, Marcolino, você jamais escapará com vida! - Bradou o Adinardo enquanto avançava contra o amigo com o seu Real Madrid turbinado por John Terry, Lúcio e Wayne Rooney em uma partida disputadíssima de futebol de videogame contra o Milan de Marcolino.
Não fosse o Marcolino muito melhor naquilo que o Adinardo, provavelmente teria levado um gol após a trama de troca de passes entre Rooney, Kaká e Cristiano Ronaldo.
Mas Marcolino era muito melhor do que o Adinardo. Apenas posicionou seus volantes em uma linha à frente da zaga, superpovoando a sua intermediária de defesa e forçando o erro de passe do Real Madrid virtual, retomando a bola sem falta e contra-atacando de maneira mortal com Robinho, Pato e Ibrahimovic. Gol do Milan. Vitória por 1 x 0 na morte súbita. O Adinardo largou o controle em cima do sofá:
-Ah, vai tomá no cú, velho...
O Marcolino riu.
-Quer jogar outra coisa? Street Fighter 4?
-Eu não, tu pega o Sagat e me detona com aqueles golpes especiais, lá, eu ia precisar ter vinte e seis dedos pra conseguir jogar aquilo direito...
-Fight Night Round 4?
-Eu não sei dar o haymaker nesse controle do Play.
-Quer fazer outra partida de FIFA?
-Ah, é. Montei um mega time ali, e tu me ganhou com esse Milan meia boca, aí...
-Pois é, o pessoal da Pirelli tem razão, potência não é nada sem controle, jovem padawan.
-Vai se lascá.
-Não, não, é sério. Ás vezes acontece o que aconteceu contigo, agora. Tu monta um mega time! Tem tudo pra dar certo, pra dar mais que certo, e não funciona. Em outras, tu pega um time tipo o Milan, em que não existe razão pra levar fé, cheio de veteranos, que tu pensa que não vai chegar a lugar nenhum, que tu imagina que é até bobagem tentar levar pra frente, e a coisa flui, encaixa, e, quando menos se espera, é um sucesso total.
O Adinardo ficou afundado no sofá, olhando por Marcolino, que perguntou.
-E aí? Quer ou não quer jogar outra coisa, velho?
-Uncharted 2...
-Esse eu não tenho... É bom?
-Não sei, nunca joguei, mas não consigo tirar esse jogo da cabeça, rapaz. E não é de hoje...

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