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quarta-feira, 25 de abril de 2012
Contagem Regressiva para Os Vingadores
Como leitor de quadrinhos eu sempre preferi a Marvel na comparação com a DC. Como as duas gigantes dos comics americanos eram os quadrinhos aos quais se tinha mais acesso na minha tenra infância, só bem mais tarde fui descobrir que existia (muita) vida (mais) inteligente além de Supermen e Homens-Aranha. Ainda assim, embora eu tenha lido, de lá pra cá, muito Vertigo, Wild Storm, alguns mangás, fumetti e outros quadrinhos europeus, não se pode negar que, em se tratando de gibis e super-heróis, as coisas sempre terminam em Marvel versus DC.
Ás vezes literalmente.De qualquer forma, eu preferia, e ainda prefiro, a Marvel.
Provavelmente um dos fatores que ajudou a alicerçar essa preferência foi o fato de que, por estranho que possa parecer para alguém que não lê quadrinhos habitualmente (ou como diz meu amigo Alê, um civil), os super-heróis da Marvel têm problemas comuns. Isso não se restringe ao Homem-Aranha e seus problemas financeiros. O Demolidor tem uma vida afetiva mais enrolada do que um carretel. O Homem Formiga e a Vespa vivem um casamento onde já houveram até casos de violência doméstica. Os X-Men são vítimas de preconceito racial. O Quarteto Fantástico é uma família com todas as peculiaridades que uma família pode ter, e uma lista poderia seguir e seguir...
Na DC, não. Os personagens publicados sob o selo da editora são maiores do que a vida. São alienígenas invulneráveis, semi-deuses indestrutíveis, corredores mais rápidos que a luz, e por aí a fora. Talvez excetue-se desse balaio o Batman, mas a ideia geral é essa.
Outro diferencial nessa relação Marvel e DC, é que os personagens da DC eram cada um o guardião de sua própria cidade fictícia. O Superman em Metrópolis, o Batman e Gotham City, Keystone City pro Flash, e Coast City pro Lanterna Verde, e, embora eles trabalhassem juntos na Liga da Justiça, o lance é que eles raramente se encontravam fora dos gibis da equipe.
Na Marvel não... Os super-heróis da Marvel viviam todos em cidades de verdade. Na verdade, viviam todos na mesma cidade de verdade:
Nova York.
Isso era divertidíssimo nos gibis da editora, pois um evento que tomava parte no gibi do Quarteto podia ser comentado pelo Aranha na sua revista, ou uma luta do Thor podia causar reverberações no gibi do Capitão-América, e assim por diante. Os personagens não apenas viviam na mesma cidade, como a partilhavam na prática. Não era raro ver um super-herói voando por aqui ou por ali no gibi de outro. O Aranha, por exemplo, chegou a estrelar o Marvel Team-Up, em que fazia parceria com heróis tão diversos como o Motoqueiro Fantasma em uma edição e os Inumanos na seguinte.
Foi uma pena, então, que quando os heróis da Marvel começaram a ganhar as telonas, tenha sido em produtoras diferentes. O Blade estava na New Line, os X-Men e o Demolidor, na Fox, o Homem-Aranha tinha seus filmes produzidos pela Sony, de modo que a possibilidade de ver esse universo partilhado entre os personagens foi por terra pra tristeza de nerds ávidos por ver, no cinema, algo que se tornara regra nos quadrinhos.
Foi então que a editora Marvel resolveu que podia faturar uma grana federal se, ao invés de vender licenças de seus filmes para os estúdios, produzisse filmes de seus personagens por conta própria.
Empréstimos daqui, contratação de diretores e roteiristas de lá, uma dose cavalar de colhões ao contratar um ex-ator-problema para encabeçar o que poderia ser uma franquia e voilá...
Em 2008 o primeiro filme da Marvel quanto estúdio estreava nos cinemas. O Homem de Ferro dirigido por Jon Favreau e estrelado por Robert Downey Jr foi um tremendo hit cheio de acertos por todos os lados, e, mais que isso, acenou pela primeira vez com algo que os fãs de gibis queriam ver a muito tempo. Foi após os créditos de encerramento, quando Nick Fury emergiu das sombras na pele de Samuel L. Jackson, e perguntou a Tony Stark se ele achava que era o único super-herói do mundo. E lhe falou sobre algo chamado Iniciativa Vingadores...
Agora, pouco menos de quatro anos e quatro filmes repletos de apontamentos mais tarde, está pra estrear Os Vingadores, talvez o projeto de quadrinhos no cinema mais ambicioso desde que o Homem-Aranha digital de Sam Raimi se balançou nas telonas em 2002.
Alguém pode falar que super grupos não são novidade no cinema depois de X-Men, mas não é a mesma coisa. Os X-Men eram um filme de equipe desde o início, seus personagens foram apresentados como um grupo treinado pra operar em conjunto desde a origem. Os Vingadores, não. Os Vingadores são um grupo heterogêneo de super seres com backgrounds e personalidades totalmente diferentes e por vezes conflitantes praticamente forçados a trabalhar em equipe contra todos os seus instintos pessoais.
Mesmo que se pese que a filmografia da Marvel não tem sido livre de equívocos, e que quanto maior o escopo e a expectativa sobre um filme maior a possibilidade de ele dar errado, a simples ideia de ver esse grupo de super-heróis coloridos e barulhentos dividindo a mesma cena já causa arrepios na espinha de qualquer ser humano que, em algum momento abriu um gibi na vida, e nos faz torcer pra que o diretor e roteirista Joss Whedon estivesse em um modo mais pra Astonishing X-Men do que pra Buffy - A Caça-Vampiros quando colocou a mão na massa.
Agora é esperar e conferir. O filme estréia na sexta-feira, e esse nerd que vos fala estará vendo o filme aos primeiros quatro minutos do dia 27, com um milk-shake bem grande no colo e um sorriso no rosto!
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