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domingo, 8 de abril de 2012
Resenha Cinema - Jogos Vorazes
Jogos Vorazes não era, nem de longe, a minha ideia de entretenimento pro sábado de aleluia. Mas, como eu queria ver se encontrava uma camiseta do Capitão América pra ir vestido a carater à estréia d'Os Vingadores, já estava no shopping, e sabia que Jovens Adultos não tinha estreado em Porto Alegre, mesmo, resolvi dar uma chance ao maior fenômeno da temporada norte-americana, e encarar as duas horas e vinte e dois minutos da adaptação do livro de Suzanne Collins.
O filme se desenrola nas ruínas do que, outrora, foi a América do Norte. Hoje, um amontoado de distritos paupérrimos ao redor de uma capital opulenta. Como represália por uma revolução que aconteceu mais de 70 anos antes, os doze distritos são obrigados a anualmente oferecer tributos à capital, esses tributos são dois jovens, um menino e uma menina, de doze a dezoito anos que competirão em uma mistura de arena de gladiadores com reality show, um torneio até a morte chamado Jogos Vorazes.
A história centra foco em Katniss Everdeen (A ótima Jennifer Lawrence), jovem que se oferece como voluntária para lutar no lugar da irmã. Junto com Katniss, vai Peeta Mellark (Josh Hutcherson), filho de padeiros, que irá, ao lado dela, representar o Distrito Doze na contenda letal.
Eu não li Jogos Vorazes, não sei como a trama do livro se desenrola, mas o filme, embora não seja bom, também não é ruim. Abre inclusive espaço para questionamentos à autoridade opressiva, livre arbítrio, e o fetiche da sociedade pela violência, claro, tudo tratado com a (falta de) profundidade que um filme que tenta ser o próximo Crepúsculo precisa demonstrar.
O diretor Gary Ross vai bem, e ajuda ter no elenco gente do calibre de Stanley Tucci, Woody Harrelson, Donald Sutherland e Jennifer Lawrence.
Ela, aliás, é um achado. Em tempos de personagens femininas que parecem anestesiadas e incapazes de pensar ou agir exceto pelo amor de seu vampiremo ou lobis-homo, a Katniss de Lawrence é decidida, agressiva, e apta, mas nunca masculinizada, o que fica, claro no obrigatório romance e no fato de a personagem principal estar dividida entre dois amores, mas mesmo isso é tratado com algum frescor pelo roteiro.
Com uma produção decente (confesso que ainda não saquei os figurinos da Capital, uma mistura de carnaval do Rio com concurso de drag queen, a gatinha Elizabeth Banks, por exemplo, está irreconhecível), trilha sonora OK, e um trabalho seguro de Ross e seu elenco, a trilogia de Collins pode virar uma série bem razoável de filmes. Se isso acontecer, já terá minha torcida pra superar a Saga Crepúsculo, e fazer as gurias se preocuparem mais em saber quem são e o que querem do que em tentar agradar ao seu namorado.
"Encare a probabilidade de sua morte iminente e saiba que não há absolutamente nada que eu possa fazer para ajudá-los."
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