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sexta-feira, 15 de junho de 2012
A Maneira Certa
Existe uma forma certa e uma errada de fazer qualquer coisa. O Telmo sempre fora capaz de vislumbrar as duas. Desde muito jovem, ele sempre tivera noção de certo e de errado, provavelmente reflexo tanto de sua criação quanto do tempo que passara lendo gibis, aquele universo ao mesmo tempo colorido e preto no branco onde o que é certo a se fazer e o que é errado está sempre bem explicitado.
E o Telmo cresceu com essa noção perfeitamente funcional de certo e de errado. Já nos tenros anos da pré-escola Telmo sabia como as coisas deviam ser feitas, e sempre as fazia da forma que considerava correta, direita, reta.
Não era nenhum super-herói o Telmo, era apenas um fedelho que lera muitos gibis e assistira muitos filmes de ficção e fantasia, embora tivesse ganho uma fantasia de Capitão-América aos cinco, seis anos de idade, e aos dez tivesse recebido uma salva de palmas pedida por um professor após tirar um galho de outro moleque que incomodava as gurias na fila depois do recreio, não tinha nenhum super poder, apenas muitas boas intenções.
Na adolescência, porém, Telmo viu suas noções de certo e errado bastante nubladas, e fez muitas coisas de que não se orgulhava. Não cometera nenhum crime hediondo, nada disso, mas certamente fizera tanto coisas moralmente reprováveis quanto deve ter quebrado a lei em algumas ocasiões. Dera as costas a muitas coisas que considerava importantes, e à certa altura, percebeu-se uma pessoa de quem não gostava.
Ainda hoje Telmo era capaz de lembrar da sensação de perceber que não gostava de quem era.
Lembrava-se de tudo o que fizera para mudar aquele panorama. Das coisas que deixara de fazer, dos amigos que parou de ver. E das coisas que foi buscar até sentir-se, novamente, uma pessoa de quem podia se orgulhar e com quem gostaria de se relacionar.
Desde então, Telmo manteve-se dentro da linha que delimitara para si mesmo. Ás vezes o acusavam de ser chato. Em outras lhe diziam que era reprimido. Mas Telmo não ligava. Ele não podia ligar menos. O importante pro Telmo era fazer as coisas da maneira certa e estar em paz com sua consciência.
Hoje, porém, o Telmo se flagrou querendo não ter noções tão claras de certo e de errado. Querendo ser capaz de agir sem pensar em termos de preto no branco e trafegar em meio ao cinza. Hoje, o Telmo percebeu que pode ter escolhido agir certo entre agir certo e ser feliz.
E pra isso ele não sabe se pode fazer ouvidos moucos.
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