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segunda-feira, 4 de junho de 2012
Resenha Cinema: Branca de Neve e o Caçador
Não há mais espaço para princesas na cultura pop de hoje em dia. O feminismo, que como certa feita explicou a Chiquinha ao Chaves consiste em as mulheres saírem para trabalhar e os homens terem os filhos, eliminou a figura da mulher dócil e feminina que precisa de auxílio masculino. A realeza perdeu o valor, e nenhuma menina sonha com príncipes encantados. Embora muitas comédias românticas e Stephanie Meyer e sua Saga Crepúsculo ainda acenem com essa figura da mulher submissa e dependente que vive pra amar o seu homem (Ou vampiro emo de aparência sexualmente ambígua), a real é que em quase todas as partes, essa expressão da mulher como figura submissa e sem vida própria exceto em nome do amor é um conceito que vem sendo abandonado por todas as expressões culturais recentes em nome das mulheres fortes e que são capazes de descascar um pepino (no bom sentido, é claro) sem precisar pedir socorro a homem nenhum. Tá aí a Viúva Negra de Os Vingadores, a Mulher Gato do vindouro Batman, a Selena de Anjos da Noite, a Lady Marion do último Robin Hood e até a Anne de Missão Madrinha de Casamento pra provar.
Esse Branca de Neve e o Caçador tenta se perfilar nessa nova onda das mulheres fortes. Não deixa de ser irônico que a protagonista seja justamente a Bella de Crepúsculo que na franquia dos vampiremos só vive pra amar seu morto-vivo. De qualquer forma, esse Branca de Neve e o Caçador afirma se voltar à origem da história baseada na tradição oral européia dos irmãos Grimm, e mostra uma versão bem mais sombria (Uh, uma versão sombria de uma história consagrada? Que original!) do conto que vimos na primeira animação em longa metragem da Disney, mas conta, a grosso modo, a mesma história:
Branca de Neve (Kristen Stewart) é uma princesa linda e gentil, filha órfã de mãe de um rei bom e justo. Esse rei enlutado acaba reencontrando o amor ao conhecer Ravenna (Charlize Theron, linda.), mas essa se prova uma má ideia.
Ravenna mata o rei e prende a pequena Branca de Neve em uma torre do castelo onde a mantém por anos enquanto sua magia negra e maldade transformam o outrora belo reino em um abjeto reflexo enegrecido do que havia sido.
Eventualmente Branca de Neve consegue escapar do cativeiro, e fugir para a Floresta das Trevas onde os homens da rainha não são capazes de seguí-la. É onde entra em cena o caçador (Chris Hemsworth, o Thor), único homem capaz de trafegar pela floresta assombrada. Ele é incumbido de encontrar Branca de Neve e devolvê-la à rainha, que deseja matá-la, mas, tocado pela beleza e pureza da jovem, muda de ideia e passa a protegê-la para que ela reúna os inimigos da rainha e retome o trono que lhe é de direito.
O filme tem lá suas qualidades. A maioria delas é visual, o filme tem uma fotografia muito maneira e uma produção caprichada que tenta emular outros épicos de fantasia sombrios (Sem pensar muito, o filme tenta ter cara de O Senhor dos Anéis, A Lenda, As Crônicas de Nárnia e Stardust...). Isso até deixa algumas cenas de batalha com um aspecto interessante mas a verdade é que o longa não tem novidades ou qualidades suficientes pra se manter na memória do espectador até a saída do shopping. Kristen Stewart é uma atriz menos que limitada. Ela tem duas expressões faciais o filme inteiro, e está em cena praticamente o tempo todo. Chris Hemsworth tem carisma é boa-pinta e manda bem nas cenas de ação, mas como esse é um filme sobre "girl power" ele não tem muito o que fazer e Sam Claifin, que interpreta o príncipe William, praticamente não faz nada exceto a cara de brabo em algumas cenas e de coitado em outras, repetindo sua performance chocha de Piratas do Caribe - Navegando Em Águas Misteriosas.
Melhores estão os oito (e não sete) anões, interpretados por bons atores britânicos (Bob Hoskins, Ian McShane, Toby Jones, Nick Frost, Brian Gleeson, Eddie Marsan, Nick Frost e Ray Winstone) como uma gangue de arruaceiros briguentos em miniatura, mas quem manda no filme é Charlize Theron e sua rainha Ravenna. A atriz sul-africana aproveita o background que a personagem recebe do roteiro e torna sua perversa personagem quase simpática, ou ao menos compreensível à audiência. Isso somado ao fato de ela ser, disparado, a melhor intérprete do elenco (e ser linda de morrer) ajuda Branca de Neve e o Caçador a ser um filme menos descartável, mas ainda descartável, afinal de contas, quem é que vai levar a sério um filme onde a Charlize Theron pergunta "existe alguém mais bela do que eu?" e o espelho míope responde que existe e é a Kristen Stewart?
Fala sério, se ainda fosse a Megan Fox...
"Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?"
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