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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Resenha Cinema: Gravidade


Confesso que, quando combinei de ir ao cinema na sexta-feira, estava muito mais inclinado a ver É O Fim, comédia bobalhona de Seth Rogen e companhia, porque precisava dar umas risadas, ou Rota de Fuga, macho movie de prisão com ecos oitentistas estrelado por Stallone e Schwarzzeneger, porque precisava me divertir, do que Gravidade.
Além das razões já citadas, também estava disposto a adiar a fita estrelada por Sandra Bullock porque era a que vinha recebendo mais incenso da crítica gringa, de modo que tudo indicava que seria o filme a permanecer mais tempo em cartaz.
Mas quis o destino, que é um gozador, que eu fosse ver Gravidade antes.
Desde a época da San Diego Comic-Con que todos os nerds do mundo estavam babando por Gravidade. O tenso vídeo mudo apresentado na meca da nerdice mundial acenava com um sci-fi maduro de um sujeito que entende de sci-fis maduros: Alfonso Cuarón.
O diretor mexicano que realizou E Sua Mãe, Também, que esteve no comando da mudança de tom dos filmes de Harry Potter com O Prisioneiro de Akkaban, e que esteve por trás do excepcional Filhos da Esperança segue no terreno da ficção científica (sorte nossa) para narrar uma história sobre a força do espírito humano face à imensidão do universo.
Gravidade acompanha a doutora Ryan Stone (Sandra Bullock), engenheira médica em sua primeira missão espacial, instalando novos aparatos no telescópio Hubble com uma equipe de cientistas e astronautas a bordo de um ônibus espacial, o Explorer.
Durante uma "caminhada espacial" rotineira a 600 Km de altura, a doutora Stone e o astronauta Matt Kowalski, veterano curtindo seu último voo antes da aposentadoria, são pegos no meio de um desastre estelar quando um satélite russo é destruído, formando uma nuvem de detritos que atropela o telescópio, o Explorer e tudo mais em seu caminho, deixando atrás de si apenas Stone e Kowalski, à deriva na imensidão fria do espaço.
Se dá pra definir Gravidade em apenas uma palavra, essa palavra é "tensão".
Se mesmo antes de a tragédia que vitima o casal protagonista o desconforto da doutora Stone já deixa claro que o espaço não é lugar pra brincadeiras, depois do acidente as coisas degringolam de uma maneira tão inapelável que fica difícil não se contrair inteiro durante os noventa minutos de projeção.
Alfonso Cuarón e o diretor de fotografia Emmanuel Lubezki conseguem retratar um espaço sideral assustador em sua vastidão e torná-lo claustrofóbico ao mesmo tempo.
O 3D não é apenas pra tornar o ingresso mais caro, embora faça isso, a técnica realmente agrega ao filme, gerando sensações de profundidade e movimento que criam uma experiência mais imersiva à audiência, e o uso da mescla dos silêncios absolutos do vácuo com a trilha sonora de Steven Price ajudam a deixar o espectador roendo as unhas na ponta da cadeira.
Soma-se a tudo isso um George Clooney em sua atuação mais George Clooney nos últimos anos, charmoso, engraçado e espirituoso, e o que talvez seja a grande atuação de Sandra Bullock em sua vida, madura, convincente, tocante (e batendo um bolão exibindo um corpaço aos 49 anos), e pronto, temos facilmente um dos melhores filmes do ano, e o melhor suspense espacial desde que a tripulação da Nostromo descobriu que tinha um clandestino a bordo.
Corra pro cinema e assista essa obra-prima como ela merece ser vista:
Em tela grande, com som fodão e em 3D.
Cuarón, Clooney, Bullock e tu, merecem.

"Eu tenho um mau pressentimento sobre essa missão..."

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