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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Resenha Game: Batman - Arkham Origins


Foi tudo culpa da Rocksteady.
Foi o estúdio inglês, aliado ao gênio criativo de Paul Dini que gerou um monstro chamado Batman - Arkham Asylum.
O game de 2009 levou às mãos de todos os gamers e fãs de quadrinhos do mundo a mais sensacional versão interativa do Batman que o mundo já vira até então.
O game foi um hit absoluto entre fãs e não-fãs de quadrinhos, laureado com diversos prêmios, e tornou a tarefa de criar jogos de super-heróis indigesta para todos os estúdios desenvolvedores dali por diante.
Pra piorar, em 2011 a empresa voltou à carga, e pariu o monstruoso (no bom sentido) Batman - Arkham City, que ampliava o escopo de Arkham Asylum em todos os aspectos deixando fanboys com lágrimas nos olhos a cada curva do caminho.
Sim. A série Batman - Arkham era a quintessência do que um game de super-heróis deveria ser, mostrando o respeito e o carinho dos desenvolvedores pelo personagem e todo o seu universo, aos quais souberam entender como nenhuma outra empresa fizera antes, e pelos fãs, que finalmente se viram numa posição em que podiam dizer, com todas as letras, que eram a noite.
Sabendo como os dois games da série Batman - Arkham eram sensacionais, não era de surpreender que os fãs tenham ficado com o pé atrás com relação ao inevitável terceiro capítulo da saga quando foi divulgado que Paul Dini e a Rocksteady não estariam envolvidos com o game.
Ao invés disso, o jogo ficou por conta dos estúdios da Warner Bros. Games Montreal, divisão da Warner Bros. Interactive Entertainement . Não que a desenvolvedora fosse "verde" em se tratando dos games do morcego. Foi esse o estúdio responsável por Batman - Arkham City: Armored Version, lançado para o Wii-U, a partir do game original da Rocksteady, então, os sujeitos tinham background no assunto. Além disso, como uma divisão da Warner, teriam acesso a escritores e roteiristas que entendessem do riscado, e, afinal de contas, depois de dois games espetaculosos, era difícil errar a mão, bastava não fazer cagada.
E, após jogar Arkham Origins por duas madrugadas quase inteiras, posso dizer que a WB Games Montreal não fez cagada.
Mas foi basicamente só o que o estúdio fez: Evitar a cagada.
Arkham Origins mostra um Batman jovem, recém iniciando sua carreira como vigilante mascarado, após cerca de dois anos de combate soturno ao crime, Batman ainda conta com o status de lenda urbana para a opinião pública, muitos bandidos ainda o consideram apenas uma superstição e a polícia afirma que ele não existe, embora investigue suas atividades sem a certeza de que se trata de um único homem, ou vários e existam ordens para detê-lo assim que for identificado.
É nesse contexto que, na véspera do Natal, o gângster Máscara Negra elabora um plano para dar cabo dessa nova ameaça ao status quo da corrupta e decadente cidade de Gotham City:
O bandido oferece uma recompensa de 50 milhões de dólares pela cabeça do Homem-Morcego, e convoca alguns dos mais perigosos assassinos do mundo para fazer o serviço e clamar o pagamento.
Como é praxe na série, isso coloca o cruzado encapuzado numa espiral de eventos interligados que o farão passar por uma noite infernal lutando por sua sobrevivência.
Pois bem... Arkham Origins está longe de ser um mau game.
Não é, é muito bom. As mecânicas funcionais de Arkham Asylum e City estão todas lá, mantidas incólumes, como o espetacular sistema de combate, os gadgets do cinto de utilidades, e as capacidades investigativas do maior detetive do mundo (Essas aliás, recebendo uma melhoria em relação aos jogos anteriores), o problema é que a WB não consegue repetir o apuro técnico aos mínimos detalhes da produtora anterior.
Há, por exemplo, pequenas falhas de renderização, e profundidade, e a cidade simplesmente não é tão bonita em Origins quanto era em Asylum e City.
Além dessa questão na parte gráfica, que vá lá, não é primordial, existe uma questão mais grave:
O roteiro.
Arkham Origins não é nem de longe tão grave e imersivo quanto seus antecessores. O entredo do game não é urgente como o de Arkham Asylum e especialmente de Arkham City (Sim, Paul Dini faz muita falta), e os chefes de fase são, em sua maioria, mornos se comparados à bandidagem cascuda que já deu as caras na série anteriormente. Pra piorar há decisões que são simplesmente imperdoáveis como reutilizar o vilão Crocodilo (Killer Croc) com um visual totalmente diferente dos outros games, e em confrontos que não são, nem de longe, comparáveis ao duelo de Arkham Aylum, provavelmente o mais tenso do game.
Por outro lado, se a WB Montreal cometeu equívocos na realização do game, há também boas sacadas.
Pra versão brasileira do jogo, por exemplo, a dublagem é digna de nota.
Como Arkham Origins mostra um Batman novato, Kevin Conroy, legendário dublador do personagem (infelizmente) não está na versão em inglês do game com sua voz de tenor, tendo sido substituído por Roger Craig Smith, uma perda e tanto.
Para amainar a dor dos brasileiros, na versão em português, o elenco de dublagem do game é o mesmo dos filmes da série Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan, com Ettore Zuim como Batman e Márcio Simões como Coringa, uma boa ideia dos produtores da versão nacional, embora Guilherme Briggs, como Bane, seja de doer.
O roteiro, apesar dos pesares, tem algumas boas tiradas conforme a trama se desenvolve, e as várias missões paralelas, o retorno do sistema de desafios (incluindo uma versão com cenários para o Exterminador, um dos antagonistas do game), e até a inserção de um modo multiplayer, são todas aquisições interessantes que somam para a experiência Arkham Origins, ainda assim, embora seja um bom game de super-herói, ele perde feio na comparação com os games anteriores.
Aparentemente faltou colhão à WB Montreal pra assinar o game, que carece de personalidade mais do que de qualidade.
Ainda assim, vale a compra, e aí, faça o seguinte: Jogue Arkham Origins, Arkham Asylum e Arkham City na sequência cronológica, e não na ordem de lançamento. Assim as coisas devem ficar mais equilibradas, e o caçula da família não faz tão feio.
Volta Rocksteady! E que venha o "Arkham World".

"-Você não é um vigilante veterano! Você é um jovem com um fundo de investimento e muita raiva!
-Eu sou a razão pela qual os criminosos de Gotham respiram aliviados quando o sol nasce."

Um comentário:

  1. ME AJUDA AE PADRINHO...

    COMO COLOCO A DUBLAGEM EM PORTUGUES... JA TENTEI DE TUDO E NAO DEU CERTO.. NEM A LEGENDA NEM A DUBLAGEM.

    ASS TIAGO VASQUEZ

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