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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Resenha Cinema: Kick-Ass 2


Três anos se passaram desde que, em uma tarde gélida de Porto Alegre eu fui até o cinema e assisti Kick-Ass - Quebrando Tudo, filme dirigido por Matthew Vaughn adaptando o quadrinho Kick-Ass, de Mark Millar e John Romita Jr.
Kick-Ass - Quebrando Tudo, estrelado por Aaron Johnson, Nicolas Cage, Chloë Grace Moretz e Christopher Mintz-Plasse era um filme divertidíssimo, ultra violento, cômico, e que fez, nos cinemas e no home-vídeo, uma carreira decente o bastante para ganhar uma sequência.
Kick-Ass 2, baseado na mini-série em quadrinhos de mesmo título, e na mini Hit-Girl, retoma de onde o primeiro parou.
Após a morte de Big Daddy (Nicolas Cage) e do mafioso Frank D'amico (Mark Strong), a Hit-Girl Mindy Macready (Moretz) e o Kick-Ass Dave Lizewski (Johnson) abandonam o combate ao crime e tentam levar uma vida normal como alunos do ensino médio.
A menina, agora tutorada pelo ex-parceiro de seu pai na polícia, Marcus Willians (Morris Chestnut), obviamente tem mais dificuldades nesse expediente, uma vez que treinou a vida inteira para ser uma máquina assassina do bem, mas também é difícil para Dave abandonar o traje e os porretes de Kick-Ass, especialmente quando o fenômeno dos vigilantes uniformizados cresce sem parar em Nova York graças ao pontapé inicial dado por ele.
Mindy e Dave treinam juntos em segredo até ela ser descoberta por Marcus, e prometer ficar fora da vida de super-herói.
Isso, porém, não arrefece as disposições de Dave. De volta às ruas ele encontra o Doutor Gravidade (Donald Faison, o Turk, de Scrubs), outro auto-proclamado herói, que o leva até o Coronel Estrelas e Listras (Jim Carrey), o organizador e líder da Justiça Eterna, o primeiro super-grupo do mundo.
Ao lado da dupla Lembrem-se de Tommy, do Homem-Inseto, do Batalheiro e da Vadia Noturna (Lindy Booth, que podia ganhar prêmio na categoria corpo gostoso e cara esquisita) eles começam uma cruzada contra o crime.
A questão é que, enquanto os mocinhos se unem em uma parte, em outra, Chris D'amico (Mitz-Plasse), ex-Red Mist, vendo o sucesso da iniciativa heroica, decide tornar-se o primeiro super-vilão do mundo, o Motherfucker.
Armado com a grana da família, sua própria nerdice, e com o auxílio de Javier (John Leguizamo), seu braço direito, o Motherfucker une uma liga perversa recheada de criminosos que se tornam super-vilões como Genghis-Carnage, o Tumor, Morte Negra e Mãe Rússia (A fisiculturista Olga Kurkulina, assustadora).
O Motherfucker planeja se vingar de Kick-Ass pela morte de seu pai, e essa vingança que coloca a liga do mal em rota de colisão com a Justiça Eterna, pode, mais do que acabar com Kick-Ass, matar Dave Lizewski, a menos que ele consiga tirar a Hit-Girl da aposentadoria precoce para ajudá-lo.
É ótimo.
Kick-Ass 2, além de muito divertido, movimentado e colorido consegue uma proeza que poucas sequências alcançam, realmente desenvolve seus personagens criando novos conflitos que evoluem os dilemas da fita anterior. Isso se deve tanto ao roteiro e à direção do longa (ambos de Jeff Wadlow, sobre o trabalho de Millar) quanto ao talento do elenco principal, em especial, claro, Chlöe Grace Moretz (Numa idade em que está velha demais pra gente querer como filha, mas jovem demais pra gente querer casar), que rouba todas as cenas, tem as melhores sequências de ação, e que é quem lida com as mudanças mais profundas já que, além de deixar de ser uma vigilante em tempo integral para se tornar uma menina normal do high school, deixa de ser criança para se tornar uma adolescente, com direito a explosões hormonais de rachar o bico.
Aaron (agora) Taylor Johnson também está bem, continua sendo um guri engraçado, Christopher Mintz-Plasse está hilário como o Motherfucker, e é dono dos momentos mais engraçados do filme com folgas, destaca-se também John Leguizamo, como o capanga boa-gente Javier, e Jim Carrey, ótimo como o Coronel Estrelas e Listras, repetindo o bom desempenho de Nicolas Cage no primeiro filme e se divertindo a valer enquanto interpreta um tipo muito particular de bad-ass a despeito da epifania pacifista que o fez não participar da divulgação do filme.
Segurando a peteca entre a ação, a comédia e até um pouco de drama, Kick-Ass 2 voa ligeiro nos seus pouco mais de cem minutos, se candidata a melhor adaptação de quadrinhos de um ano com Superman e Homem de Ferro nas telonas e deixa a gente com gostinho de quero mais. Custa sonhar com um Kick-Ass 3 tão bom quanto?

"-Nós devíamos ser uma dupla como Batman e Robin.
-Ninguém quer ser o Robin.
-Você era tipo o Robin do Big Daddy.
-O Robin queria ser eu..."

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