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quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Resenha Cinema: Mesmo Se Nada Der Certo
Poucas coisas gritam "Indie" mais alto do que dramédias românticas musicais estreladas por Keira Knightley e Mark Ruffalo e dirigidas por John Carney, do Indie até a medula Apenas Uma Vez.
O trailer de Mesmo Se Nada Der Certo (cujo título original que aparece no início do filme é Can a Song Save Your Life?, "uma canção pode salvar sua vida?", mas tem o título original registrado no IMDB como Begin Again "começar de novo"), também era terrivelmente indie, mostrando participações de Cee-Lo Green, de Mos Def e do Maroon 5 Adam Levine no que parecia uma versão mais descolada de Letra e Música, mas ei, quem é que não gosta de uma dramédia indie estrelada pelo delicinha Keira Knightley de quando em quando?
Bora lá conferir a inglesinha cantando com o auxílio do auto tune, que é, de fato, a primeira coisa que vemos no filme.
Keira é Gretta, ela está sentada em uma bar de música ao vivo qualquer em Nova York, e é convencida por seu amigo Steve (James Corden), que está no palco, a subir e cantar uma de suas canções.
A baladinha, "para todos os que já se sentiram sozinhos na cidade", não chega a ofender, e ajuda que Keira seja uma graça com suas caras e bocas na sua performance.
Corta para a manhã do mesmo dia.
Dan (Mark Ruffalo), acorda as sete da manhã, ele está um trapo, parece ter enchido a cara na noite anterior. Ele pensa em se barbear, mas desiste e volta pra cama. Sai horas mais tarde após apanhar um pacote repleto de CDs demo, Dan é um produtor musical que não anda lá num momento muito positivo da vida. Pra piorar, todos os CDs parecem a mesma coisa, algo entre pop e hip-hop sem alma, personalidade ou qualidade.
Ele apanha a filha com quem não sabe se comunicar Violet (uma insuspeita gostosa Hailee Steinfeld que, acabo de descobrir, tem apenas dezessete anos, então esqueçam a parte do "gostosa") na escola, e vai à uma reunião com seu sócio Saul (Mos Def), na gravadora que os dois fundaram juntos. A reunião termina com Dan demitido.
Após encher a cara por toda a parte, pensando em se suicidar, Dan acaba em um bar qualquer para beber sua última dose de uísque, quando ouve a canção de Gretta no palco.
Desse encontro fortuito, surge uma parceria que pode salvar a ambos a medida em que descobrimos que Dan não superou a separação da ex-esposa Miriam (Catherine Keener), e que Gretta era namorada de parceira musical de Dave Kohl (Adam Levine), que após sentir a fama tremer sob seus pés, trocou Gretta por uma produtora qualquer da gravadora com quem acabara de assinar, deixando a jovem sozinha e de coração partido na grande maçã.
Essa é a premissa nada original de Mesmo Se Nada Der Certo, mas não tema. A despeito do início, o desenrolar do longa trata de afastar essa impressão.
A exemplo de Apenas Uma Vez, Mesmo Se Nada Der Certo não é um romancezinho típico, mas sim um longa sobre o efeito da música na vida dos protagonistas, com boas canções do próprio Carney, ex baixista do The Frames, e boas atuações do casal protagonista, em especial Knightley, Mesmo Se Nada Der Certo segura a onda com a fofura, boas canções, e intercalando momentos divertidos com algumas cenas realmente tocantes (a melhor talvez seja quando Gretta ouve uma canção do namorado, e imediatamente sabe que ele a escreveu pensando em outra mulher), misturando o início agridoce a um segundo ato genuinamente divertido, e um desfecho absolutamente desalinhado com o que se esperaria do filme, deixando de lado os clichês mais recorrentes do gênero.
Nessa toada, Carney e seu elenco obtém sucesso ao contar sua história através de dois personagens desenvolvidos de maneira absolutamente crível, com quem todos podem se relacionar, e de quem é fácil gostar.
O que mais se pode pedir de um filme?
Assista, no cinema ou em DVD, vale absolutamente a pena.
"-Eu não estava tentando te reconquistar, estava tentando te mandar à merda."
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