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segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Resenha Série: Jessica Jones: Síndrome de Esmagamento
O piloto de Jessica Jones é uma boa apresentação para a personagem e seu mundo. No segundo episódio era hora de tentar manter o nível após o desfecho chocante do primeiro capítulo, e Síndrome do Esmagamento não perde tempo, mostrando o rescaldo da sugestão de Kilgrave sobre Hope Schlottman e sobre Jessica, que tem que lidar não apenas com a ameaça do retorno do vilão, mas também com o fato de ter falhado para com Hope e seus pais.
Essa combinação faz com que Jessica decida provar a inocência da moça usando todos os meios à sua disposição, inclusive barganhar com Jeri, pedir penico à Patsy e perseguir Kilgrave ao invés de fugir dele.
O episódio novamente dirigido por SJ Clarkson e escrito por Melissa Rosenberg, Micah Schraft e Jenna Reback não perde tempo, e vai logo preparando terreno pro futuro da série, mostrando que sim, Luke tem poderes (e pavimentando o caminho para a série solo do herói), que a relação entre Jessica e ele tem muita lenha pra queimar, além de o quanto Kilgrave pode ser nocivo.
A investigação de Jessica, desesperada para descobrir como seu nêmese escapou da morte, a leva a uma série de descobertas que vão mostrando o controlador de mentes como um tenebroso psicopata desprovido de qualquer tipo de consideração ou empatia.
A passagem de Jessica pela casa da mãe do motorista de ambulância, a sequência em que Kilgrave invade a casa de uma família e seu modo de lidar com as crianças é de arrepiar, e deixa bem claro porquê do pavor de Jessica, e a extensão do poder do vilão, enquanto o flashback do acidente de ônibus deixa a audiência se perguntando o que teria acontecido naquela noite? Além de qual seria o verdadeiro motivo para Jessica vigiar Luke?
Aliás, a vigilância de Jessica sobre Luke rende uma briga de bar da dupla contra um grupo de jogadores de rúgbi, que, apesar de bacana, não tem nem sombra do garbo das sequências de luta de Demolidor.
Falando em cenas de luta, descobrimos nesse episódio que Patsy (Rachel Taylor) não tem absolutamente nada de indefesa, e que está se preparando fisicamente para o que quer que se avizinhe (Alguém disse Gata do Inferno?).
Apesar de algumas escorregadelas, e momentos que, à primeira vista, não acrescentam muita coisa (o caso extraconjugal de Jeri sendo misteriosamente descoberto pela esposa da advogada, os vizinhos do andar de cima de Jessica, algo deslocados e excessivos), o episódio acerta a mão de fato ao apostar nas relações entre Jessica e os coadjuvantes, no lado investigativo da protagonista, e especialmente ao edificar um vilão verdadeiramente ameaçador para a série.
"-Fique avisado. Eu tenho um paladar muito particular."
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