Bem vindos a casa do Capita. O pequeno lar virtual de um nerd à moda antiga onde se fala de cinema, de quadrinhos, literatura, videogames, RPG (E não me refiro a reeducação postural geral.) e até de coisas que não importam nem um pouco. Aproveite o passeio.
Pesquisar este blog
terça-feira, 29 de agosto de 2017
Resenha DVD: Vida
Em anos recentes, sempre tem havido algum sci-fi que deita a concorrência, e, a menos pra mim, fica com folgas no posto de melhor filme do ano. Interestelar, Perdido em Marte e A Chegada são os que me vem à mente de primeira. Filmaços que galgaram o lugar mais alto no pódio do meu top-10 de cinema anual, sem contar Gravidade, que não encabeçou minha lista em seu ano de lançamento mas, tenho certeza, deve ter figurado na metade mais alta da lista, no mínimo...
E é justamente por ser um apaixonado pelo gênero, e estar ciente de que todo o ano sai um representante muito foda do gênero, que eu lamentei tê-lo perdido nos cinemas, e fiquei feliz por encontrá-lo na locadora no final de semana.
No filme de Daniel Espinosa, o mesmo de Protegendo o Inimigo e Crimes Ocultos, uma tripulação de especialistas à bordo da Estação Espacial Internacional se prepara para o que pode ser um momento decisivo na História da ciência.
Uma cápsula com material de pesquisa colhido de Marte pela missão Peregrino vai passar pela Estação, e os astronautas têm apenas uma chance de agarrá-lo com um braço mecânico e trazer as amostras para estudo. O homem para a missão é o especialista Rory Adams (Ryan Reynolds), que consegue capturar as amostras de solo que imediatamente passam ao cientista Hugh Derry (Ariyon Bakare), que se põe a vasculhar as amostras de solo em busca de indícios de vida extraterrestre.
E eles encontram.
O que inicialmente é uma única célula em estado dormente, sob os estímulos certos logo começa a multiplicar as células de seu organismo confirmando a existência de vida fora da Terra.
Há um grande alarde midiático, os astronautas a bordo, Sho Murakami (Hiroyuki Sanada), Miranda North (Rebecca Ferguson), Katerina Golovkina (Olga Dykhovichnaya) e David Jordan (Jake Gyllenhaal) são tratados como celebridades dando entrevistas direto da Estação Espacial enquanto os estudos seguem com o alienígena, batizado Calvin em um concurso entre escolas na Terra, crescendo e maravilhando Hugh por sua capacidade ímpar de adaptação.
Quando a forma de vida, que à essa altura adquiriu a forma de uma pequena mistura de flor e estrela-do-mar, entra novamente em estado de hibernação, Hugh, que é paraplégico, e vê na criatura o potencial para curar qualquer tipo de moléstia terrestre graças à sua inacreditável estrutura celular, vê-se disposto a tentar tudo para tirar o alienígena de seu torpor. E é justamente nesse momento que as coisas começam a dar errado.
Calvin desperta de fato, mas o faz na como um organismo baseado em carbono que precisa de oxigênio, água e alimento para sobreviver e crescer. E ele quer crescer mais, e mais rápido.
Inicialmente uma massa de pétalas grudentas que corre pelas paredes se escondendo dos astronautas (o que, convenhamos, já é bem ruim), Calvin não tarda a começar a se alimentar dos membros da tripulação enquanto aumenta seu tamanho e inteligência transmutando-se em uma grande mistura de flor de lótus, naja e polvo decidida a seguir aumentando de tamanho, transformando os labirínticos e claustrofóbicos corredores da Estação em um sinistro campo de caça de onde ninguém pode escapar sem eliminar a criatura que, se por alguma eventualidade chegar à Terra, pode causar uma hecatombe sem precedentes.
Eu gosto de um bom filme de monstro espacial.
Na verdade, estava curioso pra ver o que se apresentava como uma mistura de Gravidade e Alien: O Oitavo Passageiro, um respiro bacana após tantas ficções científicas mais calorosas. Não é difícil de imaginar que Reeth Reese e Paul Wernick, roteiristas do longa (e responsáveis pelos scripts de Deadpool e Zumbilândia) tenham assistido Gravidade e pensado em como aquela situação poderia ficar ainda pior.
Sem uma premissa original, o negócio seria Reese, Wernick e Espinosa capricharem na atmosfera de tensão e nos sustos, o que jamais acontece.
Há alguma sequências inspiradas, como o primeiro cumprimento de Calvin, uma cena realmente tensa sob diversos aspectos, o problema é que, daí pra frente, a coisa toda vai se tornando mais previsível e aborrecida, afinal de contas, só há um certo número de coisas que se pode imaginar com um polvo espacial dentro de corredores estreitos, e não tarda para que as possibilidades se reduzam a correr flutuando pelos corredores, fechando a escotilha no último instante apenas para descobrir que Calvin conseguiu se esgueirar por outra fresta...
O longa ainda tenta se redimir de sua previsibilidade com uma cena final algo amarga, mas a verdade é que, na preparação para o desfecho, nós já começamos a antever do que se trata o encerramento, e, de novo, não há surpresa.
Apesar dos esforços de um bom elenco e da boa fotografia de Seamus McGarvey, Vida não decola, apenas flutua como os cadáveres das vítimas de Calvin, e meia hora após o fim do filme, a audiência já não liga para aqueles personagens e nem para aquele alienígena que os comeu.
"-Isso parece as merdas d'A Hora dos Mortos-Vivos...
-Essa é uma referência obscura.
-Não pra um Nerd."
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Sinto que história é boa, mas o que realmente faz a diferença é a participação de Ryan Reynolds e Rebecca Ferguson neste filme, já que pela grande experiência que eles têm no meio da atuação fazem com que os seus trabalhos sejam impecáveis e sempre conseguem transmitir todas as suas emoções, por se acaso você não tenha visto Vida, essa será uma excelente oportunidade e garanto que você não irá se arrepender.
ResponderExcluir