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segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Resenha Série: Game of Thrones, Temporada 7, Episódio 6: Beyond the Wall
Atenção! Zona de spoilers severa nos próximos parágrafos!
Após uma semana ignorando tudo sobre Game of Thrones na internet por conta do vazamento de Beyond the Wall na Espanha na semana passada, ontem era hora de sentar para assistir ao penúltimo episódio dessa temporada magra de Game of Thrones.
Eu passei os primeiros cinco episódios da sétima temporada garganteando sobre como a redução do número de capítulos da série nesse ano não estava pesando sobre o roteiro da série, que seguia funcionando a despeito da restrição orçamentária que enxugou em três episódios (quase três horas) o tamanho da temporada, algo que deve ser ainda mais significativo na oitava temporada, que deverá ter apenas cinco capítulos.
Pois bem, em Beyond the Wall, finalmente, a correria cobrou seu preço.
Ainda que o sexto capítulo da temporada tenha mantido a escrita de Game of Thrones, de o penúltimo episódio de cada temporada ser aquele onde tudo vai pro inferno e as maiores desgraças ocorrem, teve grandes cenas de ação, e aumentou a aposta na relação entre duas personagens-chave da série.
Mas fez tudo isso meio na correria.
A necessidade de espremer a coisa toda em sete, e não dez capítulos, fez com que Beyond The Wall parecesse apressado, e pior, acabando com a noção de tempo da audiência dentro do episódio (as noções de tempo sempre foram confusas em GoT, mas ao menos nós tivemos a confirmação de que as viagens na série, de fato, levam meses, quando Samwell Tarly disse ao arquimeitre que conhecera Bran Stark "anos atrás". Saber que viagens levam meses na série ajudou a estabelecer a passagem dos anos anos no programa e esculhambou completamente a cronologia dos fatos em Beyond the Wall.).
Mas vamos ao que interessa:
Os Vingadores da Costa Westeros liderados por Jon Snow andaram por um período de tempo que não ficou claro se foi de horas ou dias pela planície gelada, pelas montanhas e pelas escarpas d'além da muralha.
O grupo composto por Jorah Mormont, Beric Dondarrion, Thoros de Myr, Sandor Clegane, Thormund e Gendry, além de uma porção de coadjuvantes sem nome, adentrou o território inóspito com galhardia em sua missão de apanhar um dos Outros, e levá-lo a Porto Real para convencer Cersei de que o perigo representado pelo Rei da Noite é genuíno.
O plano, obviamente, não era dos melhor pensados. E tinha tudo e mais um pouco para dar errado.
Após se digladiarem com um urso polar zumbi, perdendo um membro da companhia, e vendo Thoros de Myr ser gravemente ferido, o grupo finalmente chegou à montanha com o topo no formato de uma cabeça de flecha que o Cão de Caça viu no fogo, e lá, depararam-se com um pequeno contingente de zumbis liderados por um Andarilho Branco.
Ao apanhar seu zumbi, porém, o grupo viu-se na mira da maior horda de zumbis de que já se teve notícia e enquanto Gendry fugia de volta para Atalaia Leste do Mar para pedir reforços, o restante do grupo ficou para lutar por suas vidas.
Gendry correu até chegar extenuado à Atalaia Leste do Mar, e um corvo foi enviado à Pedra do Dragão, de onde Daenerys parte para o resgate.
Deixe-me abrir um parêntese aqui, para falar a respeito da confusão temporal que começa nesse ponto.
Nós não temos como saber quanto tempo o grupo ficou ilhado naquela pedra. A melhor aposta parece ser em dia e uma noite, dois dias e uma noite, ao menos é a impressão que temos assistindo ao episódio. Gendry corre, aparentemente por um dia inteiro até retornar à Atalaia Leste do Mar, e, sabe Deus quanto tempo um corvo leva da Muralha até Pedra do Dragão, e quanto tempo um dragão leva de Pedra do Dragão até além da Muralha, a questão é que, nesse ponto, tudo se tornou muito corrido, com as coisas se sucedendo tão rapidamente que mesmo a morte de um personagem com mais background e carisma, no caso Thoros de Myr, acabou passando em brancas nuvens porque, simplesmente, não deu tempo de lamentar seu fim em meio a alguns coadjuvantes sem nome que estavam no grupo apenas para morrer.
Se a caminhada da equipe até a montanha com pico de cabeça de flecha serviu para oferecer alguns momentos de interações bacanas entre personagens que jamais se encontraram, com diálogos divertidos entre Thormund e Sandor, e um momento tocante entre Jorah e Jon a respeito da espada ancestral da família Mormont, Garralonga, do encontro com o Andarilho Branco pra frente, tudo fica meio confuso.
Enquanto Jon se ilhava com seus colegas à espera de um milagre, em Winterfell a tensão entre as irmãs Stark está cada vez maior com as duas sendo tocadas por Petyr Baelish como se fossem violinos.
Não posso deixar de achar frustrante que, à essa altura do campeonato, Arya e Sansa ainda sejam tão facilmente manipuláveis. Tudo bem que as duas são praticamente estranhas após anos separadas, e que Arya veja Sansa como a mesma menina idiota que só queria usar belos vestidos e casar com o rei, e que Sansa veja Arya como uma selvagem que age apenas por impulso, mas já não ficou claro para as duas que o Mindinho não vale o que come no que tange a maquinar e sacanear os outros? Ele conseguiu até mesmo convencer Sansa a mandar Bryenne embora de Winterfell, abrindo mão de sua mais capacitada defensora.
Ainda assim, o diálogo das duas no mezanino de onde Ned e Catelyn costumavam observar os filhos praticando, foi particularmente bem atuado. Um ponto alto para as duas atrizes na série.
E, em Pedra do Dragão, Tyrion e Daenerys tocaram no sensível ponto da sucessão ao Trono de Ferro, já que, caso a mãe dos dragões consiga a coroa, ela não pode gerar filhos. Um ponto que claramente deixa a herdeira Targaryen bastante emputecida.
Agora, após essa conversa, Daenerys novamente opta por não dar ouvidos a Tyrion, e parte rumo ao o Norte para salvar Jon e companhia no último momento.
A batalha, porém, não sai como Daenerys planejara, já que, enquanto fritava todos os zumbis que cercavam o grupo, Dany viu o impossível acontecer:
O Rei da Noite, com uma lança de gelo, e uma pontaria sensacional, conseguiu matar um dos dragões de Daenerys em pleno voo.
Viserion exalou seu último sopro flamejante e, durante a fuga que se seguiu à morte do dragão, Jon caiu no rio congelado arrastado por dois zumbis, sendo deixado pra trás enquanto o restante do grupo escapava no lombo de Drogon.
Jon, porém, não pereceu, sendo salvo da horda de zumbis por seu tio Benjen Stark (Joseph Mawle) no último instante, e conseguindo retornar à Atalaia Leste do Mar no lombo do cavalo de Benjen, que se sacrificou por seu sobrinho.
Como dá pra ver, muita coisa aconteceu no episódio de ontem, e eu nem mesmo falei que Jon e Jorah deduziram que, ao matar um Andarilho Branco, os zumbis trazidos de volta à vida por aquela criatura são destruídos instantaneamente, que Jon e Daenerys tiveram um momento de ternura no barco de volta à Pedra do Dragão onde pudemos ver um pouco da Dany de antigamente, mais frágil e acessível e menos quebradora de correntes, mãe dos dragões nascida da tormenta, e que talvez, justamente isso, aliado ao resgate mais do que providencial, tenha feito Jon reconhecê-la como sua rainha (depois de chamá-la de Dany), e que após tudo isso, os zumbis retiraram o corpo de Viserion do lago congelado, e o Rei da Noite o trouxe de volta ganhando seu próprio Dragão-zumbi (ei, eu falei lá em cima que essa era uma zona de spoilers severa).
Por tantos acontecimentos importantes, incluindo aí o primeiro encontro de várias testemunhas com o Rei da Noite, incluindo aí Daenerys, que finalmente reconheceu o senhor dos Andarilhos Brancos como o inimigo a ser vencido, é uma pena que Beyond the Wall tenha sido tão prejudicado pela pressa.
Se houvesse seguido o ritmo de temporadas anteriores ao menos aqui, esticando a coisa toda por mais um capítulo ou dois, nós provavelmente estaríamos diante de um forte candidato a melhor episódio da série, infelizmente, ele acabou sendo apenas bom por conta da correria que roubou peso de revelações, encontros e mortes pra chegar logo ao final como um adolescente trepando.
Vamos esperar que, na semana que vem, o oitavo episódio recupere o nível dos últimos seis capítulos, e entregue um cliffhanger de deixar todo mundo na ponta da cadeira até 2019.
"-Morte é o inimigo. O primeiro inimigo, e o último.
-Todos nós vamos morrer.
-O inimigo sempre vence. Mas ainda assim, precisamos enfrentá-lo."
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