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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Resenha Série: Game of Thrones, Temporada 7, Episódio 4: The Spoils of War


Atenção para os apoilers!
A sétima temporada de Game of Thrones chegou à metade, e gurizada, dói dizer isso quando a temporada está boa como está.
O quarto episódio nos trouxe voltas pra casa, a aproximação entre dois protagonistas e uma das melhores batalhas da série, quase chegando ao ponto de rivalizar com Durolar, dois anos atrás.
Cersei Lannister, a senhora dos sete reinos está bastante segura de sua posição, enquanto negociava o pagamento de seus débitos ao Banco de Ferro de Braavos com o saque a Jardim de Cima, a rainha já estava planejando seu próximo passo na ideia de contratar a Companhia Dourada. Eu não me lembro se a companhia já foi mencionada na série, mas nos livros eles são consideradas uma das melhores e mais caras companhias mercenárias do mundo, e decantada por jamais ter quebrado um contrato (embora em O Festim dos Corvos, o tenha feito...). Se eles de fato aparecerem na série, devem oferecer um upgrade ao espetáculo das batalhas, já que suas fileiras contam com soldados, cavaleiros e elefantes de guerra.
Enquanto Cersei tramava a melhor forma de ferrar Daenerys em seu próximo movimento, um outro jogador do lado do mal fazia o seu.
Em Winterfell Petyr Baelish ofereceu a Bran o punhal que fora usado em sua tentativa de assassinato logo após sua queda da torre na primeira temporada. O Mindinho continua em Winterfell atirando pra todos os lados em seu plano de se sentar no Trono de Ferro custe o que custar, é óbvio que ele está tramando alguma coisa, e sua lealdade não vale um tostão, então resta aguardar pra ver se o ex-Mestre da Moeda de Robert Baratheon vai jogar Sansa contra o resto dos Stark, ou se o resto dos Stark é que irão jogar Sansa contra o Mindinho.
Especialmente porque, após seu encontro com Nymeria, Arya resolveu tomar o rumo do Norte, e voltou pra casa. Todos os filhos vivos de Ned e Catelyn Stark estão em Winterfell após seis temporadas de ausência.
A caçula da família retornou ao antigo pago em grande estilo. Após colocar dois guardas de portão (dois dos piores guardas de portão que eu já vi, diga-se de passagem) em seus devidos lugares, a jovem foi à cripta da família para prestar seus respeitos ao pai e se reencontrou com a irmã mais velha. Não chegou a ser tocante como o reencontro de Jon e Sansa em Castelo Negro no ano passado, mas francamente, eu já me acostumei com a ideia de que o único reencontro capaz de empatar ou superar aquele, seria o de Jon com Arya, já que os dois sempre foram os mais próximos entre os filhos de Ned.
Não foi apenas dando um nó em dois guardas meia-boca que Arya demonstrou quem é, agora. Em uma sessão de treinamento com Brienne de Tarth, a jovem loba demonstrou a real extensão de suas habilidades de combate, algo do qual podíamos apenas suspeitar até aqui.
O reencontro também serviu pra nos mostrar que Bran, de fato, deixou de ser Bran, e agora é o Corvo de Três Olhos em tempo integral, conforme sua breve despedida com Meera Reed deixou claro. O jovem aleijado morreu na caverna, e em seu lugar sobrou apenas o vidente verde que é capaz de ver tudo e de deixar todo mundo desconfortável.
Falando em desconforto, Sansa também não pareceu particularmente confortável em ver que Arya agora é uma combatente letal, capaz de vencer Brienne em combate singular, e em saber que a lista de nomes da irmã é verdadeira. Resta saber se foi apenas uma breve surpresa pela revelação ou se Sansa está começando a ficar enciumada por, dos Stark sobreviventes, ser a única sem uma super nova habilidade pra mostrar.
Quer dizer... Bran se tornou a wikipédia de Westeros, capaz de acessar todo o conhecimento do continente ao mesmo tempo, Arya se tornou uma exímia lutadora e assassina, e até Jon, que foi quem menos mudou, se tornou um líder militar capaz de unir selvagens e nortistas e ser aclamado rei do Norte... Resta torcer para que não seja inveja, o que poderia ser uma porta de entrada e tanto para as minhocas que Mindinho parece ávido por plantar na cabeça ruiva da Lady Stark.
O rei do Norte, por sinal, deu mais um passo em direção à confiança, e quiçá, da afeição de Daenerys.
O jovem rei levou a mãe dos dragões à uma caverna sob Pedra do Dragão para mostrar a ela a reserva de obsidiana e, também, uma série de pinturas nas paredes rochosas mostrando que os Filhos da Floresta e os Primeiros Homens lutaram lado a lado contra os Andarilhos Brancos.
É difícil não perceber que a relação entre Jon e Daenerys se encaminha para um flerte descarado. Até sor Davos falou a respeito, fazendo piada a respeito de Jon olhar para os peitos de Dany, e eu francamente não sei se a série seria capaz de apostar numa relação que seria de tia e sobrinho na cara de pau ao estilo Jorge Amado.
Claro, nós sabemos que, em se tratando de incesto, Westeros é bem mais liberal do que nós, e entre os Targaryen os casamentos consanguíneos eram encorajados a ponto de, nos livros, Daenerys admitir que achava que se casaria com o irmão, Vyseris, antes de ser vendida a Drogo, mas eu realmente não sei se o seriado seguiria esse caminho.
Daenerys, aliás, parece tão inclinada a gostar de Jon, agora, que lhe pediu conselho sobre como agir a seguir, e, aparentemente, o aceitou.
Ao mesmo tempo, aceitou o conselho da falecida Olenna Tyrell, e resolveu ser um dragão.
Dany, porém, não o fez como seu pai, Aegon teria feito. Ela não foi derreter castelos, mas sim atacar a caravana de Jaime e Bronn após o ataque a Jardim de Cima.
Primeiro com uma horda dothraki, depois montada em Drogon mandando drakaris pra tudo quanto era lado enquanto transformava o batalhão de Jaime em torradas.
Uma coisa particularmente interessante a respeito dessa batalha é que não havia, necessariamente, vilões em nenhum dos lados. Ainda que Daenerys seja, assumidamente, uma das heroínas de GoT, do outro lado estavam Jaime e Bronn, dois personagens com quem a audiência se importa. Jaime, apesar de seu comportamento por vezes desprezível no início da série, foi um personagem que cresceu na afeição da audiência conforme seu arco se desenrolou, a ponto de causar estranhamento por estar ao lado de Cersei na hora da guerra. Bronn, por sua vez, sempre foi um vagabundo de quem podíamos gostar. Um sujeito duro e ganancioso, mas não perverso.Pra aumentar a divisão no coração da audiência, antes de a pancadaria começar eles ainda dividiram uma cena que apenas serviu para relembrar ao espectador porque nós gostamos de ambos.
Então foi uma emoção conflitante ver que eles estavam do lado errado de um enorme dragão cuspidor de fogo, pois eu, particularmente, não queria que nenhum dos dois morresse, e muito menos acharia crível que eles matassem Drogon com a tal balestra de Qyburn, a Escorpião, logo na primeira tentativa.
De toda a sorte, há formas piores de morrer, e, apesar de Jaime, aparentemente ter sobrevivido à batalha, não sei se o mesmo pode ser dito de Bronn que, por sinal, merecia Jardim de Cima depois do desempenho na luta.
Agora resta saber como o povo verá Daenerys após o massacre com fogo e bárbaros estrangeiros que ela protagonizou essa semana. A jovem tem se mostrado mais e mais impaciente, chegando a acusar Tyrion de se preocupar demais com sua família após as derrotas sucessivas que a estratégia do Duende acarretaram (e ele de fato pareceu bastante abalado ao ver o exército Lannister sendo queimado vivo e particularmente preocupado com o irmão mais velho quando o regicida começou a cavalgar para a morte certa). Será que a vitória de Daenerys na batalha da Campina lhe custará o apoio popular e a fará ser temida como a Filha do Rei Louco?
Vamos esperar pra ver.
Ainda temos quatro episódios pela frente, e se eles forem ao menos tão bons quanto os quatro primeiros, estaremos, sem sombra de dúvida, diante da melhor temporada de Game fo Thrones desde o começo da série.

"-Eu estou em guerra. Eu estou perdendo. O que você acha que eu devo fazer?
-Eu nunca pensei que dragões voltariam a existir. Ninguém pensou. As pessoas que a seguem sabem que vocês fez algo impossível acontecer. Talvez isso as ajude a pensar que você pode fazer outras coisas impossíveis acontecerem. Construir um mundo diferente da merda que sempre conheceram. Mas se os usar para derreter castelos e queimar cidades, você não é diferente. É apenas mais do mesmo."

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