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quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Resenha Série: Os Defensores, Temporada 1, Episódio 4: Royal Dragon
Após uma boa (boa, não "grande", não "ótima", nem de longe "excelente". "Boa".) sequência de ação no encerramento de Worst Behavior, Os Defensores seguiu sua escalada de qualidade no seu quarto capítulo. Precisamos andar metade da temporada para que a série d'Os Defensores finalmente parecesse uma série de super-grupo, e, com mil diabos, a série acertou a mão.
Após fugir do prédio da Midland Circle sob o fogo cerrado dos agentes do Tentáculo, Matt, Jessica, Luke e Danny se abrigam em um restaurante chinês (o Royal Dragon do título), aquartelados lá, os personagens precisam planejar seu próximo passo na certeza de que o Tentáculo não irá simplesmente deixá-los ir embora após a última contenda, especialmente agora que ficou claro que a organização precisa de Danny Rand e de seu punho de ferro para alcançar seus nefastos objetivos.
Mas será que esses quatro desajustados conseguirão parar de bater cabeça e trabalhar juntos, ou as diferenças entre essas pessoas tão diferentes tornará a união impossível, colocando a cidade de Nova York nas mãos do Tentáculo?
Royal Dragon é quase um "botled episode", aqueles episódios confinados a um único cenário feitos para encher uma temporada, o exemplo clássico é o episódio da Mosca em Breaking Bad. Royal Dragon se desenvolve quase que inteiramente dentro do restaurante, e força os personagens principais a interagirem entre si de uma forma como a série ainda não havia conseguido fazer com resultados muito bons, já que a disfuncionalidade desse grupo gera uma dinâmica divertida entre os protagonistas ao longo dos quarenta e cinco minutos do episódio.
A despeito de ter pouquíssima ação, o capítulo serviu para mostrar que os Defensores na verdade gozam de uma ótima química entre si graças aos diferentes backgrounds e personalidades dos heróis, tanto que, quando a ação sai do restaurante, o que ocorre para mostrar que Alexandra e Elektra partilham um tipo de laço de mãe e filha, e para mostrar que os cinco braços do Tentáculo (em inglês eles são os cinco dedos da mão, o que faz mais sentido) estão prestes a se unir novamente após, ao que parece, um longo período afastados, nós ficamos ansiosos para que volte logo.
Danny, que segue sendo um ingênuo heroico, acredita que eles foram unidos pelo destino, Jessica acha a situação toda absolutamente insuportável e só quer ir embora, enquanto Luke se ressente da presença de Matt que segue cobrindo o rosto em meio aos demais. Mesmo em um espaço tão diminuto, o episódio consegue compartimentar a narrativa, oferecendo interações específicas entre os personagens, Jessica e Luke têm tempo para relembrar seu breve romance, enquanto Danny e Luke podem semear uma das mais duradouras amizades dos quadrinhos, há espaço para tensão e humor, mas o drama acaba recaindo sobre os ombros de Charlie Cox. O intérprete do Demolidor é, com alguma vantagem, o ator mais dramaticamente capacitado do quarteto, e é o mais convincente quando chega o momento de falar sobre perda e sobre o dano que o Tentáculo é capaz de causar à vida de alguém, então, quando ele tira a máscara e revela sua identidade ao restante da equipe, isso ganha peso, e mostra que um laço de confiança foi formado, e que, ainda que a confiança surja relativamente rápido, a audiência não se sente enganada, e nem tem a impressão de que a situação foi apressada.
E quando Stick chega, para explicar as origens do Tentáculo, o ofício da organização criminosa, e sua forma de agir, há uma tensão bem balanceada entre Danny, que quer e precisa, por dever de ofício como Punho de Ferro, saber mais, e Matt, que à essa altura da vida se vê absolutamente incapaz de confiar no seu velho mestre não importa o quão próxima a ameaça do Tentáculo esteja deles.
Royal Dragon faz o falatório semi-expositivo dos primeiros episódios e a reapresentação dos personagens parecer ainda mais desnecessária ao passear por referências de temporadas prévias das séries solo das quais nós ainda nos lembramos porque, então, elas tiveram significância, e ao fazer isso, alcança seu melhor momento na metade da temporada.
E quando a ação finalmente ocorre, no final do capítulo, com o retorno de um personagem que abandonara os demais voltando para a luta e se perfilando ao grupo, nós percebemos que esses Vingadores Desfuncionais têm, de fato, futuro.
Chega a ser estranho imaginar que uma série com a premissa da super-equipe fosse encontrar seu melhor momento ao redor da mesa de um restaurante, mas foi o que aconteceu.
"-A única coisa impedindo que Manhattan se desmanche em uma pulha de pó, são vocês quatro."
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Tudo que aconteceu em Jessica Jones, Demolidor, Luke Cage e Punho de Ferro tem consequência na história de Defensores. Jessica Jones é meu personagem favorito, amei ver no elenco da série a Rachael Taylor é uma atriz preciosa que geralmente triunfa nos seus filmes. Recém a vi em Ouro e Cobiça, um filmes de drama maravilhoso, sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinária, em minha opinião é a atriz mais completa da sua geração, mas infelizmente não é reconhecida como se deve.
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