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segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Resenha Série: Os Defensores, Temporada 1, Episódio 1: The "H" Word
Após longa espera, na sexta-feira passada Os Defensores, os Vingadores da Netflix, chegaram ao cardápio do serviço de streaming para alegria de nerds que, assim como eu, estavam com saudades dos super-heróis mais pé-no-chão da Marvel, e já haviam começado a babar de antecipação após os ótimos trailers da série da equipe. O que poderia ser mais bacana do que um crossover entre os personagens do bem-sucedido universo compartilhado Marvel/Netflix pra saciar a sede dos marvetes de plantão?
O primeiro episódio, porém, foi mais uma recapitulação do que havia acontecido com os personagens em suas aventuras solo do que o verdadeiro pontapé inicial da série do grupo, em The "H" Word, o crossover ficou só na promessa, já que os heróis não dividem nenhuma cena juntos.
O que nós vemos é Danny Rand (Finn Jones) e Colleen Wing (Jessica Henwick) ainda procurando pelo Tentáculo após a descoberta da destruição de K'un-Lun. Após apanharem de uma mulher misteriosa (não tão misteriosa pra quem acompanhou todas as séries Marvel do catálogo), eles são orientados a retornar a Nova York, que é o lugar onde o Tentáculo realmente está.
Enquanto isso vemos Luke Cage (Mike Colter) sendo libertado da prisão por ninguém menos do que Foggy Nelson (Elden Henson), e retornando ao Harlem para reencontrar Claire (Rosario Dawson).
A enfermeira noturna quer que Luke cuide de si próprio por enquanto, mas Luke parece decidido a assumir o lugar de Pop como o norte moral dos jovens do bairro, tanto que não pensa duas vezes em aceitar o convite da detetive Misty Knight (Simone Missick) para um passeio e descobrir que alguém está usando jovens negros para um trabalho obscuro que paga muito bem mas termina muito mal.
Jessica Jones (Kristen Ritter), por outro lado, não tem investigado nada. Após a Jessica largou o serviço e ignora as ligações que recebe sem pensar duas vezes negando caso após caso enquanto se encharca de tanto beber para desespero de Trish (Rachel Taylor), que não consegue entender como a amiga desperdiça o potencial de seus poderes. Jessica parece decidida a não aceitar nenhum caso até que uma mulher e sua filha, procurando pelo pai da família, um engenheiro desaparecido há dias, surgem na porta do A.L.I.A.S. Investigações. Se a princípio a detetive não dá mostras de que irá aceitar procurar pelo sujeito, a insistência de Malcom (Eka Darville) e uma ligação dizendo que ela não aceite o caso, acabam fazendo-a mudar de ideia.
Completando o tabuleiro, Matt Murdockv (Charlie Cox) pendurou os chifres. Ele tem tentado encontrar satisfação em ajudar pessoas no tribunal, fazendo trabalho pro-bono sem esmurrar ninguém. Parece uma boa saída para conter as aspirações heroicas de Matt, mas nós o ouvimos na primeira temporada, e o próprio admitiu: Ele gosta de machucar pessoas.
Ainda assim, ao encontrar Karen Page (Deborah Ann Wool) após fechar um processo vitorioso, ele mente dizendo não sentir falta de sua vida dupla.
Além dos heróis, nós conhecemos Alexandra (Sigourney Weaver).
Quando a conhecemos, ela está recebendo más notícias do seu médico. Aparentemente, ela tem poucos meses de vida, e não há nada que a medicina possa fazer por ela.
Alexandra é um membro do Tentáculo, uma das líderes da organização, e ao receber a informação de que há pouco tempo em seu horizonte, ela se decide a apressar os planos da organização para Nova York, a despeito dos alertas de Madame Gao (Wai Ching Ho) de que, se fizerem tal coisa, não será possível executar o plano de forma discreta.
Alexandra não parece se importar, e o resultado é um tremendo terremoto que sacode a ilha de Manhattan de ponta a ponta, chamando a atenção de todos os heróis da cidade.
The "H" Word foi algo lento em seu desenvolvimento. Há pouca ação no episódio, que parece preocupado em demasia em situar uma audiência que eventualmente não tenha assistido às séries solo dos personagens sobre quem eles são e em que pé estão suas vidas. Isso acaba sendo um pouco aborrecido para quem se deu ao trabalho de ver mais de treze horas de cada um desses sujeitos (vinte e seis de Demolidor) e está mais do que ciente de tudo isso.
Martelar excessivamente nas principais características da personalidade de cada um é outro problema.
Ver Luke Cage afirmando repetidas vezes que só quer ajudar as pessoas do Harlem o faz parecer um político em campanha, ver Danny entoar como um mantra que sua missão é destruir o tentáculo faz parecer que ele próprio não tem convicção disso, e ver Jessica sempre com uma birita na mão a faz parecer uma alcoólatra que deveria estar internada e não investigando coisa nenhuma na rua. Quem escapa dessa aproximação perigosa com a caricatura é o Matt Murdock de Cox, já que a sua obsessão com o vigilantismo é um traço recorrente do personagem desde o primeiro episódio de sua série.
O começo de Os Defensores não é dos mais animadores, mas a audiência vai continuar ligada, afinal de contas, nós vimos os trailers e sabemos o que vem por aí.
Um pouco mais de audácia do roteiro, porém, teria sido bem vinda, especialmente se considerarmos que, ao invés de treze episódios como as demais séries da Marvel Netflix, Os Defensores tem apenas oito.
Vamos esperar pra ver.
"-Você sente falta disso? O traje? A máscara?
-Não. Parece um capítulo da minha vida que se encerrou."
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