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quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Resenha Série: Os Defensores, Temporada 1, Episódio 5: Take Shelter
Atenção, pode haver spoilers!
Se os dois últimos episódios, Worst Behavior e Royal Dragon haviam servido para finalmente juntar os Defensores como uma equipe, Take Shelter foi o episódio que prestou serviço ao Tentáculo.
As motivações, backgrounds, objetivos, enfim, o verdadeiro potencial de ameaça da organização antagonista era nublada e vaga a ponto de o Tentáculo de Os Defensores parecer uma ameaça muito menor do que o Tentáculo da série do Punho de Ferro e especialmente do de Demolidor, que mostrava grupos de ninjas sequestrando dezenas de pessoas, invadindo hospitais e matando sem dó nem piedade. Em Os Defensores a organização parecia um clube pequeno burguês com uma segurança que sabia mais ou menos lutar kung fu, não tinha pudores em usar armas automáticas dentro de salas de reuniões e que gostava de planejar terremotos causando danos materiais. Pareciam mais com vândalos polidos do que com uma impiedosa máfia imortal.
Take Shelter finalmente estabeleceu as motivações para os cinco braços da organização, Alexandra, Madame Gao, Murakami (Yutaka Takeushi), Sowande (Babs Olusanmokun) e o ressuscitado Bakuto (Ramon Rodriguez), deu cara e voz para cada um dos líderes do Tentáculo, e o que antes era uma organização com motivações abstratas se tornou um grupo de pessoas com diferentes níveis de poder e influência unidas por uma origem e objetivo em comum, mesmo que eles não concordem totalmente entre si, e não confiem plenamente uns nos outros, algo que fica claro na cena em que eles confabulam a respeito da decisão unilateral de Alexandra de apostar todos os recursos da organização na ressurreição de Elektra.
Os braços do Tentáculo desejam retornar à sua terra natal: K'un-Lun, e para isso precisam o Punho de Ferro, aparentemente Danny Rand é a chave que abre a tal porta indestrutível cheia de escrituras na qual o pessoal de Gao relatou ter esbarrado quando falou com Alexandra na filarmônica.
Alexandra, por sinal, pode desejar retornar a K'un-Lun e readquirir a tal "substância" da imortalidade por outras razões, já que ela afirma, ao conversar com Elektra, que em uma de suas vidas anteriores, ela teve uma filha que lhe foi tomada, e ela acredita que sua missão de vida era criar a Céu Negro.
Ou seja, no mesmo episódio, tivemos uma noção real de quem forma o Tentáculo, e um insight das motivações da líder do grupo. Mais do que isso, em outro momento do capítulo, quando os entes queridos dos heróis são levados à delegacia para serem colocados sob a proteção da polícia de Nova York e de Misty Knight, nós também vemos o efeito que crescer sob a tutela do Tentáculo teve sobre Colleen Wing, conforme ela relata à Claire como se sente perdida agora que está fora do grupo. E então, a ideologia fanática do Tentáculo, também ganha forma e conteúdo.
Verdade, isso poderia ter sido feito durante os primeiros episódios, o que provavelmente teria enriquecido o programa, mas enfim, antes tarde do que nunca.
Além de desenvolver o que fora um antagonista algo frustrante no início da série, Take Shelter também trouxe o Demolidor de volta à tela, armado e parapetado, cheio de convicção sobre o que quer fazer, a ponto de surgir com seu traje para salvar Jessica e Trish de Murakami e interrogar cruelmente Sowande diante dos olhares algo assustados dos demais.
Mais do que isso, Matt reassumir a identidade do Demolidor, oferece outra interessante reviravolta à trama conforme Stick lhe diz que não acredita na liderança de Danny, e acha que Matt é quem deve comandar os Defensores na vindoura Guerra contra o Tentáculo.
Se tudo isso fosse pouco, ainda pudemos ver que Elektra não é a folha em branco que Alexandra imaginava, e que a ninja foi abalada por seus encontros com Matt. Nós a acompanhamos conforme ela vaga por suas memórias parciais até chegar ao apartamento de seu ex-amante, deitar-se em sua cama, e parecer ter encontrado, ali, um lugar para ficar em paz.
Depois de um começo algo modorrento, Os Defensores segue mantendo a qualidade, apesar de ter colocado o pé no freio e de ter iniciado o episódio com uma sequência de ação meio broxante, usou seu tempo para se aprofundar na dinâmica do grupo e para oferecer um bem vindo fundamento aos objetivos dos vilões.
"-Belas orelhas.
-São chifres."
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Os Defensores é significativamente melhor do que série anterior baseada em quadrinhos da Netflix, Punho de Ferro, que foi um dos maiores fracassos no gênero de super-heróis da TV. Sempre achei o trabalho de Rosario Dawson é excepcional, sempre demonstrou por que é considerada uma grande atriz améi vê-la em Paixão Obsessiva, um dos melhores filmes de drama desfrutei do seu talento neste filme, ela faz uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem.
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