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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Resenha Série: Os Defensores, Temporada 1, Episódio 7: Fish in the Jailhouse


Cuidado, pode haver spoilers!
Após o eletrizante desfecho de Ashes, Ashes, um episódio que, a despeito de seus defeitos, é repleto de revelações, acontecimentos e reviravoltas, Fish in the Jailhouse foi um tanto quanto anti-climático. Praticamente dois terços do episódio se passam dentro da delegacia onde os entes queridos dos Defensores se escondem sob a tutela de Misty Knight, ou no prédio da Midland Circle, onde Elektra, agora a líder do Tentáculo, levou Danny Rand para abrir a porta oculta sob o prédio.
O episódio, então, se arrasta a passos lentos, dando uma impressão bastante clara de que não há muito mais história pra contar, e dá ao capítulo uma indisfarçável cara de filler, com diálogos relembrando elementos da trama e a dinâmica dos relacionamentos sendo re-reforçada de maneira, no mínimo, desnecessária.
Se há pontos altos no desenvolvimento do episódio, provavelmente passam pela conclusão de Matt de que, a despeito do que Karen e Foggy tentaram lhe empurrar goela abaixo nos últimos tempos, ele não esteve "retomando sua vida" no período em que pendurou os chifres. Pelo contrário, sua vida é aquela. A luta contra o mal é o que move Matt, nos tribunais, sim, mas também nos becos e telhados esmurrando malfeitores. Ele nasceu pra isso.
Ver seu sorriso quando percebe que a muda de roupas que Foggy lhe entregou na delegacia é seu traje de Demolidor deixa claro o quão aliviado ele está por finalmente poder deixar essa crise de identidade pra trás, com o consentimento de seu melhor amigo.
E isso finalmente faz a trama andar, com Luke, Jess e Matt fugindo da delegacia para resgatar Danny e colocar um fim definitivo às maquinações do Tentáculo custe o que custar, enquanto Danny precisa enfrentar Elektra.
E aqui esbarramos em outros dois problemas do episódio:
Primeiro, Danny sabe, textualmente, que Elektra precisa usar seu Punho de Ferro para abrir a tal porta. Ainda assim, após começarem a lutar, uma breve provocação da ninja assassina faz com que Danny acenda seu punho brilhante e comece a esmurrar às cegas pelo salão praticamente fazendo o que Elektra precisava que ele fizesse da maneira mais burra e obtusa possível.
E lá se foi o amadurecimento de Danny Rand, que volta a ser um fedelho emburrado toda a vez que alguém lhe pisa nos calos e parece incapaz de raciocinar além do seu chi.
Outro problema no segmento é como os objetivos do Tentáculo variam. No início era destruir Nova York (como já haviam feito com Pompéia e Chernobyl, situando a organização mais ou menos como a Liga das Sombras da trilogia das Trevas do Batman), depois, seu grande objetivo era retornar a K'un-Lun, de onde os cinco braços do Tentáculo haviam sido expulsos, e agora, é tudo a respeito da tal da Substância, o fluido que ressuscita os mortos.
Quando os Defensores chegam a Midlan Circle, eles são recepcionados por Murakami, Bakuto e Gao, e começa outra cena de luta.
Sim, eu também esperava uma grande cena de ação, especialmente após as duas ótimas cenas que tivemos em Ashes, Ashes, especialmente o quebra entre Demolidor e Punho de Ferro, infelizmente a mão do diretor pesa, aqui, e nós temos o duelo editado de maneira excessiva, com Gao enfrentando Luke e Jess, enquanto o Demolidor sai no braço contra as katanas de Bakuto e Murakami.
A cena é entrecortada com o duelo entre Danny e Elektra no subsolo, e há tantos cortes de cena que fica praticamente impossível aproveitar realmente a sequência, e é difícil não lamentar o que poderia ter sido um festival de porradaria pra jogar a nota do episódio pro céu. Ao invés disso temos Gao empurrando fardos de tijolos contra Luke e Jessica e o Demolidor enfrentando dois dos mais incompetentes espadachins imortais do mundo, já que eles não conseguem, em dupla, vencer um cara cego.
O episódio se encerra com a fuga dos três braços remanescentes, a chegada de Misty e Claire ao prédio, e com os Defensores rumando para o subsolo junto com Colleen Wing, que trouxe da delegacia as plantas do edifício e as cargas de demolição, enquanto Danny desperta sob o que parece ser o esqueleto de um dragão, nos fazendo questionar se o que havia sob Manhattan era uma passagem alternativa para K'un-Lun.
Com apenas mais um episódio, fica a esperança de que Os Defensores retome o bom caminho de capítulos anteriores e entregue um desfecho à altura da expectativa dos fãs.

"-De agora em diante, nada ficará no meu caminho. Nem mesmo a morte."


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