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terça-feira, 3 de outubro de 2017
Resenha Game: FIFA 18
Mais um ano se passou e chegou a hora de contar os caraminguás e meter a mão no bolso pra comprar a edição do ano de FIFA, franquia de games futebolísticos da EA Sports que, ano após ano, luta contra o PES da Konami pela primazia do mercado de futebol virtual.
Eu sou, historicamente, um FIFeiro de carteirinha, e não vejo sequer competição entre os dois games com propostas absolutamente distintas em suas concepções, sigo comprando FIFA ano após ano, e, vez que outra, colocando as mãos no Pro-Evolution Soccer.
Esse foi outro ano em que, apesar da beleza gráfica de PES, eu não me senti impelido a comprar os dois games. A última vez que o fiz, foi quando adquiri as versões 2016 de ambos os jogos, e não me arrependo, devo dizer.
No sábado apanhei meu FIFA 18 e comecei a explorar o jogo.
A edição desse ano de FIFA, exatamente como vem ocorrendo em anos recentes, retoma de onde FIFA 17 havia parado. Um senso de continuidade mais presente do que nunca graças ao segundo capítulo de The Journey, o modo história que deu um charme todo particular à edição passada do game, onde o jogador assume o comando de Alex Hunter, um jovem prospecto do futebol inglês lutando para encontrar seu espaço na Premier League.
Em FIFA 18 Alex Hunter retorna, e, após ter conseguido a consolidação como jogador profissional e erguido seu primeiro troféu (isso depende de como o teu time tiver ido na temporada passada. Pra mim, Hunter jogou no Arsenal, e venceu a Copa da Inglaterra, inclusive marcando gol), ele reaparece no Rio de Janeiro em férias com seu amigo Danny Williams curtindo o futebol de rua onde Pelé, Ronaldinho e Neymar deram seus primeiros passos.
Após seu primeiro ano como profissional, Alex está mais confiante, mais interessado do que nunca em se estabelecer como titular de seu time e de avançar em sua carreira, jogando em times mais poderosos, enfrentando atletas mais renomados.
Nos primeiro minutos de jogo temos Alex fazendo um tour pelos Estados Unidos na pré-temporada, jogando contra o Real Madri e o Galaxy, sendo entrevistado por Rio Ferdinand e sendo visitado por seu pai ausente.
Em seu segundo ano figurando no rol de atrações de FIFA, o Journey tenta se equilibrar melhor entre a vida de Alex fora dos campos e os momentos em que o controlamos no gramado, nem sempre com sucesso, porém.
A despeito de Hunter ser um personagem gostável, e de o player facilmente poder se identificar com ele e querer vê-lo ter sucesso, ainda falta um elemento de controle real sobre as decisões.
À certa altura, no início do jogo, vamos a uma entrevista com Rio Ferdinand, e após a primeira resposta ser escolhida, as demais são pré-definidas. O ideal seria que todas as respostas fossem de múltipla escolha, ou, se iríamos querer responder todas as outras perguntas. Se vamos cumprimentar o nosso rival na saída do estúdio...
A falta de um controle maior sobre as possibilidades dá uma reduzida considerável no fator controle na jornada de Alex.
Ainda assim, o modo segue sendo um respiro no habitual cardápio de possibilidades de um game de esporte adicionando uma bem-vinda pitada de drama à mistura.
FIFA 17, porém, não havia se valido apenas do modo história pra se estabelecer como o game de futebol a ser batido. O adendo do motor gráfico Frostbite à série havia tornado FIFA visualmente um deleite, adicionando camadas e mais camadas de detalhamento aos estádios, jogadores e iluminação do game. Eu provavelmente fiz, no ano passado, alguma observação ao fato de que nós podíamos, literalmente, ver o suor escorrendo do rosto dos jogadores durante as partidas, e FIFA 18 refina tudo o que fora apresentado visualmente na última edição.
O espetáculo e a autenticidade de partidas de grandes ligas está todo lá, palpável e presente em todo o seu brilho e glória no tocante à grande escala, mas sem descuidar de pequenos detalhes como a forma com que o uniforme se move sobre o corpo do atleta, uma comemoração, ou a postura desse ou daquele jogador na hora de conduzir a bola.
Unindo esse capricho nos detalhes com novas e melhores animações dos rostos dos jogadores, uma iluminação dramática muito bem sacada, ótimos comentários (em inglês, com Martin Tyler e Alan Smith, em português, com Tiago Leifert e Caio Ribeiro segue insuportável), uma torcida aperfeiçoada, com movimentos mais independentes e modelos mais variados, e FIFA 18 se consolida como o jogo de futebol mais bonito já feito.
Em termos de jogabilidade, uma novidade bem vinda é a "quick substitution", onde podemos pré-estabelecer uma substituição automática e fazê-la com o pressionar de um botão durante um replay de modo a não precisar parar a partida e ir pro menu do time matando o dinamismo do jogo, que nesse ano, está mais voltado ao ataque do que nunca.
Provavelmente ter tido acesso aos movimentos reais de estrelas como Cristiano Ronaldo e Griezmann acabou dando uma desequilibrada no game.
Os movimentos de atletas de ponta ficaram particularmente sensacionais, e isso se refletiu na falta de eficiência de tentar se defender desses craques. Em diversas partidas tentar bloquear e desarmar certos atletas se torna uma experiência algo frustrante, talvez seja uma questão de praticar mais e pegar o jeito da coisa, mas nesse momento, eu diria que FIFA 18 provavelmente faria a alegria dos jogadores de PES, habituados a pegar a bola de um lado do campo e correr com ela grudada no pé até a meta adversária.
A facilidade em acertar a meta é outro elemento relativamente novo nessa edição de FIFA, com chutes de fora da área mais precisos e goleiros com movimentos bastante realistas, chutar sempre é uma opção muito mais válida pra ganhar jogos do que tentar bancar o Diego Simeone e fechar a casinha, uma estratégia que dificilmente funcionará quando houver um extra-classe no time adversário.
No FIFA Ultimate Team, há um novo modo o Battle Squads, que permite ao jogador usar seu time contra equipes montadas por outros jogadores controlada pelo computador. Uma boa para quem quer tentar ganhar umas recompensas sem levar um sapeca-iaiá de um adolescente masturbador que jamais chutou uma bola na vida mas joga FIFA como se tivesse vinte e seis dedos em cada mão.
o FUT ainda ganhou o Icons, permitindo aos tarados do modo online a possibilidade de colocar Maradona, Ronaldinho Gaúcho e Pelé nas suas fileiras virtuais.
Quanto ao meu modo de jogo favorito, o Carreira, que coloca o player no papel de treinador por quinze temporadas, há uma novidade no sistema de transferências.
As negociações ocorrem em tempo real, com escolhas de diálogos nos moldes do Journey, onde nos sentamos com o menager do time adversário para conversar sobre o jogador que queremos adquirir e depois com o atleta e seu empresário para negociar salários, bônus e papel na equipe.
A novidade parece ter sido pensada para adicionar uma nova camada de estilo ao que, ao menos pra mim, sempre foi uma das partes mais legais do modo: Montar um time.
É difícil não se sentir meio Kevin Costner em A Grande Escolha quando se consegue fechar aquela contratação de impacto ao apagar das luzes do último dia do mercado, e faz eu sentir ainda mais falta de poder criar o modelo de treinador virtual no game ao invés de ser forçado a usar os pré-definidos, o lado negativo da novidade é que torna algumas transações extremamente demoradas, embora haja a possibilidade de relegar as negociações em nome do dinamismo.
FIFA 18 volta a mostrar que não está disposto a se sentar em cima do próprio sucesso, e apresenta novidades suficientes para provar isso, ao mesmo tempo em que altera sensivelmente a orientação de sua jogabilidade para atrair os fãs da concorrência. O foco no ataque garante jogos espetaculares como o Bayern de Munique 5 x 4 Benfica que disputei com meu irmão no domingo, mas tira um pouco da complexidade do futebol de verdade que era uma bem-vinda marca registrada da série em anos anteriores.
A ausência dos jogadores brasileiros reais no game segue sendo uma pena, e com certeza as novidades não vão agradar a todos os players, ainda assim, FIFA se mantém no trono, e mostra que não está disposto a deixá-lo.
"-Ruas diferentes, os mesmos sonhos."
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