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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

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A verdade nua e crua é que nós nos magoamos. Assim mesmo. Nós magoamos um ao outro. Nós nos ferimos mutuamente, fosse de maneira intencional, ou não.
Eu sei que, vez e outra tu me feriu de propósito. Não se preocupa. Eu não guardo mágoa (mentira, guardo, sim.), porque sei que, se formos pesar as coisas, eu provavelmente te magoei muito mais de maneira acidental, ou, por vezes, incidental, do que tu me magoaste de propósito. E eu entendo a urgência em devolver um pouco de dor. Estive na penitenciária, não, espera, estive no ensino fundamental em escola pública, o que é mais ou menos a mesma coisa, e sei como funciona a necessidade de retribuição.
O ponto é que nós tentamos e por A ou por B não deu certo.
Acontece.
Muitas vezes é do jogo. Tentativa e erro, método científico, empirismo e o caralho. Ao menos não podem acusar nenhum de nós dois de covardia (mentira, podem, sim.).
Porque a despeito das mazelas, nós tentamos. Tu, provavelmente, tentaste mais do que eu, e isso, sejamos justos, te deu a prerrogativa de ser cruel de vez em quando, vá lá. Eu não acho que tenha sido cruel contigo, porque se além de incompetente eu também fosse cruel, seria o caso de questionar tua sanidade ou inteligência, mas enfim, talvez tu tenhas uma opinião distinta no assunto, eu não usei teus sapatos (mentira, usei, sim. Mas não desse jeito...) pra saber.
E se houveram desencontros, paúras, falta de timming e piadas ruins, também houve amor.
Não houve?
Eu acho que houve.
Sei que houve.
E isso é uma coisa que, eu sei, acima de qualquer sombra de dúvida razoável (foda-se, jurado 8), não houve mais de uma parte, ou outra. Foi parelho, mesmo que eu demonstrasse muito melhor que tu (mentira, era o contrário.).
Seja como for, por haver tanto amor, e era um bocado, nós tentamos, e, sendo pelo que tenha sido, não importa mais, saímos ambos esfolados do período que passamos juntos.
Tu deve ter cicatrizes. Eu certamente sei que tenho. Ninguém passa incólume pelo tanto que a gente passou, tão intenso, tão rápido, e ainda assim, tão destrutivo como só o amor que não dá certo sabe ser.
E depois de todos esses desencontros... De toda essa dor... De todo o medo e mágoa...
O que se diria de alguém que estivesse sequer cogitando a possibilidade de incorrer em nova tentativa depois de tanto tempo? Isso, provavelmente, é aquilo a que se refere o adágio sobre esmurrar a ponta da faca. Ou a citação de Einstein (se é que é mesmo de Einstein...) a respeito de tentar a mesma coisa esperando resultados diferentes, não é?
Por certo que é.
Tu sabe... Eu sei... E ninguém que fosse minimamente sábio ou minimamente precavido iria sequer cogitar a possibilidade de uma nova presepada de proporções emocionais bíblicas porque, francamente, os riscos são, na melhor das hipóteses, tão grandes quanto as recompensas e essa é uma matemática extremamente arriscada de praticar, basta considerar tudo aquilo de que tu estaria abrindo mão.
Então...
Então fodam-se os sábios e os precavidos. É tu. Somos nós. E contigo eu topo qualquer parada. Sejamos como Han Solo com as chances e azar é do goleiro.
Tô dentro. Te disse isso lá atrás e hoje vale tanto quanto então, e vai continuar valendo "até que nossos ossos estejam quebradiços demais pra arriscar contato".

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