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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Resenha Série: O Justiceiro, temporada 2, episódio 12: Collision Course


Atenção! Spoilers abaixo.
Collision Course retoma a ação exatamente de onde havíamos deixado em The Abyss, Mahoney, justificadamente de saco cheio do comportamento de Madani que estava pronta pra fugir com um assassino procurado, enfiou Frank em uma ambulância e estava levando o Justiceiro para a sua delegacia em Hell's Kitchen quando a dupla foi interceptada por outro jogador que também ligou o foda-se. John Pilgrim.
Decidido a cumprir sua missão, o matador dos Schultz deixa bem claro que não está pra brincadeira e toca o horror no vigilante e no policial e, não fosse pela chegada providencial de Madani, provavelmente teria eliminado os dois ali mesmo, após derrubá-los de um viaduto.
Após conseguir escapar da ambulância capotada e tirar Mahoney de lá antes que o veículo explodisse, Frank resolve tirar vantagem do seu uniforme de tira e prestar uma visita ao pivô de toda a confusão envolvendo Pilgrim: O senador David Schultz.
Enquanto Frank planeja seu movimento para salvar Amy definitivamente, nós acompanhamos tanto os preparativos de Billy Russo para tocar sua vida ao lado de Krista.
Aqui cabe notar que, a despeito de todas as coisas terríveis que nós vimos o Retalho fazer ao longo das duas temporadas de O Justiceiro, o retrato do personagem composto por Ben Barnes e os roteiristas da série é tão humano que à essa altura eu tô meio que torcendo para que ele fuja com a psiquiatra e viva feliz pra sempre em uma praia levando turistas pra pescar em águas profundas ou algo que o valha.
A punição que Frank tinha em mente no carrossel, que Russo tivesse que olhar a própria face retalhada pelo resto de seus dias, aconteceu. O trauma existe, Billy se remói por ter feito algo medonho de que não sem lembra. Deixa o cara fugir com a maluca e viver tão feliz quanto o possível...
Mas esse não seria um fim moral, então Madani desenvolve um cérebro que ainda não havia usado ao longo dos últimos vinte e cinco episódios e vai atrás da doutora Dumont. O resultado é uma sequência tensa o suficiente onde, inicialmente, as duas fazem um pequeno jogo de gato e rato para, em seguida, saírem na porrada (novamente, Madani é a pior policial do mundo, já que a briga dela contra uma médica é bastante equilibrada...) e termina mal para a doutora Dumont que literalmente mata no peito seu maior temor.
Vale ressaltar duas coisas com relação a esse segmento: Primeiro que Krista Dumont jamais foi desenvolvida o suficiente para que a audiência ligasse pra ela. Todo o seu arco de personagem foi uma sucessão de clichês e obviedades e não fosse seu envolvimento com Billy, ela provavelmente seria ainda mais rasa com seu medo de altura e paixão por "pássaros feridos". Segundo a cena de sua queda (e provável morte) é risível.
O efeito em slow motion com ela abanando os braços e fazendo careta... Faltou ao diretor do episódio Stephen Kay, umas aulas com John McTiernan, um "vamos te soltar no três" e soltar no dois como o diretor de Duro de Matar fez com Allan Rickman. Talvez assim a despedida de Floriana Lima não fosse carregada de comédia involuntária.
Quem recebeu um espaço merecido, porém tardio, foi Josh Stewart. Finalmente estamos vendo quem é John Pilgrim. O sujeito é quase um exterminador do futuro, absolutamente amoral, movido apenas por sua missão. A cena onde ele ameaça interrogar Curtis mostra um sujeito que não é intrinsecamente mau, mas tem mijo gelado escorrendo nas veias, eu realmente temi pela vida de Curt quando os dois saíram na porrada, e desde já fico ansioso pelo inevitável quebra entre Frank e John, que promete ser a briga mais parelha do Justiceiro em todos os tempos.
Uma certeza que permanece inegável no entanto é que o showrunner Steven Lightfoot sentou na graxa na hora de equilibrar os dois núcleos de antagonistas da história. A necessidade de ter Amy como uma âncora emocional para Frank forçou na série todo um grupo de personagens que jamais receberam o desenvolvimento necessário para ser mais do que meros recursos narrativos.
Eu continuo não ligando para os Schultz. Eu provavelmente não ligaria para John Pilgrim se Josh Stewart não tivesse tirado leite de pedra e entregado uma interpretação visceral de um homem em busca de redenção num espaço que não deve encher dois episódios. Eu não ligo para Krista Dumont e eu não ligo para Amy além do fato de que ela é importante para Frank... Tudo isso deixa dolorosamente claro que faltou roteiro para a segunda temporada de O Justiceiro, e com o tabuleiro armado para a culminação dos rancores no final da temporada (e provavelmente da série), não temos a impressão de que todas as linhas narrativas irão convergir e tudo terminará nos moldes do brilhante final de Demolidor.
Resta torcer para que os escritores tirem coelho da cartola e ofereçam, ao menos, um final satisfatório.
O Justiceiro de Bernthal certamente merece.

"É, faça o que tiver que fazer..."

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