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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Resenha Série: O Justiceiro, temporada 2, episódio 11: The Abyss


The Abyss, décimo primeiro episódio da segunda temporada de O Justiceiro correu basicamente como se poderia esperar após os eventos de The Dark Hearts of Men... Na verdade, correu exatamente como se poderia esperar, com Frank sendo mantido sob custódia policial no hospital após ter surtado ao acreditar ter baleado três mulheres inocentes, alheio ao fato de que foi tudo um plano de Billy Russo e Krista Dumont após a psiquiatra ter conversado com Madani e descoberto o "ponto de pressão" de seu inimigo.
Filler até a raiz da alma, The Abyss não é tão incompetente quanto seu antecessor, em grande parte, por conta da participação especial de Deborah Ann Woll, que surge para acrescentar um pouco de boniteza à série como Karen Page.
Conforme era de se esperar, Karen e Madani se unem para ajudar a desvelar a tramoia de Billy, enquanto Amy surge para salvar a vida de Frank.
Sim, salvar, pois a localização do protagonista é pública e notória, e os Schultz colocaram o preço da cabeça do Justiceiro em cinco milhões de dólares.
Novamente o lance da recompensa colocando um alvo gigante nas costas de Frank é uma boa sacada. Adiciona um bom senso de urgência à trama, sem sombra de dúvidas. Muito menos inspirada é a porcaria do plano de Billy e Krista, que está desde o incício a uma análise forense de ser desmantelado.
Aliás, essa facilidade para desmascarar a armação do senhor e senhora Retalho é um dos pontos mais baixos do capítulo, quiçá da temporada. Porque, a despeito da execução claudicante, é possível entender porque os escritores tentaram uma manobra besta dessa.
Eles queria mostrar Billy atingindo um ponto central da psique de Frank. Queriam o Retalho numa posição de superioridade, com Frank aparentemente derrotado, e pronto pra se reerguer pra reta final da temporada. OK, é compreensível.
O problema é que o roteiro trata o trauma todo de maneira leviana. Num instante, Frank está pronto para morrer porque matou inocentes. No seguinte, é como se nada tivesse acontecido e ele está pronto pra fugir da polícia e retomar sua caçada humana como se nada tivesse acontecido.
Quando o próprio roteiro não parece se levar suficientemente a sério, não há talento de Jon Bernthal que dê jeito, e a coisa toda simplesmente degringola.
Conforme eu disse ali em cima, quem salva toda essa linha narrativa é Deborah Ann-Woll. Sua Karen Page é alguém capaz de sentir empatia por Frank Castle de uma maneira que Madani, Curtis ou Amy não sabem.
A forma como ela entende o peso do passado de Frank e suas decisões assassinas é particularmente compreensível tanto porque sabemos que a loirona matou David Wesley, quanto porque a investigadora também perdeu familiares (conforme vimos na terceira temporada de Demolidor), isso sem contar a óbvia química entre Woll e Bernthal, que sempre partilham uma honestidade desarmadora em cena. Explorar o relacionamento entre Karen e Frank é uma das melhores sacadas desse universo compartilhado moribundo, e quisera eu que mais vezes os crossovers entre personagens de séries distintas fossem tão bem sacados quanto esse.
Outra coisa bem sacada é o plano de fuga que Frank e suas gurias bolam, e é sempre bom ver o Justiceiro com a polícia em seu encalço. Falando em polícia, sobra espaço até para o detetive Mahoney obter uma rara vitória sobre o Justiceiro e Madani, que vinham saracoteando na cabeça do pobre policial que literalmente comeu o pão de o diabo amassou em Demolidor, vamos torcer para que o curso de ação bem louco escolhido por ele não acabe com a morte do único tira honesto e competente da Nova York da Marvel/Netflix.
Pelo lado dos vilões, houve espaço para Billy Russo se abrir com Krista e transparecer que pode realmente estar interessado em seguir sua vida ao lado da psiquiatra, mantendo-o como um dos mais humanos antagonistas de uma adaptação de super-herói; E, para John Pilgrim descobrir que sua escapadela regada a uísque, cocaína e boquetes teve um preço mais alto do que ele poderia supor...
Apesar de melhorar, e muito, com relação ao capítulo anterior, The Abyss ainda não retomou o bom ritmo que a temporada vinha tendo até seu nono episódio.
Uma coisa que segue destoando são os Schultz. Todas as cenas envolvendo o casal de evangelistas e John Pilgrim poderiam ter ido cortadas e a trama da temporada seguiria basicamente a mesma. Com dois capítulos pela frente, as tramas paralelas de Billy Russo e dos Schultz seguem desconexas, e é de se imaginar se elas se encontrarão em algum momento, ou se permanecerão separadas até o desfecho do capítulo treze...

"-Você pode escolher amar de novo. Outra pessoa ao invés de outra guerra.
-Eu não quero."

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