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sábado, 4 de maio de 2019
Star Wars Day 2019
O estado de Star Wars, pra mim, é periclitante.
Eu realmente não sei pra onde a franquia vai e, muito mais grave, já não ligo.
Todos os anúncios e lançamentos de abril me passaram absolutamente batidos, e nada me empolgou, exceto, como certa pessoa notou, uma fagulha de esperança após ver Billy Dee Williams pilotando a Millenium Falcon.
Provavelmente porque a Lucasfilm fez questão de deixar claro que Star Wars não é mais para os fãs antigos.
Foi um recado dito e repetido por todos os envolvidos com a franquia desde muito cedo na produção de Os Últimos Jedi (e extremamente contraditório após O Despertar da Força ser uma nada sutil visita à avenida da Nostalgia, mas enfim), recado recebido:
Star Wars não é mais pra mim.
Todos os feitos dos heróis que eu conhecia foram inócuos. Todos eles se tornaram pessoas velhas, tristes e miseráveis que não sabem o que fazer com suas vidas, exceto Leia, que virou uma pessoa velha, triste e miserável liderando uma resistência ao invés dos exércitos da República, vá entender... E nenhum deles estava equipado para enfrentar as novas ameaças que surgiram mesmo que elas fossem exatamente iguais às antigas ameaças que eles debelaram anos antes.
Quando eu critico Star Wars, de maneira ás vezes ácida, outras vezes amarga, e outras sendo apenas chato, não é, eu sempre explico, porque Star Wars não se tornou exatamente o que eu queria que se tornasse.
É uma bazófia entre os que aprovaram a direção tomada pela Disney, apontar o dedo para os detratores da trilogia por se encerrar e dizer "Tu não gostou desses filmes porque eles subverteram a tua expectativa".
Prepóstero completo.
Nenhum filme na história do cinema subverteu a expectativa dos fãs da maneira que O Império Contra-Ataca fez, e aquele é, de forma praticamente unânime, o filme favorito entre fãs e não-fãs de Star Wars dentre os onze filmes que têm Star Wars no título, sim, entre os onze, porque eu sei que A Ascensão Skywalker, apesar de seu trailer bonitinho, não vai ser melhor do que Episódio V, e, se for, incredulamente me retratarei nesse espaço após assistir ao filme, em DVD, no conforto da minha casa. Também não é porque os filmes não são tão bons quanto poderiam ser, toda uma base de fãs foi capaz de encontrar em seu coração, espaço para um filme estrelado por Jake Lloyd e Jar-Jar Binks, e outro onde o herói seduzia a mocinha com um discurso a respeito das mazelas de ficar com areia na bunda. A despeito de fazer troça dos filmes desde sempre, eu sei que eu encontrei.
Quando eu critico os novos Star Wars é pela necessidade absolutamente injustificada de transformar os heróis que gerações aprenderam a amar em figuras de autoridade fracassadas servindo apenas para serem superados pelos novos heróis que ganharam a ribalta sem fazer nada para merecê-la.
Quando eu critico os novos Star Wars é porque esses filmes são importantes pra mim.
Porque eles são parte de quem eu sou, ajudaram a formar minha personalidade, por mais que isso possa soar risível aos mais cínicos. Os feitos de proporções galáticas de Luke, Leia e Han sempre foram inspiradores para mim, e vê-los reduzidos a fracassados não é ofensivo porque eles falharam, mas porque desistiram.
A despeito de todo esse libelo anti-Star Wars da Disney, eu vou desejar um feliz dia de Star Wars a todos em memória de Peter Mayhew, o gentil gigante de 2,18 metros que viveu Chewbacca na trilogia original, em A Vingança dos Sith e em partes de O Despertar da Força, e que nos deixou na última terça-feira, aos setenta e quatro anos.
Chewie pode não ter ganhado uma medalha ao final de Uma Nova Esperança, mas Peter Mayhew deixou para trás essa rude matéria para tornar-se um ser iluminado levando consigo a medalha do afeto de milhões de fãs que sempre o verão como uma parte intrínseca do wookie preferido de todos nós. Quiçá a melhor parte.
Que a Força esteja com Peter Mayhew.
May the 4th be with you all.
Feliz dia de Star Wars.
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