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sexta-feira, 21 de junho de 2019
Resenha Série: Jessica Jones, Temporada 3, Episódio 3: I Have No Spleen
Após passarmos uma hora na companhia de Trish Walker e ver os primeiros passos da loirosa na carreira de vigilante em Nova York, retornamos à programação normal.
O ataque sofrido por Jessica foi ainda mais violento do que parecia. A investigadora beberrona perdeu seu baço por conta do esfaqueamento sofrido na porta de sua casa no final do primeiro episódio, e se vê em uma posição especialmente difícil para uma detetive particular solitária com super-poderes:
Vítima de um crime.
A relutância de Jess em aceitar esse papel é bastante crível para com o passado da personagem. Órfã, vítima de um relacionamento abusivo com um psicopata (sem contar toda a relação com o sujeito dos clubes noturnos, anos antes, e o novelão com a mãe dada como morta ressurgindo como vilã e morrendo pelas mãos de Trish...), é óbvio que ela detesta se ver indefesa ante qualquer pessoa.
A forma instantânea como ela nega o rótulo quando o detetive Costa (John Ventimiglia) tenta tomar seu depoimento diz tudo. Ela não vai esperar que a polícia pegue seu agressor quando ela própria é capaz de arremessar uma mini-van.
Ou era, antes de sofrer os ferimentos que sofreu.
Saindo do hospital contra as recomendações de seu médico, Jess imediatamente começa uma caçada a Andrew Brandt (Matt Weiss), o sujeito do apartamento invadido no primeiro episódio, em paralelo com Trish, que tem perseguido o sujeito atrás da escultura roubada há semanas.
Trish e Jessica fazem um jogo de gato e rato bem chatinho ao longo desse episódio.
O capítulo anterior nos ajudou a entender as razões de Trish para estar no que parece um duelo de patadas com sua irmã adotiva nos últimos tempos, ainda assim, o episódio não chega a fazer maravilhas pela apresentadora que segue agindo como a dona da verdade e mestra da virtude . Ainda assim, se o seu discurso para Jessica a respeito das diferenças entre justiça e vingança soam vazios, ela não deixa de ter razão na hora de diferenciar pessoas com poderes e heróis, seja como for, a insistência na queda de braço entre as duas já começa a se tornar enfadonha.
Falando em enfadonho, Jeri Hogarth e sua insistência em retomar o relacionamento com a namorada da faculdade, Kith (Sarita Choudhury, de Negócio das Arábias) está começando a encher o saco após apenas três episódios.
A personagem de Carrie Anne-Moss sempre foi moralmente dúbia, como todos os advogados que não são Nelson e Murdock devem ser, e, tudo bem, nós conseguimos sacar uma pessoa egoísta como Jeri dedicando toda a sua energia a passar seus últimos dias com a pessoa que considera o amor de sua vida custe o que custar, mas essa linha narrativa é bastante parada, e desvia foco da trama principal. Pra piorar, alimenta os conflitos de consciência de Malcolm, que consegue a proeza de ser ainda mais chato do que a obsessão de Jeri que, ao menos, tem uma dinâmica interessante com Kith, uma mulher inteligente e segura que, aparentemente, é capaz de ver além da manipulação da ex que começa a andar em cima da linha da vilania.
O ponto central desse episódio, porém, é mesmo a rivalidade entre a ex-Patsy e Jess enquanto as duas caçam o mesmo homem.
E, novamente, eu entendo a vontade da série de se dirigir à nova dinâmica do relacionamento entre Jessica e Trish, após os eventos da temporada passada e reforçar porque elas chegaram a esse nível de animosidade, mas a insistência no tema pode, em breve, começar a encher o saco, especialmente quando fica muito claro que as duas querem, basicamente a mesma coisa. Por mais que eu seja capaz de entender se aelas não se tornarem melhores amigas de novo, parece bastante cristalino que elas irão, ao menos, formar uma parceria, tomara que a showrunner não espere até que a audiência não suporte mais a dupla para fazê-lo. Idealmente alguma coisa acontece para mudar essa dinâmica antes da metade dessa inchada temporada.
"-Você faz isso há duas semanas, eu sou uma heroína há vinte-
-Super. Você é super, Jess. Tem uma diferença."
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