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sexta-feira, 28 de junho de 2019
Resenha Série: Jessica Jones, Temporada 3, Episódio 7: The Double Half-Wappinger
Nem um pouco surpreendentemente, o desfecho do episódio anterior de Jessica Jones não foi o desfecho da temporada, é claro.
Mal havíamos chegado à metade da quantidade de episódios desse ano, então era óbvio que Sallinger não continuaria preso, Munido de uma das advogadas de defesa mais fodonas de Nova York, Jeri Hogarth, querendo usar a notoriedade do serial killer como trampolim para colocar o nome de seu escritório em evidência após o desastre com o marido de Kith.
E Jeri manja de seu oficio, tanto quanto Sallinger, que retalhou sete defuntos sem deixar nenhum vestígio físico capaz de implica-lo.
Sallinger, porém, não prima pela empatia, e durante a coletiva que oferece nas escadas da delegacia de onde foi solto, Sallinger faz um discurso sobre feminismo militante e sobre ser uma vítima de duas vigilantes superpoderosas.
Quando questionado por Jeri sobre o teor de seu discurso, o maluco replica que estava atuando para suas bases, num subtexto que faz tanto sentido considerando-se o momento político dos EUA, quanto da Europa ou do Brasil.
A troca de farpas entre Jeri e Sallinger é um bom momento do começo do episódio, e, ainda que brevemente, estabelece bases interessantes a respeito da dinâmica entre os dois personagens.
Seja como for, sem ser capaz de usar o testemunho de Erik como evidência dos crimes de Sallinger, já que, para fazê-lo, ela precisaria revelar o esquema de chantagem do sujeito, o que o colocaria na prisão onde ele provavelmente morreria de dor de cabeça, Jessica resolve revisitar o passado do vilão em busca de alguma forma de coloca-lo na cadeia.
Trish e Jess, então, partem rumo à cidadezinha onde Gregory Sallinger cresceu e onde, Jessica espera, ele tenha cometido algum crime sem o nível de refinamento dos dias atuais.
Chegando ao lugar, Jess é hostilizada pela polícia local, e precisa de um "chilique da Patsy" para conseguir acesso aos arquivos da delegacia. A sequência com o achaque falso de Trish é maneira, mostrando, novamente, que Jess funciona melhor em parceria.
A incursão da dupla as leva até a casa de um casal cujo filho, melhor amigo de Sallinger na adolescência, desapareceu após ganhar uma bolsa de estudos por conta da luta greco-romana, modalidade que praticava com o psicopata.
Eventualmente, Jess monta o quebra-cabeça e localiza o cadáver do desparecido, enterrado no quintal dos pais.
Vale ressaltar que se o capítulo tivesse terminado aqui, ele teria estado próximo da perfeição, ao menos no que tange aos parâmetros estabelecidos pela série.
Infelizmente Jessica Jones, o episódio continua.
Malcolm, quem tem uma das linhas narrativas mais chatas dessa temporada, constantemente empilhando conflitos que só servem pra inchar a trama. Todo o segmento envolvendo Zaia descobrindo que ele permitiu que a vigilante mascarada saísse do escritório com arquivos de clientes da firma de Hogarth. Malcolm segue sem saber onde reside sua lealdade.
No fim das contas, lá está ele espionando Sallinger junto com Jess, numa sequência equivocada do começo ao fim.
O psicopata está fazendo seu trabalho voluntário ensinando luta livre para as crianças do bairro, percebe Jessica o observando por trás de um vidro, e a chama para o ringue e, por alguma razão, ela aceita.
A investigadora e o psicopata circulam um ao outro, ele ensina as regras da luta greco-romana, e apanha na frente de todo mundo.
E, pra piorar, as ideias idiotas não acabam aqui.
Antes que o capítulo termine, Trish fal uma denúncia anônima ao Bulletin, atraindo um fotógrafo que a "flagra" com seu traje de vigilante, saltando e correndo para as câmeras, sabe-se lá por que...
The Double Half-Wappinger foi um capítulo mediano de Jessica Jones. Apesar de todo o segmento de investigação ter tido sua cota de momentos interessantes, não chega a ser uma novidade ver o herói da série desenterrar esqueletos do armário do antagonista nas séries da Netflix. Por mais que Jessica seja uma detetive, e que faça sentido que ela investigue os seus inimigos, a gente já viu tanto isso que não dá pra não achar meio cansativo. Além do excesso de filler, a ausência de Erik começa a se mostrar um peso para a série.
O personagem faz maravilhas por Jessica, eu arrisco dizer que é um parceiro melhor pra investigadora do que Trish consegue ser.
Resta torcer para que as posições onde os personagens foram movidos no episódio rendam frutos no que vem pela frente.
"É pior não saber o que realmente aconteceu com sua família."
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