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sábado, 31 de outubro de 2020

Resenha Série: O Mandaloriano, Temporada 2, Episódio 1: O Xerife


 
A Disney comprou Star Wars em meados de 2012, e passou os quatro anos seguintes mostrando que não sabia muito bem o que fazer com a franquia. Entre uma trilogia sequência horrorosa, com três filmes que não conseguiam dialogar entre si, um filme para o qual ninguém ligou, e um filme OK, salvo do fracasso na sala de edição por um diretor salva-vidas, os Star Wars da Disney eram tão ruins que faziam a trilogia prequel parecer um trabalho de Dennis Villeneuve.
Era óbvio que comprar a propriedade intelectual e jogá-la no cinema sem um plano concreto de que direção seguir só não havia sido um tiro no pé completo porque fãs são meio masoquistas, e parecem estar sempre dispostos a levar mais um tabefe no meio da cara, garantindo o lucro à casa do Mickey.
Seja como for, enquanto Star Wars era brutalmente vilipendiado pela Lucas Film com seus filmes comandados por Jar Jar Abrams, Rian Johnson e seja quem for o responsável pelo produto final de Solo, nos bastidores da Disney havia alguém disposto a tentar salvar ao menos uma fração da alma da franquia.
Jon Favreau.
Unindo-se a Dave Filoni, a cabeça por trás das animações de Clone Wars e trouxe à luz O Mandaloriano, o seriado que mostrou aos fãs que o Star Wars da Disney não precisava ser sempre uma bosta, e à Disney, que esse era o caminho.
Após uma excelente primeira temporada de oito episódios com a cara e o jeito de Star Wars, ontem eu estava sentado para assistir ao primeiro episódio da nova temporada (ainda pirateando enquanto a Disney+ não chega oficialmente ao Brasil).
O Xerife abre com Mando (Pedro Pascal) tentando levar a cabo a incumbência que lhe fora dada pela Armeira, e reunir a criança aos demais de sua espécie.
Para encontrar esse grupo de "magos", porém, Mando precisará da ajuda de outros de sua própria estirpe, uma tarefa complicada à medida em que o reduto dos mandalorianos em Nevarro foi devastado pelo restolho do Império a serviço de Moff Gideon (Giancarlo Esposito).
Mando começa a vasculhar a orla exterior da galáxia em busca de informações, e, bem a seu modo, eventualmente descobre que parece haver um mandaloriano em Tatooine.
A bordo da Razor Crest, Mando e a criança chegam a Mos Eisley (onde reencontram a Peli Motto de Amy Sedaris) e partem rumo a Mos Pelgo, o assentamento de mineração no meio do grande oceano de areia.
Lá, Mando conhece o xerife local, Cobb Vanth (Timothy Olyphant), e descobre que as aparências podem ser enganosas, entretanto, antes que os dois possam resolver quaisquer desavenças, ou que Mando possa encontrar o paradeiro do mandaloriano que busca, o surgimento de um dragão Krayt coloca os planos de Mando em pausa, conforme ele aceita ajudar os residentes de Mos Pelgo.
Muita gente torce o nariz para o formato procedural que O Mandaloriano adotou em partes de sua temporada passada, mas eu, francamente, sempre gostei desse tipo de série de TV, com a missão ou o monstro da semana. The Marshall é um ótimo exemplar desse tipo de formato, com uma história auto contida o suficiente para que nós possamos aproveitar um episódio com começo, meio e fim, e ao mesmo tempo acenar com o quadro mais amplo, tanto ao mostrar à audiência o que vem pela frente, quanto com pequenas piscadelas em forma de easter egg ao longo do capítulo.
O episódio, escrito e dirigido por Favreau, volta a caprichar na pegada de faroeste que sempre esteve nos melhores momentos de Star Wars, tem condução acertada, bons personagens, ação divertida e mantém os efeitos visuais surpreendentemente competentes para uma série de TV.
Foi bom voltar à essa galáxia bem, bem distante, conduzido pelas mãos certas, que o restante da nova temporada de O Mandaloriano mantenha o ritmo, e continue nos mostrando que Star Wars ainda respira.

"-Isso não é lugar pra uma criança, sabe?
-Aonde quer que eu vá, ele vai."

 



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