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segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Resenha DVD: Um Olhar do Paraíso
Fui à locadora no sábado depois do trabalho e saí procurando algo pra assistir, foi quase por acaso que esbarrei com Um Olhar do Paraíso, filme de Peter Jackson que adapta o romance Uma Vida Interrompida e ficou pouco tempo em cartaz nos cinemas de Porto Alegre.
Sou fã de Peter Jackson, adorei O Senhor dos Anéis (E alguém não adorou?), achei seu King-Kong uma ótima homenagem ao filme original, e até nutria uma velada simpatia por Os Espíritos e Almas Gêmeas, filmes menores do diretor, além de agradecê-lo muito por empenhar uma grana em Distrito 9, me pareceu, então, um caminho natural dar uma conferida na nova adaptação literária do diretor kiwi, que tinha, inclusive, rendido uma indicação ao Oscar para o ator Stanley Tucci.
Bueno, na mesma noite conferi a história de Susie Salmon (Saoirse Ronan, ótima), uma menina de quatorze anos, bastante normal, que, em dezembro de 1973 foi violentada, assassinada e retalhada por um vizinho, mas que, ao invés de ir para o Céu ou para o Inferno, ficou presa em um mundo intermediário de onde podia observar o modo como a tragédia de sua morte afetou sua família, em especial seu pai (Mark Whalberg, limitado mas bem intencionado.) e sua mãe (Rachel Weizs, no piloto automático.), ao mesmo tempo em que esperava desesperadamente que seu assassino, o senhor Harvey (Tucci, muito bem.), fosse descoberto.
Ao mesmo tempo, Susie ainda luta para se ambientar ao seu purgatório particular, de onde só poderá sair quando estiver pronta.
Tinha tudo pra ser um belo filme. Se fosse tratado com franqueza e, quem sabe, uma pequena dose de acidez, Um Olhar do Paraíso poderia ser um tremendo filme sobrenatural, ou, quem sabe, um bom e pesado drama com toques de fantasia.
Porém, pesou a mão de Peter Jackson, que em busca de algum tipo de apoteose visual exagera nos efeitos especiais (O "purgatório" de Susie parece um parque temático visitado durante uma viagem no ácido ou algo do tipo.), e trata a dor da família de Susie como coadjuvante, dando pouca, ou ás vezes nenhuma voz, aos personagens que podiam fazer o público se identificar mais com a trama.
Claro, talvez o filme de Jackson tenha sido prejudicado pela substituição de Ryan Gosling por Whalberg no papel de pai, mas isso não justifica, sozinho, ineficiência do roteiro, que não cria tensão nos momentos de suspense (Exceto na sequência sob o campo de milho, aquela é bem tensa.), nem ternura nos momentos que deveriam ser belos.
No final das contas, Um Olhar do Paraíso não engrena, se arrasta em certos momentos, e não consegue nem sequer ser um espetáculo visual, pois os efeitos não chema a empolgar. Melhor sorte na próxima vez, Peter. Quem sabe com O Hobbit?
"Meu assassino era um homem da nossa vizinhança. Eu tirei sua foto, uma vez; Ele surgiu do nada e arruinou a foto. Ele arruinou uma porção de coisas."
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Quando o drama começa a te emocionar , pula pra fantasia, quando a fantasia começa a ser admirada, pula para o drama, e assim segue o filme todo, sem dar tempo de fazer uma conexão com o espectador. E ainda tem o cabelinho do Mark Whalberg, já não basta os penteados do Nicolas Cage, agora dele també?? Ah não, desse jeito não dá.
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