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sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Resenha Cinema: Karatê Kid
Sou cria dos anos oitenta. Desculpem. Cresci, mesmo, em uma época onde era maneiro usar blazer de ombreira, cores cítricas, mullets e essas coisas. Onde cinema conbinava com mulheres de seios desnudos, fortões ultra-violentos e solos intermináveis de saxofone. Mas não era só isso. Nos anos oitenta, vimos, entre outras coisas muito boas, alguns dos melhores filmes com temática teen (E não me refiro ao refrigerante de limão.) da história.
Estavam todos lá: Os Goonies, O Clube dos Cinco, A Garota de Rosa Shocking, Conta Comigo, o soberano Curtindo a Vida Adoidado... Todos filmes que mostravam diferentes fases e facetas da adolescência dos gringos, mas com dilemas dramas e outras viadagens tão caras á essa fase da vida em praticamente qualquer lugar do mundo.
Entre os filmes adolescentes memoráveis dos anos oitenta está um que não tinha as melhores atuações, nem a melhor produção, nem a melhor história, que podia ser sintetizada em "Adolescente encontra a saída de seus problemas na violência".
Era Karatê Kid, de 1984, que mostrava o jovem de ascendência italiana Daniel Larusso (Ralph Macchio) chegando à uma nova cidade, sendo surrado por karatecas chinelões liderados por Johnny Lawrence (William Zabka, um rapaz problema, depois de ser um bully do colegial em Karatê Kid ele foi pra faculdade incomodar o filho do senhor Mellon Rodney Dangerfield em Back to School), que recebe o treinamento do insuspeito senhor Miyagi (Pat Morita, gênio.) e se transforma em campeão de karatê.
Como hollywood passa pela grande crise criativa de sua história, uma fase em que o que se não é adaptação é remake, parecia questão de tempo até Karatê Kid receber o seu remake. Era natural. Quase obrigatório.
E, nesse ano de 2010, eis que surge um remodelado Karatê Kid.
As notícias iniciais não foram das mais animadoras:
No lugar de um adolescente da costa oeste se mudando pra califórnia, teríamos uma criança se mudando pra china (!?).
O Daniel-San da vez seria Jaden Smith, filho de Will Smith, e, ao invés de um nipônico velhinho senhor Miyagi, teríamos um mestre de kung-fu chinês interpretado pelo Jackye Chan.
... Sério. Não tinha como parecer pior á primeira vista.
Enfim, ainda sou fã de Jackie Chan, e confesso que fiquei curioso pra descobrir como seria a abordagem do filme ao trocar o adolescente vítima por um molequinho mais novo. Talvez fosse curiosidade mórbida, admito, mas ainda assim, cresci com Karatê Kid, e precisava ver com meus próprios olhos. E foi o que fiz ontem. E, após ver o filme, tenho que dizer:
Ficou ótimo. É melhor do que o original. E é muito difícil ouvir isso em se tratando de um remake, especialmente de alguém que, como eu, cresceu vendo o filme de 84.
Mas é verdade.
O Karatê Kid de 2010, que substitui Daniel-San por "Shyao" Dre Parker conta a mesma história, mas oferece algumas belas novidades.
Primeiro, claro, o básico, a história foi atualizada. A mãe de Dre precisa se mudar de Detroit para a China por conta da crise financeira que fechou a fábrica onde ela trabalhava. Dre é um menino negro vivendo na china, além da geografia existe a barreira da língua, da aparência física, toda a sua transição se torna mais pesada do que a do filme original.
O senhor Han de Jackie Chan tem uma carga dramática maior do que o sensei original, o filme, de certo modo, oferece á ele uma forma de redenção para o passado que o assombra.
A mãe, Sherry Parker, vivida com a competência habitual por Taraji P. Henson também tem mais peso, além de uma participação maior na história, e, com o perdão dos karatecas de plantão, vamos combinar que kung-fu é muito mais cool do que karatê.
De resto, está tudo lá. O treinamento não convencional (Sai encerar
á esquerda, encerar á direita, e entra tire a jaqueta. Pendure a jaqueta. Pegue a jaqueta. Vista a jaqueta.), belas paisagens, um interesse pseudo-romântico pro moleque, o mestre de kung-fu malvado que eu torço pra ver levar uma coça um uma eventual sequência, e o campeonato de kung-fu onde um golpe lindo fecha a conta.
Jaden Smith é um ator mirim esforçado (Já tem um espectro de emoções maior do que Keanu Reeves e Mark Whalberg, por exemplo.), e não compromete, Jackie Chan dá seu showzinho costumeiro, e o filme até arranca algumas lágrimas além de boas risadas, duas horas de diversão descompromissada e homenagens discretas ao filme original.
Em algum lugar, Pat Morita está sorrindo.
"-Então... Quantos alunos o senhor teve?
-Incluindo Dre?
-Sim...
-Um."
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na primeira vez que vi com som original foi um choque perceber que o Daniel na verdade de chamava "Dêniel"
ResponderExcluirhahaha, só você mesmo ...
Mas foi! Fiquei horrorizado! Ahahahahahahah.
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