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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Quadrinhos: Marvel Knights - Banner



A Panini colocou as manguinhas de fora, tomou tendência, e vendo que praticamente tudo o que é publicado pela Marvel e DC lá fora hoje em dia é lixo puro, resolveu republicar material de qualidade em edições encadernadas bonitinhas com preços acessíveis.
Recentemente saíram Homem-Aranha: A Morte de Jean DeWolffe, Homem-Aranha 2099, Dr. Destino & Dr. Estranho - Tormento e Triunfo (que eu ainda estou procurando...), e ontem passei pela banca e me deparei com Homem-Aranha: Tormento e esse Marvel Knights: Banner, mini-série em quatro edições com a espetacular história definitiva do Hulk pela pena de Brian Azzarello e o lápis de Richard Corben.
Em Banner nos deparamos com o Hulk sendo perseguido pelo exército após um ataque do gigante esmeralda à uma cidade do Novo México.
Pra variar, em meio ao caos, à destruição e à contagem de corpos, encontramos um físico nuclear nanico e magrelo pelado assistindo atônito à imagem da tragédia que passou pelas suas mãos.
É Robert Bruce Banner.
Atormentado pelo desejo de dar fim à maldição que o transforma na mais letal arma já construída pela humanidade, Banner também está no radar do exército, que com uma equipe idealizada pelo general Thunderbolt Ross e liderada por Leonard Samson, outra cria da radiação gama, planeja dar fim à trilha de destruição do monstro à sua própria maneira.
Seminal é o mínimo pra se dizer dessa história.
Em tempos de reinvenções malucas, sagas acapachantes que mudam tudo o que você pensava saber por dois meses e layouts abusados cheios de efeitos digitais, Banner vai na contramão, com um roteiro simples, redondinho, que não inventa nada, apenas lança um novo olhar sobre uma faceta bastante marcante do Hulk: A maldição de Bruce Banner.
Tudo o que uma pessoa precisa saber a respeito do Incrível Hulk está nas cem páginas dessa edição.
O tormento pelo qual Banner passa a cada transformação e reversão, o poder e a loucura do golias verde, a visão que o exército tem da criatura e a melhor interpretação que um autor já fez de Doc Samson... Está tudo lá.
O roteiro de Brian Azzarello (do genial 100 Balas) deposita sobre os ombros de um sujeito frágil o peso da destruição em massa causada pela criatura mais forte da Terra, levando Banner e o leitor à uma jornada sombria até os limites do desespero de um homem alquebrado física e emocionalmente.
A arte do gigante Richard Corben, por sua vez, é exatamente isso:
Arte.
Cada quadro transpira personalidade, expressão. Arte da boa, na acepção da palavra, dando cor e forma às palavras de Azzarello numa dobradinha que merecia ser mais repetida.
Papel de qualidade no miolo, capa de papel cartão, preço módico de dezessete mangos e cinquenta centavos e tá feita a alegria de um nerd que curte boas histórias e lombada bonitinha na estante.
Parabéns à Panini pela iniciativa. Essas reedições têm me mantido lendo gibis.

"E eu me lembro de acordar no chão... E a cidade havia desaparecido."

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