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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Resenha Game: Tomb Raider



Pois é, criaturas... Não bastasse a crise criativa que anda transformando o cinemão mainstream num festival de franquias e remakes, agora parece que a tal da crise chegou aos consoles de videogames.
Lara Croft, personagem principal da série Tomb Raider vinha aparecendo regularmente no calendário de lançamentos de video games desde 1996, ano em que foi lançado o primeiro game Tomb Raider, se tornou ícone pop, personagem de filme com a cara da Angelina Jolie, mais rentáel e influente personagem feminina de videogames, e protagonista de algo em torno de dezesseis games entre consoles de mesa e portáteis de desenvolvedoras diversas.
Mas aparentemente até mesmo a condessa de Abbingdon encontrou limite pra onde sua popularidade poderia levá-la, e nesse ano de 2013, Lara ganhou, vejam só, um reboot.
Em Tomb Raider nós estamos no comando de uma Lara com dezessete aninhos, a bordo do navio Endurance que ruma para o Triângulo dos Dragões, na costa japonesa, em busca, claro, de uma civilização perdida.
Antes de chegarem a seu destino, porém, o Endurance de Lara segue os passos do Endurance de Ernest Shackleton, e naufraga durante uma violentíssima tempestade jogando a tripulação chefiada por Conrad Roth, seu mentor e amigo do falecido Richard Croft, pai de Lara, em uma ilha misteriosa na costa leste do Japão.
Separada da tripulação, Lara se vê sozinha em um ambiente hostil, repleto de armadilhas, e animais selvagens, e é posta a prova ao se ver cercada de fanáticos religiosos e mercenários russos enquanto, ferida e faminta, luta para sobreviver.
É bem bacana esse Tomb Raider.
Confesso que nunca fui um fã da série. Não sei se é machismo de minha parte, mas em geral, heroínas não funcionam muito bem pra mim, à exceção das Meninas Super Poderosas e da Samus de Metroid. Sempre achei a Lara Croft uma personagem bobinha. Aquela mina peituda com duas pistolas e habilidades acrobáticas de Cirque du Soleil e nenhum senso de perigo ou respeito pela vida jamais me cativou, de modo que, se joguei Tomb Raider alguma vez, foi na casa de amigos meus ainda na época do Playstation 1.
Teria passado batido por mais essa edição das aventuras de Lady Croft se não fosse ter encontrado o game por um preço muito convidativo numa promoção do submarino.com, e confesso, não me arrependi do investimento.
Nessa nova versão, somos apresentados à uma Lara Croft que ainda dá seus primeiros passos no mundo da exploração, ela titubeia, faz besteira e se dá mal, hesita antes de tirar vidas (Dá um nó no estômago matar o primeiro gremis- digo, veado, no segundo capítulo do game), e esbarra em todo o tipo de percalço que uma jovem perdida sem nenhum equipamento (Por melhor treinada que seja...) poderia encontrar num terreno estranho e feroz. A humanização faz maravilhas pelo carisma da personagem, que, por mais gostosa que fosse, estava anos-luz atrás de gente como Indiana Jones e Nathan Drake.
Tomb Raider mistura elementos de mundo aberto (meio aberto, vá lá...), RPG, plataforma e exploração, além de combate armado com uma pontaria livre (sem o sistema de lock-on) que ás vezes faz o player mais enferrujado, como eu, gastar dez balas pra matar um único mercenário inimigo, além de alguns puzzles pobrinhos e um sistema de evolução de habilidades eficiente e sem floreios, tudo isso com uma jogabilidade simples e intuitiva, que cai como uma luva pra qualquer ser vivente com cinco dedos em cada mão.
Os gráficos do jogo estão excepcionais, tanto na protagonista (uma Lara ninfeta, gostosérrima) quanto nos personagens secundários e nos belíssimos cenários. O som é ótimo, a dublagem competente, e a música, discreta, o que significa que não é espetacular, mas não é ruim a ponto de destoar do conjunto.
Em suma?
Tomb Raider é um jogo muito bom, que certamente vai ocupar o tempo do player por boas dez ou quinze horas entre campanha principal e objetivos secundários.
Vale muito a pena.

"Eu finalmente me preparei para deixar minha marca. Encontrar aventura. Mas ao invés disso, a aventura me encontrou."

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