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terça-feira, 28 de maio de 2013

Resenha Game - Max Payne 3



Eu não joguei, ao menos não profundamente, os games anteriores da série Max Payne. Em meados de 2004, ou 2005, um grande amigo meu, ao instalar o sistema operacional do meu primeiro computador pessoal, deixou no meu HD o primeiro Max Payne.
Dei uma olhada por cima no game, joguei brevemente, mas a verdade é que não tive paciência tanto para o game, com gráficos muito feios pra quem se acostumara à beleza dos games publicados para o Game Cube, meu videogame na época, quanto para a tarefa de jogar no teclado, algo além da imaginação para alguém com uma coordenação motora tão ruim quanto a minha.
Não joguei Max Payne 2. Nem sequer sei como o game se parece.
Então foi estranho pra mim, jogar esse Max Payne 3. Uma sequência, óbvio, dos dois games anteriores.
Acabei comprando o jogo numa promoção, baratinho, e encarei o desafio de fazer um pouco de pesquisa antes de começar a jogar.
Max Payne, o personagem título, é um ex-policial de Nova York que se envolve em uma série de problemas e caçadas humanas após o assassinato de sua esposa e filha.
Max é viciado em analgésicos e alcoólatra, é um tipo durão, com senso de humor rascante como sua voz, muito cínico e um dedo de gatilho nervoso.
Isso é o básico.
Saber que ele teve problemas em Nova York e mexeu com os tipos errados, o que custou uma série de atentados contra a sua vida, no entanto, em nada ajuda a entender o começo desse Max Payne 3, que se inicia com um Max careca e todo arrebentado apontando uma arma para um sujeito que agoniza no chão em frente a um armazém em chamas.
Mas aí o game volta no tempo alguns dias e nos mostra Max vivendo em São Paulo.
Isso mesmo, São Paulo, Brazil.
Na capital paulista Max trabalha como segurança particular do rico empresário Rodrigo Branco ao lado de seu amigo Raul Passos.
Parece um trabalho tranquilo, tomar uns drinques enquanto afasta os pobres dos ricaços, mas só parece. Max percebe que há mais em sua nova função do que apenas isso quando o grupo criminoso Comando Sombra invade um coquetel beneficente de Rodrigo e tenta sequestrar o empresário e sua esposa, Fabiana.
Max impede os sequestros, mas isso não impede os bandidos de tentarem novamente.
Alguns dias mais tardes o Comando Sombra ataca de novo, e desta vez, sucede em seu intento, levando Fabiana.
O sequestro segue a cartilha tradicional, carta com recortes de revistas e pedido de resgate de três milhões de dólares. Data e local de entrega do dinheiro marcados, Max e Raul vão fazer a entrega.
Durante o pagamento do resgate, no entanto, algo dá errado, e é quando Max se vê em meio à uma conspiração que se estende por todos os âmbitos da sociedade paulistana, numa teia sinistra que parece capaz de engolir todos a seu redor.
Max Payne 3 é um bom jogo. Não é o espetáculo narrativo e técnico de Red Dead Redemption nem a história sensacional no mundo inacreditável de Grand Theft Auto IV, ainda assim, trata-se de um policial noir em pixels bem interessante, além de um third person shooter competente.
A ambientação, uma São Paulo genérica, essencialmente uma metrópole terceiro-mundista que deve ofender os paulistanos mas que serve pra quem não conhece a cidade ou não liga pra ela, funciona. Os arranha-céus com coberturas, as danceterias com heli-ponto e os sushi-bares sofisticados contrastando com o cinza morto dos subúrbios, periferias e as favelas quilométricas e sombrias que criam o cenário perfeito pros gringos se esbaldarem com o exotismo perigoso de uma "Bagdá de fio-dental".
O trabalho de dublagem dos personagens americanos é bem competente, especialmente o do protagonista, os personagens brasileiros(Que estranhamente conversam entre si em inglês a maior parte do tempo), no entanto deixam um pouco a desejar nos diálogos, cheios de dubladores americanos falando um português meio sem-vergonha. Até o locutor das inserções do canal Fox está no game. Melhores são as vozes da bandidagem rasteira, falando palavrão e xingando (Sempre causa risos ouvir "Quié isso, caralho?" e "Vou te matar, seu arrombado" enquanto o tiroteio come), alguns até com aquele sotaque de automobilista típico dos paulistanos.
Os gráficos são muito bons, mas não ótimos. No mesmo nível de Red Dead Redemption, mas num mundo menos vivo que o do faroeste de dois anos atrás.
A despeito das boas qualidades, Max Payne não me convenceu como a propaganda da crítica especializada alardeava. É um bom game, mas apenas isso.
Bom.
A Rockstar ainda é melhor fazendo sandboxes do que em games mais lineares. Ainda assim, deve distrair até a chegada de GTA V.

"Meu juízo é uma porcaria, mas minha mão é firme."

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