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sábado, 3 de agosto de 2013
Resenha DVD: Oblivion
Tarde nublada prometendo chuva, no caminho de volta pra casa, enquanto saboreava mais um dia de trabalho concluído e antevia a pizza que pediria à noite, fiz aquela incursão esperta à locadora.
Lá, entre Jack o Caçador de Gigantes e A Hospedeira (sugestão da moça da locadora, prontamente vetada após eu apontar, com o indicador esquerdo, o nome de Stephanie Meyer acima do título do filme), resolvi encarar a ficção científica com Tom Cruise, que pode ser fanático religioso, louco e desvairado, mas tem carisma e, de modo geral, faz mais filmes bons que ruins.
Conferido Oblivion, posso dizer que a ficção dirigida por Joseph Kosinski não chega a ser nem uma coisa, e nem a outra...
O filme se passa em 2077. Sessenta anos após a invasão de uma raça alienígena chamada Scavs. Os Scavs destruíram a lua e causaram uma série de cataclismos na Terra, terremotos, tsunamis... Com o planeta chacoalhado pelos desastres, começou a invasão de fato. Os terráqueos se defenderam como puderam. Com armas nucleares.
A vitória veio, mas ao preço do próprio planeta.
Enquanto os habitantes remanescentes da Terra vivem em uma estrutura chamada Tat, na órbita do planeta, Jack Harper (Tom Cruise, apenas regular) e sua esposa Victoria (Andrea Riseborough, bem), permanecem no planeta, em uma operação de segurança de estruturas que transformam a água da Terra em energia para as colônias onde os humanos viverão em Titã, a maior lua de Saturno.
Faltando duas semanas para sua realocação nas novas colônias, os Harper mantém os drones responsáveis pela segurança das estruturas de drenagem de água funcionando.
A segurança é necessária pois, mesmo décadas após o fim da guerra, os Scavs permanecem na Terra, e estão sempre tramando algum novo ataque.
Enquanto Victoria espera ansiosa pela realocação, Jack não sabe se partilha do entusiasmo da esposa. De algum modo, ele se sente ligado a esse planeta devastado, e enquanto mantém, em um recanto isolado dos olhos de sua esposa, memórias desse mundo devastado na forma de livros, discos e roupas, é assombrado por sonhos de uma Terra que jamais conheceu, e uma mulher misteriosa que nunca viu (Olga Kurylenko, sejamos francos, a mulher dos sonhos de todo mundo...) e nem sequer sabe o por quê, já que, antes do início da missão, ele e sua esposa tiveram suas memórias apagada para garantir sua segurança.
A rotina de Jack, porém, pode ser alterada violentamente quando um ataque Scav traz consigo revelações que podem alterar completamente a realidade conhecida por ele.
Então... É como eu disse antes do resumo... Oblivion está longe de ser um filme ruim, mas também não é nenhuma maravilha.
A produção, como era de se esperar em um sci-fi com Tom Cruise é esmerada. A base de operações dos Harper, seus veículos, trajes, armas... É tudo muito maneiro, bonito, com um visual asséptico de linhas estilosas que remonta as grandes ficções científicas dos anos setenta, contrastando com o visual sombrio dos scavs, cheios de couraças negras com penas e óculos de lentes vermelhas... A própria Terra devastada, cheia de desertos onde repousam carcaças de navios, e cânions formados por arranha-céus assimilados pelo ambiente ou o pináculo do Empire State, repousando a apenas algumas dezenas de metros do chão evoca um visual de mundo pós-apocalíptico muito bem sacado.
Os efeitos especiais são espertos, sem abusar em excesso do CGI, criando um visual que agrada sem parecer um videogame.
O problema de Oblivion é, de fato, seu roteiro.
A premissa é simples e eficiente, o problema é a quantidade de reviravoltas, que, se não chegam a confundir, pouco acrescentam à trama.
Agrava os problemas do filme o fato de que os personagens do filme fora Jack, Victoria e Julia, a personagem de Olga Kurylenko, pouco têm a fazer.
Melissa Leo, Morgan Freeman e o regicida Nicolaj Coster-Waldau são sub-aproveitados, tendo pouco, ou nada a fazer nos poucos momentos em que dão as caras. Como agravante, nem mesmo as cenas de ação chegam a ser empolgantes, ficando apenas no OK.
No fim das contas, Oblivion promete um bocado nos seus dois primeiros atos, oferecendo lampejos de Solaris e 2001 - Uma Odisseia no Espaço, mas acaba escorregando no final, entregando um desfecho chapa branca cheio de clichês que não convence.
Vale a locação, mas não me arrependo de ter perdido o lançamento no cinema.
"Se nós temos almas, elas são feitas do amor que partilhamos. Ofuscado pelo tempo, não limitado pela morte."
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