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quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Quadrinhos: Planetary - Pelo Mundo
Tá aqui uma HQ que nunca recebeu o tratamento merecido no Brasil, ou, ao menos que jamais recebeu o tratamento merecido pelo tempo necessário no Brasil.
Planetary, talvez o maior trabalho da carreira de Warren Ellis é desses gibis pra ler de joelhos agradecendo aos deuses por nem tudo que saiu nos anos 2000 ser tão cínico e surtado quanto (As ótimas) Transmetropolitan ou Auhtority.
Na trama de Planetary, a organização título forma grupos de três super humanos que não são combatentes do mal, nem guardiões da Terra, mas arqueólogos.
Sim. Arqueólogos.
A equipe, auto-intitulada "Os Arqueólogos do Impossível", é formada por Elijah Snow, um homem de gelo de cem anos de idade, Jakita Wagner, uma mulher virtualmente indestrutível, capaz de chutar um rinoceronte sobre o Grand Canyon e O Baterista, um demente capaz de conversar com máquinas, juntos, eles são financiados pelo misteriosos "Quarto Homem de Planetary", um anônimo mais rico que Deus e que, segundo Jakita, pode ser tanto Adolph Hitler quanto Bill Gates.
Com todo o suporte da organização Planetary, Elijah, Jakita e o Batera devem vasculhar o planeta buscando pela História secreta do mundo, uma História repleta de passagens obscuras e estranhas, como supercomputadores criados por um grupo de heróis da década de 40, ilhas radioativas na Ásia repletas de carcaças de kaiju e espíritos de vingança.
Tudo familiar aos nerds de plantão, não é?
Exatamente.
Planetary é praticamente uma revisão do século XX nos quadrinhos e na cultura pop em geral. Todos os casos estudados pelo Planetary trazem um olhar sobre alguma faceta do entretenimento geek ao longo dos anos do século passado mostrando como seria se um grupo de super-seres modernosos da Wildstorm fossem descobrindo, um pedacinho por vez, o quebra cabeça dos gêneros de gibis do século XX (personagens da Marvel, da DC, dos quadrinhos pulp) habitando em segredo dentro de um mesmo mundo.
Warren Ellis escreveu um estudo sobre a nona arte em forma de uma genial história em quadrinhos brilhantemente ilustrada por John Cassaday (Da Surpreendentes X-Men de Joss Whedon), que presta homenagens à História, sem jamais perder de vista o foco em sua própria história.
No Brasil, essa joia passou pelas mãos de Pandora Books, Devir e Pixel Media, mas nenhuma das três editoras jamais concluiu a publicação das 27 edições de Planetary, agora a Panini promete remediar essa injustiça lançando quatro encadernados com cerca de 114 a 160 páginas por edição.
O primeiro volume, Pelo Mundo, Todo mostra a formação da atual versão da Planetary, e as primeiras missões de Snow com Jakita e O Baterista, é excelente e dá o tom da série que é mantido e só melhora nas edições por vir.
Quadrinho da melhor qualidade feito pra quem ama quadrinhos.
Capa em papel cartão, papel LWC no miolo e preço módico de R$ 21,90 só não é perfeito pois carece das notas que a Devir colocava no final dos volumes explicando algumas das referências mais obscuras das histórias da edição, ainda assim, é obrigatório na estante de qualquer nerd que se preze.
"-Eu tenho um emprego para você. Ele paga um milhão de dólares por ano pelo resto de sua vida, não importa por quanto tempo trabalhe para nós, não importa por quanto tempo sua vida ainda dure."
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